375 - TAUMENT

Tendo terminado a sua formação pelo Feyenoord, haveria de ser no clube de Roterdão que o extremo começaria a sua carreira como profissional. Prometendo vir a ser uma das estrelas futuras da selecção do país da Casa de "Orange", Gaston Taument, pouco tempo após a sua promoção aos seniores, seria também chamado a representar a equipa principal da Holanda - "O meu jogo de estreia é a minha recordação mais memorável. Eu tinha acabado de fazer a minha estreia pelo Feyenoord e pouco tempo depois tive a minha convocatória. Eu nem conseguia acreditar. Rinus Michels era o treinador e permitiu-me jogar contra Portugal num amigável".
Por esta altura, Taument nada saberia, ou desconfiaria sequer, que o país contra o qual cumpria a sua primeira internacionalização iria marcar um ponto de viragem, deveras importante, na sua vida como futebolista profissional. Bem, muito antes, viriam ainda uma série de anos, talhados de sucessos, no emblema que o havia formado. Durante essas 8 temporadas de ligação contratual - adicionem mais uma, a de 1990/91, em que, por empréstimo, seria cedido ao Excelcior - Taument conseguiria construir uma carreira desportiva sólida, ao ponto de ser considerado, não uma estrela do calibre das incontestáveis a nível mundial, mas um praticante cujo nome era bem reconhecido pelos amantes da modalidade. Para tal estatuto muito contribuiriam as conquistas conseguidas pelo Feyenoord (1 Campeonato; 4 Taças da Holanda; 1 Supertaça) e, principalmente, as suas participações nas grandes competições de selecções, como o Mundial de 1994, realizado nos Estados Unidos, ou o Europeu de 1996, ocorrido na Inglaterra.
É uma época depois da sua participação no torneio organizado pelos britânicos, que a ligação de Taument com o nosso país ocorre. A temporada 1997/98 estava a começar para os lados da "Luz" quando as novidades começaram a ser anunciadas. Ao comando, Manuel José preparava uma temporada que se queria, pelo menos, para fazer esquecer os desastres que se vinham acumulando há uns anos. Contratações como a do extremo direito dos Países-Baixos ou ainda de nomes como os do avançado Paulo Nunes ou do defesa central Carlos Gamarra, faziam ver o futuro com uma perspectiva optimista. No entanto, como era apanágio para aqueles lados da 2ª Circular, o tal sonho começaria a desmoronar-se bem cedo. O técnico português haveria de ser despedido e uma série de jogadores, incluindo os que ainda agora referimos, seriam surpreendentemente transferidos.
Taument sairia do Benfica sem nunca conseguir mostrar o porquê da sua fama. Acusado por alguns de se mostrar pouco disponível, e bem longe dos números que o marcavam como craque na Holanda, a janela de transferências no Inverno de 1998, serviria para que este se mudasse de Portugal para a Bélgica. A sua ida para o Anderlecht, ao contrário daquilo que poderia sugerir, uma nova oportunidade para se relançar no futebol, pareceu apenas servir para dar continuidade à imagem de que a sua carreira entrava numa fase descendente.
Depois do clube de Bruxelas, seguiram-se as passagens pela Grécia e Áustria, onde representaria, respectivamente, o OFI Creta e o Rapid Viena. 2002 marcaria, deste modo, o fim da sua carreira como desportista, passando logo de seguida a abraçar a função de treinador e regressando com isso ao seu clube de sempre, o Feyenoord.

374 - ISAÍAS

Por certo que os responsáveis do Belenenses, quando viram jogar pelo Rio Ave, bem depressa se arrependeram de, uns tempos antes, o terem considerado como inapto a vestir a camisola da "Cruz de Cristo". É verdade, depois de ter treinado no Restelo e daí ter sido recusado, Isaías, finalmente, conseguia um clube em Portugal. A sua próxima paragem acabaria por ser Vila do Conde, onde, rapidamente, mostrou ter dotes de craque. A sua resistência, força, capacidade infinita de lutar e um forte remate, bastaram-lhe para que, um ano passado desde a sua saída do Brasil, outros emblemas lhe acenassem com propostas bem mais tentadoras. Seguiu-se, em 1988/89, o Boavista. No Bessa habituou-se a jogar ao mais alto nível internacional; a não ficar impressionado, como se isso alguma vez tenha acontecido, com os maiores palcos do futebol europeu; e a lutar pelos lugares cimeiros das provas onde competia. E foi mesmo competência que Sven-Göran Eriksson viu nele. A conselho do técnico sueco, o Benfica acabaria por avançar para a contratação do atacante pertencente ao quadros dos "Azadrezados".
Nessa temporada de 1990/91, muito para além do primeiro título que conquistava em Portugal, o Campeonato Nacional, Isaías encetava uma relação de estreia admiração com os adeptos "Encarnados". Para isso muito contribuía a maneira corajosa como encarava os desafios, a maneira como, sem qualquer temor, tomava para si responsabilidade de atentar contra as balizas adversárias. Claro que muito desses remates, como bem nos lembramos, acabavam no "terceiro anel". No entanto, era nesse mesmo sector do estádio que a sua atitude arrojada era mais admirada. Também é certo que muitas dessas suas tentativas davam golos tremendos, golos de levantar multidões e de calar as plateias adversárias certas das suas vitórias. Foi exactamente assim que aconteceu em Highbury Park. A partida entre Arsenal e Benfica, a 6 de Novembro de 1991, contava para a ronda de acesso à primeira "Champions" jamais realizada. Depois de na primeira mão, realizada na "Luz", os "Gunners" terem conseguido um empate a uma bola, o jogo de Londres parecia bem mais favorável aos da casa. Contudo, Isaías não estava de acordo com as previsões da maioria dos apostadores, e rubricando uma exibição memorável, onde marcaria dois portentosos tentos, acabaria com as pretensões do Arsenal de chegar à "fase de grupos" da competição. De Inglaterra, o Benfica sairia com uma vitória por 1-3 (após prolongamento), e saía, principalmente para massa adepta, com um novo herói.
Houve outras alturas em que se mostrou ao mais alto nível. Como nos dois golos em Alvalade, no eterno 3-6 de 1993/94, que em definitivo lançaria as "Águias" para a conquista de mais um Campeonato Nacional. Nesse jogo frente ao Sporting, o avançado comemoraria aos saltinhos e com as mãos na cabeça a imitar uns chifres. O que quis dizer com esse gesto, provavelmente poucos saberão. Para os adeptos significou apenas uma coisa - que o "Verão Quente", quando esteve a um passo de ingressar no plantel leonino, estava esquecido e que, para sempre, entraria na história do clube.
Por tudo isso, muito se estranhou que Artur Jorge, ainda para mais tendo o jogador sido o melhor marcador da equipa nessa temporada, o colocasse, finda a temporada de 1994/95, na lista de dispensas. Com a "limpeza" perpetrada pelo treinador português, Isaías abandonava o futebol português para, durante duas temporadas, experimentar a Liga Inglesa. O seu sucesso no Coventry, com uma utilização pouco regular, acabaria por ser relativo. Isaías decide então regressar a Portugal. Vem para representar o Campomaiorense, acabando por conseguir chegar à final da Taça de Portugal de 1998/99, a página mais notável da existência do emblema "Alentejano".
Após vestir as cores do Cabofriense, o seu primeiro clube no Brasil, as do Friburguense, e de assim dar por terminada a sua carreira no "futebol dos relvados", Isaías ainda torna à Europa. Desta feita, o contexto acabaria por ser um pouco diferente daquele em que estávamos habituados a vê-lo... é que por razão da sua naturalização, haveria de representar a "selecção das quinas", mas agora na variante de futebol de praia.

373 - SIMÕES

Depois de treinar no Belenenses e Sporting e de fracassadas as investidas destes dois de Lisboa para o contratar, entra em cena o emblema da "Águia". Certo dia, Caiado, antiga estrela benfiquista e à altura um dos seus "olheiros", propôs-se a ir ver um desafio entre o Almada e o Montijo. O objectivo dessa prospecção até era o de observar dois atletas da colectividade adversária, mas no clube da terra do "Cristo Rei" acabaria por dar de caras com um jovem que para além de ser muito rápido e de possuir uma capacidade de finta fantástica, tinha, igualmente, a faculdade de entender e executar o jogo de uma forma superior.
Bem, daí até Simões assinar pelo Benfica, foi um ai. Assim, com idade de júnior, entra pela primeira vez na Luz. No entanto, a idade para ele, um jovem craque, pouco parecia contar, pois, contava 17 anos apenas, quando Bela Guttmann o chama à Primeira Categoria. A estreia, um jogo frente ao Peñarol, servia, depois de uma vitória para cada um dos lados, para a "negra" da Taça Intercontinental. Após uma pesada derrota por 5-0 no segundo encontro, o treinador húngaro decide então injectar sangue novo na equipa e manda chamar, directamente da capital portuguesa, duas das maiores promessas do clube: Eusébio e Simões. O Benfica acabaria por perder o troféu, mas essa temporada, a de 1961/62, estava guardada para outras glórias e, no final da dita, os "Encarnados" acabariam por levantar a Taça dos Campeões Europeus. Simões voltaria a repetir a presença em finais da competição por mais 3 vezes, contudo, como todos sabemos, com sorte bem diferente.
Pelo meio fica a famosa polémica que envolveu o clube e o jogador. Depois de ter questionado um dos directores do Benfica sobre os salários em atraso e de, inclusive, ter denunciado o caso à comunicação social, as suas relações com a direcção azedaram. Depois de uma suspensão de um mês, do assédio do Sporting e do pedido, por parte do atleta, de rescisão de contrato, Simões decide que o seu lado da contenda seria representado por um advogado de seu nome Jorge Sampaio... sim, esse mesmo, aquele que viria a ser eleito como Presidente da República. O litígio acabaria por ficar resolvido passado uns tempos. Simões veria as suas condições contratuais melhoradas e o clube podia continuar a contar com uma das suas maiores estrelas, aquele que ainda uns anos antes brilhara no Mundial de 1966, pela extrema-esquerda da selecção nacional.

No Benfica manter-se-ia até 1975, altura em que entra numa nova fase da sua carreira. Entre aquele que era o "El Dorado" dos profissionais do futebol nos anos 70, a Liga dos Estados Unidos, e alguns clubes de menor monta em Portugal (Estoril e União Tomar), Simões escreve os últimos capítulos da sua brilhante história como atleta.
Para sempre ficará a memória, não só de um praticante de excepcional nível, como a de um homem que nunca recusou dar a cara pelas lutas que, no futebol ou fora dele, achou serem válidas, e que o levariam, no pós 25 de Abril de 1974, a ser eleito como deputado à Assembleia da República, pelo CDS.

372 - BENTO

Com apenas um 1,72m de altura, provavelmente nos dias que correm, Bento não seria uma escolha óbvia para a posição de guarda-redes. No entanto, o que lhe faltava em altura sobejava em elasticidade, colocação e, acima de tudo, tinha aquilo que a maior parte dos praticantes e adeptos da modalidade chamarão de loucura. Esse seu típico, isso sim, arrojo, levaram-no para um patamar exibicional que muitos, principalmente para quem o escolhesse apenas pelo seu físico, terão considerado como impensável. Bem, também não foi só de coragem que foi talhada a sua carreira. Quem bem com ele trabalhou, sabe que Manuel Bento era um exemplo de luta, dedicação e esforço, características que lhe ficaram dos primeiros anos da sua vida, quando na Golegã, sua terra natal, exercia a profissão de pedreiro.
Depois dos primeiros passos no Riachense e Goleganense, haveria de ser o Sporting o primeiro "grande" a estender-lhe a mão. Contudo, fruto do desentendimento com alguns dirigentes leoninos, a relação entre o atleta e o clube apenas duraria 3 meses, ao fim dos quais Bento regressaria a casa. De seguida, a oportunidade de pisar os principais palcos do futebol nacional surgiu da margem sul do Rio Tejo. No Barreirense começou a mostrar-se como um dos melhores da sua posição, tendo sido, logo na sua temporada de estreia (1969/70), um dos responsáveis pelo brilhante 4º lugar do clube e correspondente qualificação para as competições europeias. Mas o jogo que o pôs definitivamente na rota do Benfica haveria de ser outro. A 8 de Dezembro de 1970, em pleno Estádio da Luz, jogava-se a partida que serviria de despedida para outro dos "magos" do futebol nacional, Mário Coluna. Como um dos convidados, Bento faria uma exibição notável, o que fez com o namoro com as "Águias" logo aí começasse. Contudo, a ligação só se materializaria na época de 1972/73.
Chegado ao Benfica, apesar da alguma experiência que os seus 24 anos poderiam querer revelar, Bento haveria de se deparar com a sua primeira grande dificuldade: destronar José Henriques da baliza. Claro que nem isso o desmotivou. Continuou a trabalhar com afinco e naturalmente, ao fim de algumas temporadas, com a capacidade de abnegação como sua principal bandeira, conseguiu impor-se como titular.
Como não é demais referir, modelo exemplar de entrega, essa sua vontade de guerreiro, levou-o muitas vezes, fora e dentro de campo, a tomar posições de verdadeiro líder. Ficam na memória tantas histórias. Como por exemplo aquelas em que se assumia como o marcador das grandes penalidades - "O Bento, certa vez, qualificou o Benfica. Sim ele é que nos qualificou: 0-0 na Luz e 0-0 em Moscovo. Prolongamento, penáltis e Bento defende o primeiro. O segundo foi para fora. O terceiro foi golo, mas aí já nós estávamos bem à vontade. E foi Bento quem marcou o penálti que nos apurou para a ronda seguinte. Bola para um lado, guarda-redes para o outro"* - relembra Toni, a eliminatória de 1977/78 da Taça dos Campeões frente ao Torpedo. Outros episódios houve, um pouco mais extremos é certo. Como aquele onde, num dos tantos derbies lisboetas, se desentenderia com o seu colega avançado do Sporting - "O Manuel Fernandes roçou com os pitons da bota na minha cabeça. Levantei-me normalmente e encostei o cotovelo na cara dele, que fez o seu papel e atirou-se para o chão. No dia a seguir ao jogo fomos almoçar e sanamos tudo o que se havia passado".
Ainda no papel de líder, Bento viveria um dos momentos mais conturbados do futebol português, quando já em pleno estágio para o Mundial de 1986, dá a cara pelas reivindicações do grupo de jogadores presentes em Saltillo. Aliás, para si, esse torneio não ficaria marcado apenas por esse caso. Infelizmente para Bento, o certame realizado no México acabaria por ser o princípio do fim da sua carreira. Num dos treinos que se seguiu à vitória sobre a Inglaterra, numa brincadeira a meio de uma das ditas sessões, o guarda-redes, à altura o titular da selecção, fracturaria a perna. Afastado dos restantes encontros, o regresso a Lisboa ficou marcado pelo esforço com que se entregaria à recuperação. A verdade é que nunca mais voltaria a ser o mesmo, aquele que, com o seu jeito pouco ortodoxo, maravilhou Platini no Euro 84, realizado em França - "Nunca vi ninguém defender tão bem durante um jogo".
Por todas estas e outras tantas histórias, pelos 20 anos em que esteve ao serviço do Benfica como jogador, pelos 16 títulos nacionais e presenças em 3 finais europeias, pelas 63 internacionalizações e, acima de tudo, pelo homem de caracter que foi, Bento será recordado como um dos melhores de sempre... o eterno "Homem de Borracha".


* retirado de "101 cromos da bola", Rui Miguel Tovar

371 - ANDRÉ CRUZ

Tendo despontado no Ponte Preta, cedo as suas exibições, que o pautavam como um defesa elegante e com uma técnica acima do que é normal, levaram-no à selecção brasileira. Tendo percorrido todos os escalões de formação do "Escrete", o primeiro grande evento em que participaria, um ano após a sua promoção a sénior, seriam os Jogos Olímpicos de 1988. Ao lado de outro grande central do futebol português, Aloísio, André Cruz e os seus companheiros, não iriam, nesse certame organizado na cidade sul-coreana de Seul, além da Medalha de Prata. Contudo, no ano seguinte, o defesa conseguiria erguer o troféu de vencedor da Copa América. Este, no entanto, seria o único ganho pelo seu país, isto porque nos outros grandes torneios em que viria a participar - Copa América 1995; Mundial 1998 - o Brasil voltaria a repetir a segunda posição.
Também a nível de clubes, André Cruz despertaria a cobiça de emblemas de uma monta maior. E se o salto para o Flamengo, poderá não ter surpreendido muita gente, já a rapidez com que o jogador transitaria do emblema carioca para o futebol europeu, passados apenas poucos meses de este o ter contratado, não deixa de ser de registo. De mala aviadas para a Bélgica, a sua mudança para o Standard Liège não lhe traria, certamente ao contrário do aspecto financeiro, grande acréscimo a nível desportivo. No entanto, esta sua experiência serviria de montra, e também de seguro, para que de outros campeonatos nele quisessem arriscar.
O passo seguinte dá-lo-ia ao serviço do Napoli que, longe de outros tempos e ambições, ainda assim era assíduo nas competições internacionais. Este bom, e inequívoco, modo de os atletas catapultarem a sua carreira, levou André Cruz, três temporadas depois, ao "gigante" Milan. Finalmente, o defesa internacional brasileiro estava numa equipa com capacidade de lhe garantir títulos. Foi isso mesmo que aconteceu, quando em 1998/99, conseguiu juntar ao seu currículo o Campeonato italiano, o "Scudetto".
O seu segundo troféu de campeão nacional conseguira-o já em Portugal. Com uma utilização abaixo do esperado, e depois de alguns empréstimos que o levaram a regressar ao Standard e ainda ao Torino, o defesa acabaria, já com 31 anos, por sair do Milan e vir reforçar o sector mais recuado do Sporting. Nessa janela de transferências do Inverno de 1999/00, os "Leões" apostavam forte na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa. Contratações como a do brasileiro ou ainda a do belga Mbo Mpenza, indicavam isso mesmo. A aposta seria a correcta, tanto que André Cruz rapidamente se impos no centro da defesa "verde e branca", dando com isso uma enorme ajuda para que, nesse fim de época, o jejum "leonino", de 18 anos sem vencer o Campeonato, fosse quebrado.
Com uma idade em que já não se espera grandes correrias, mas com exibições, onde os seus livres-directos eram como que a "cereja no topo do bolo", que contrariavam essa esperada condição, André Cruz manter-se-ia, nos dois anos seguintes, como um dos elementos principais do plantel sportinguista. Depois de vencer a Supertaça de 2000/01 e de ter conseguido a "dobradinha" no ano seguinte, a sua ligação com o emblema de Alvalade chegaria ao fim. Regressaria ao seu país natal, onde depois de representar Goiás e Internacional, poria, em 2004, um ponto final na sua carreira como profissional.

370 - ALOÍSIO

Produto das escolas do Internacional de Porto Alegre, Aloísio Pires Alves também deveria a sua formação às chamadas aos escalões jovens da selecção brasileira. Com a "Canarinha", o primeiro sucesso surgiria com a vitória na edição de 1983 do Mundial sub-20, disputado no México. Outro êxito viria com a participação do “Escrete” nos Jogos Olímpicos de 1988, organizados na cidade sul-coreana de Seul e de onde o Brasil sairia após conquistar a Medalha de Prata.
A evoluir, as participações nos torneios acima referidos, consagrariam Aloísio como uma das maiores promessas a actuar no eixo central do sector mais recuado. Com um sentido posicional de excepção, o jogador, ao aliar essa característica a uma superior mestria no que toca ao desarme dos adversários, passaria a ser aferido como um bom intérprete. Com tão bons predicados, seria sem grande surpresa que os "gigantes" do futebol europeu começariam a ver nele uma boa aposta. Nessa senda crescente, o passo seguinte dá-lo-ia, na temporada de 1988/89, na Catalunha. Contudo, o FC Barcelona acabaria por não ser o destino de sonho que o atleta, à partida, estaria a supor e sem o espaço pretendido para sublinhar as suas qualidades, o defesa jogaria um pouco menos do que o esperado.
Apesar de ter adicionado ao seu currículo, na primeira temporada com os “Blaugrana”, a vitória na Taça dos Vencedores das Taças, as suas expectativas enquanto atleta fá-lo-iam almejar outros projectos - "depois de dois anos no Barcelona tinha a oportunidade de dar continuidade à minha carreira e ganhar títulos. Costumo dizer que não me arrependo de ter tomado essa decisão"*. Como é fácil de adivinhar, a opção por si seguida ganharia corpo com a mudança para Portugal e há que concordar com a resolução do defesa, pois a transferência para o FC Porto viria a alterar, de forma positiva, a sua caminhada desportiva.
Onze temporadas cumpridas entre 1990/91 e 2000/01, fariam dele um dos históricos, não só do emblema da "Cidade Invicta", como de todo o futebol português. Durante esse período, Aloísio pouco mais faria do que juntar títulos ao palmarés pessoal. Com 19 troféus no currículo enquanto atleta do FC Porto, tal número ainda hoje mantem o defesa-central como o estrangeiro com mais provas conquistadas no cenário futebolístico luso. Claro que há outros dados a justificarem o tempo a mantê-lo como uma das principais escolhas no seio do plantel “azul e branco” e, por consequência, o estatuto auferido no grupo de trabalho. Nesse campo, há a frisar a constância de partidas jogadas por época, que fariam dele o nome mais utilizado durante os legendários anos do "Penta", ou mística transmitida aos companheiros de balneário e a consequente posse da braçadeira de capitão.
Depois de "pendurar as botas", Aloísio abraçaria a carreira de técnico que, ora como adjunto da equipa principal, ora como treinador-principal da equipa "b", viria a mantê-lo durante mais 5 temporadas ao serviço do FC Porto. Após essas primeiras experiências nos "bancos" e da passagem, para acompanhar o seu grande amigo Jorge Costa, pelo Sporting de Braga, Aloísio regressaria ao país natal para, na função de dirigente, assinar pelo Porto Alegre FC. Seria também com funções directivas que, em 2012, regressaria ao Norte de Portugal, mas dessa feita à cidade de Barcelos e para representar o Gil Vicente.

*retirado do artigo publicado por Ricardo Vara, a 22/08/2011, em http://paixaopeloporto.blogspot.com

369 - JOSÉ CARLOS

Benfiquista dos "sete costados", seria ao serviço das “Águias” que José Carlos acabaria o percurso formativo e onde, na campanha de 1985/86, subiria ao patamar sénior. No entanto, apesar da oportunidade dada ao defesa para integrar o grupo de trabalho a cargo de John Mortimore, a presença, no plantel principal, de jogadores como Minervino Pietra ou de António Veloso transformar-se-ia numa arrebatadora concorrência e na principal razão para que o lateral-direito, durante as duas primeiras temporadas com os “Encarnados”, não conseguisse passar de uma escolha secundária.
Após algumas épocas emprestado a outros emblemas, a campanha de 1988/89, a segunda ao serviço do Portimonense, revelaria um intérprete maduro e capaz de enfrentar outros desafios na divisão maior do futebol luso. Com uma assertividade acima da média, a capacidade defensiva mostrada começaria a surpreender os responsáveis pelo clube de origem. A somar a essa característica, igualmente bem vincada, surgiria a sua apetência para auxiliar, com cruzamentos certeiros, os colegas do ataque. Nesse sentido, José Carlos assumir-se-ia como um elemento a ter em conta para ajudar o Benfica em futuras contendas. Seria também a essa conclusão que chegaria Sven-Göran Eriksson e o atleta, para a temporada de 1989/90, acabaria chamado para junto das “Águias”.
Daí em diante, o lateral-direito, ao assumir-se como um dos mais importantes elementos do plantel “encarnado”, passaria a contar com uma média de mais de duas dezenas de partidas por temporada. Como um dos habituais titulares, nos 4 anos a seguir ao regresso à Luz, José Carlos transformar-se-ia num pilar dos sucessos colectivos dos “Encarnados”. Para além das conquistas de 1 Campeonato Nacional, 2 Taças de Portugal e 1 Supertaça, o defesa ainda faria parte do lote de jogadores que, frente ao AC Milan, jogariam a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1989/90. Ainda na senda do sucesso, outro prémio pelas suas boas exibições emergiria com a chamada à principal selecção portuguesa. Convocado por Artur Jorge, o jogador, a 29 de Agosto de 1990, entraria em campo frente à República Federal Alemã e nesse particular disputado com a “Mannschaft”, conseguiria a sua única internacionalização “A”.
Por tudo isso, muitos estranhariam que, no Verão de 1993, o seu nome aparecesse como um dos excluídos do plantel benfiquista. Dizem as "más-línguas" que muito desta sua "dispensa" teria começado ainda no ano anterior, após um encontro contra o FC Barcelona. Nesse desafio, decisivo para o apuramento para a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1991/92, José Carlos teria pela frente Hristo Stoichkov. Em abono da verdade, o lateral português não sairia bem na fotografia e com a derrota do Benfica por 2-1, muitos seriam os dedos a apontarem o defesa como o principal culpado do desaire.
Maus momentos à parte, a saída de José Carlos do Benfica, nem de perto, nem de longe, terminaria com a sua carreira. Já depois da passagem pelo plantel de 1993/94 do Estrela da Amadora, onde provaria não ter perdido qualquer das qualidades a fazerem dele um belo praticante, na temporada subsequente à cumprida na Reboleira, seguir-se-ia o Vitória Sport Clube. Na "Cidade Berço", o defesa voltaria aos maiores palcos internacionais, disputaria as competições europeias, mas, acima de tudo, continuaria a provar ser um dos melhores, na sua posição, a actuar em Portugal.
Já a entrar na derradeira fase da sua caminhada enquanto futebolista, ao atleta, ainda na 1ª divisão, surgiria o Belenenses de 1999/00. Por fim, antes de “pendurar as chuteiras”, emergiriam as campanhas com as cores do Atlético.

368 - PACO FORTES

 
 
Após a normal passagem pela equipa "b" do FC Barcelona, Paco Fortes, um ano após a referida promoção ao escalão sénior, haveria de conseguir afirmar-se no grupo principal "Blaugrana". Com presença habitual na metade ofensiva do meio-campo, o seu jogo, pautado pela rapidez e, principalmente, pela garra imprimida em todas os lances, levá-lo-ia, nessa temporada de 1975/76 e numa partida frente à congénere romena, à primeira e única chamada à selecção principal espanhola.
Após o sucesso inicial, as temporadas seguintes trariam ao médio-ofensivo algumas dificuldades e depois do empréstimo ao Málaga na temporada de 1976/77, o regresso ao clube de origem, apenas permitiria a Paco Fortes a assiduidade no banco de suplentes. Ainda assim, seria nas derradeiras temporadas ao serviço do emblema catalão que Paco Fortes venceria dois dos mais importantes títulos da carreira como futebolista: a Taça do Rei de 1977/78 e a Taça dos Vencedores das Taças de 1978/79. No entanto, apesar do fim da ligação à equipa onde tinha completado o trajecto formativo, Paco Fortes continuaria a actuar ao mais alto nível no seu país, inclusive, sem nunca abandonar o mais importante escalão da La Liga. Seguir-se-iam o Espanyol e o Valladolid, conseguindo no último emblema aludido e frente à equipa do Atlético Madrid, a proeza de vencer a edição de 1983/84 Taça da Liga.
A suceder a conquista do título ainda agora referido, surgiria, provavelmente, a decisão que, na vida de Paco Fortes, viria a alterar a sua história no futebol. Com 29 anos, o jogador aceitaria o convite vindo de Portugal e mudar-se-ia para o Algarve. No sul do país a partir da campanha de 1984/85, o médio, resultado da garra patente no seu jogo, rapidamente conquistaria os adeptos do Farense e nos anos a representar o emblema do Sotavento ganharia o direito de envergar a braçadeira de capitão.
Ao fim de 5 temporadas a representar o Farense como futebolista e depois de decidir “pendurar as chuteiras”, A faceta de líder só poderia levá-lo a uma nova função: a de treinador. À frente do balneário dos “Leões” algarvios, Paco Forte encaminharia o emblema aos melhores momentos da sua centenária história. Nas tarefas de técnico durante uma década, cimentaria a equipa como uma das habituais na 1ª Divisão; levá-la-ia à disputa da final da Taça de Portugal de 1989/90; conseguiria a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional, a 5ª posição em 1994/95 e alcançaria, como consequência da honrosa prestação na prova de maior prestígio no calendário português, a qualificação para as provas sob a alçada da UEFA.
Com a queda do Farense em graves problemas financeiros, o treinador catalão abandonaria o clube. Depois de mais algumas experiências ao comando de outras equipas, também ele acabaria por entrar numa fase complicada da vida pessoal. Ao regressar a Barcelona, sem emprego, ver-se-ia mergulhado em sérias dificuldades monetárias, perdendo a casa onde residia. Após algum tempo a morar numa carrinha, seria a Agrupacíon Barça Veterans, uma associação criada para auxiliar antigos atletas do clube, a dar-lhe a mão. Felizmente, o auxílio chegaria em forma de um novo emprego e Paco Fortes não enjeitaria a oportunidade. A trabalhar no Porto de Barcelona como controlador, a antiga estrela do futebol espanhol e português, encontraria um rumo para a vida e voltou a recuperar aquilo que sempre o havia caracterizado, a paixão perante os desafios.

367 - SHEARER

Nascido no Norte de Inglaterra, zona de Newcastle, seria na outra ponta do país que Alan Shearer cresceria como jogador de futebol. A história conta-se depressa e começaria quando o jovem praticante, à altura médio, decidiria tentar a sorte nas camadas jovens duma colectividade amadora da sua zona de residência, o Wallsend Boys Club. Ao serviço do modesto emblema, Alan Shearer acabaria por ser descoberto por um dos olheiros do Southampton. Depois de convidado a treinar-se durante o Verão, a boa impressão deixada fez com que os responsáveis do clube não pensassem duas vezes em relação à sua contratação e, desse modo, lá rumou o jogador à cidade do Sul de Inglaterra.
Apesar de não possuir muita velocidade, nem sequer uma altura espantosa para um atleta da sua posição, Shearer conseguiria compensar essas pequenas desvantagens com uma força física impressionante, um tempo de salto perfeito e um remate forte e a fazer do seu pé direito uma ferramenta rigorosamente talhada para os golos. Seria por essas qualidades que o avançado, ainda em tenra idade, haveria de quebrar um primeiro recorde. Numa partida contra o Arsenal, contava com 17 anos e 140 dias, o ponta-de-lança marcaria o seu primeiro "hat-trick" enquanto profissional, tornando-se no mais jovem futebolista na "Premier League" a consegui-lo.
Porém, não ambicionando o seu clube a grandes voos, seria com alguma normalidade que o avançado, talhado para o sucesso, começasse a cobiçar um pouco mais do que a glória que os "Saints" conseguiam oferecer-lhe. Nesse propósito, depois da estreia nos seniores durante a campanha de 1987/88 e ao fim de 5 anos a envergar sempre a mesma camisola, o crescente assédio de outros clubes, mormente a proposta apresentada pelo emergente Blackburn Rovers, tornaria impossível a sua permanência em Southampton. Na agremiação do condado de Lancashire a partir de 1992/93, o atacante encontraria um balneário cheio de craques, uma enorme ambição e, acima de tudo, a promessa de títulos. Nesse sentido, três anos bastariam para que o referido grupo de trabalho, muito à custa dos remates certeiros de Shearer – o primeiro atleta a marcar em Inglaterra mais de 30 golos em 3 temporadas consecutivas – conseguisse, na temporada de 1994/95, a tão almejada meta, ou seja, a conquista da Premier League.
Depois da participação na edição de 1995/96 da Liga dos Campeões e de, na mesma época, ter marcado presença e ter saído do Europeu realizado em Inglaterra consagrado pelo prémio de Melhor Marcador do torneio, Alan Shearer voltaria a protagonizar outro momento que ficaria para a história do futebol britânico. Convencido por Kevin Keegan, mesmo no derradeiro momento, a preferir o Newcastle em detrimento do Manchester United, o ponta-de-lança voltaria à sua terra natal. Claro que não seria esse regresso a ficar nos anais da modalidade. Digna de registo seria a maquia despendida pelo emblema do Nordeste na sua aquisição. Nada mais, nada menos que 15 milhões de libras, à altura um novo recorde mundial.
Apesar do esforço financeiro dos responsáveis do clube, o Newcastle que, por várias vezes, andaria bem perto da grandeza, acabaria por nunca conquistar um troféu. No entanto, apesar dessa frustração, Alan Shearer conseguiria, nos 10 anos em que esteve nos “Magpies”, adicionar alguns prémios individuais à sua conta pessoal. A saber: Melhor Marcador da Premier League em 1996/97, repetindo o feito de 1994/95 e de 1995/96; Melhor Marcador da Taça UEFA em 2003/04 e 2004/05; Jogador do Ano em 1997, repetindo a vitória de 1995. Por fim, a todas essas distinções há ainda a juntar o título de Melhor Marcador de sempre da Premier League, com 260 golos na competição.

366 - ADÃO

Nascido na cidade transmontana de Chaves, seria no Desportivo local que, na temporada de 1978/79, Adão subiria pela primeira vez a um relvado na condição de sénior. No entanto, a ligação ao clube tinha começado bem mais cedo, pois o seu pai, em tempos passados, havia sido um dos históricos jogadores da colectividade flaviense. Aliás, o laço ao progenitor seria tão importante para a sua actividade desportiva que o jovem Carlos Manuel Pereira Pinto, decidiria abdicar da própria identificação para, no mundo do futebol, passar a ser conhecido pelo nome do pai.
Depois do começo nas divisões secundárias, a transferência para o plantel de 1980/81 do Varzim, acompanhando a mudança do técnico José Carlos, antigo internacional sportinguista, seu treinador no Desportivo de Chaves e sogro, permitiria ao médio a estreia nos maiores palcos nacionais. Bem, isso não é, de todo, verdade! Adão, na condição de júnior, já tinha experimentado a camisola do FC Porto. Com os "Dragões" haveria de conseguir notoriedade suficiente para chegar, como avançado e como melhor marcador da equipa “azul e branca”, às convocatórias para as camadas jovens da selecção nacional. Contudo, desagradado com a ideia dos "Dragões" quererem, ao invés de promovê-lo à equipa principal, emprestá-lo a outro conjunto, o jogador decidiria não assinar o almejado contrato profissional, acabando por regressar à terra natal.
Onde Adão realmente conheceria o seu grande palco, viria a ser na cidade de Guimarães. Ao serviço do Vitória Sport Clube a partir da campanha de 1985/86, onde o destaque iria para o seu jogo tecnicista e com excelências no municiamento ofensivo das jogadas colectivas, as boas prestações levá-lo-iam à estreia na principal equipa da selecção portuguesa. A partida, um particular contra a Finlândia, seria disputado no contexto dos jogos de preparação para a campanha do Mundial de 1986, certame, para o qual chegaria a fazer parte de um primeiro grupo de atletas pré-convocados, mas onde não viria a marcar presença. Já a maioria das suas internacionalizações aconteceriam depois de disputado o torneio organizado no México. Na sequência do conhecido caso "Saltillo" e dos castigos impostos aos atletas por norma presentes, o médio passaria a ser um dos nomes habituais nas convocatórias para a "Equipa das Quinas" e as 11 internacionalizações conseguidas fariam dele o jogador com mais partidas disputadas por Portugal, enquanto atleta do mencionado emblema vimaranense.
Depois de disputar a final da Taça de Portugal de 1987/88, em que o Vitória Sport Clube perderia frente ao FC Porto, Adão decidiria rumar para sul e assinar contrato com o Belenenses. Logo nesse ano de estreia pelo conjunto do Restelo, o médio haveria de repetir a presença no Jamor. No entanto, ao contrário da experiência anterior, sairia ganhador do embate que, no termo da temporada de 1988/89, oporia a sua equipa à do Benfica.
Já após deixar Lisboa, a temporada de 1990/91 traduzir-se-ia pelo início da ligação do médio com o Penafiel. Nas 5 campanhas seguintes, que representariam os derradeiros anos de Adão como futebolista, o jogador, apesar de não ter conseguido acrescentar qualquer troféu ao palmarés, veria a sua importância a levá-lo a envergar a braçadeira de capitão da colectividade nortenha.

365 - BRUNO BASTO


Saído das “escolas” do Benfica numa altura em que o Alverca constituía o emblema “satélite” do "gigante" de Lisboa, seria no clube à altura dirigido por Luís Filipe Vieira, actual Presidente das "Águias", que Bruno Basto, na temporada de 1996/97, vestiria pela primeira vez uma camisola na condição de sénior.
No decorrer da segunda campanha ao serviço da colectividade ribatejana, as boas exibições por si perpetradas acabariam por fazer com que o lateral-esquerdo regressasse ao Benfica. Com um plantel depauperado em termos de qualidade, Bruno Basto haveria de impor-se com toda a naturalidade. A ocupar o lado canhoto da defesa “encarnada”, o jovem jogador destacar-se-ia pela rapidez e pela garra a percorrer o seu corredor. Com alguns pontos técnicos e tácticos a limar, a postura mantida dentro de campo faria projectar nele um bom futuro. No entanto, a instabilidade vivida no clube, principalmente para os atletas carentes de algum tempo para consolidar as suas habilidades, acabaria, de certa maneira, a prejudicá-lo. Com um dos aspectos dessa crise a dizer respeito à urgência dos encaixes financeiros, a sua saída precipitar-se-ia e a proposta apresentada pelos gauleses do Bordeaux tomaria contornos de irrecusabilidade.
Com a chegada a França a acontecer na temporada de 2000/01, Bruno Basto daria continuidade ao bom trabalho que vinha a realizar em Portugal. Com a entrega como a principal arma das suas exibições, o lateral-canhoto, frequentemente, veria o seu nome a aparecer no rol dos titulares para os encontros a disputar. De entre muitos nomes com quem partilharia os balneários do clube francês, Bruno Basto encontrar-se-ia também com Pauleta e juntos, numa final frente ao Lorient, venceriam aquele que é o único troféu conseguido na carreira do antigo internacional sub-21 português, a Taça da Liga Francesa de 2002/03.
Após a primeira aventura no estrangeiro, a sua vida tomaria contornos algo nómadas e com os resultados desportivos, quase sempre, aquém do esperado. Depois da mudança, já com a campanha de 2004/05 em andamento, para o Feyenoord e de, no ano seguinte e com as cores do Saint-Étienne, ter tido uma nova passagem por França, Bruno Basto regressaria a Portugal, onde, na edição 2006/07 do Campeonato Nacional da 1ª divisão, passaria a representar o Nacional da Madeira. Todavia, os parcos resultados tirados da experiência vivida no Funchal, levariam o defesa, no intuito de tentar relançar a carreira, a apostar na Rússia. O pior emergiria quando o atleta, no prometido “El Doroado”, deixou de receber os salários. Na sequência da rescisão do contrato, o lateral decidiria abandonar o Leste europeu. Contudo, sem conseguir encontrar uma colectividade que fosse de encontro às suas expectativas, o ano de 2010, quando contava apenas 32 anos de idade, representaria o termo da sua carreira enquanto futebolista profissional.

CROMOS PEDIDOS 2013

Como o mais importante são aqueles que nos vão seguindo, vizinhos a mais um aniversário, o terceiro, o "Cromo Sem Caderneta" decidiu chamar para a frente os nossos leitores. Como vem sendo hábito em Junho, é deles o "blog". Assim, mais uma vez, sujeitámos uma pequena lista de antigos atletas a sufrágio. Depois de escolhidos os preferidos, é altura de confirmar quem foram os eleitos. Contudo, desta feita, resolvemos dar um pequeno "twist" a esta nossa eleição e ao invés de uma simples lista de futebolistas, conseguimos eleger um melhor "onze"!!! Por isso, durante os próximos tempos, não perca aqui, no lugar do costume, os "Cromos Pedidos 2013".