572 - TONY SEALY

Tendo sido um atleta com várias presenças em equipas do escalão maior inglês, a verdade é que Tony Sealy raramente conseguiu impor-se nesses mesmos planteis.
Southampton e Crystal Palace seriam as primeiras equipas, a que se ligaria em termos contratuais. Inevitavelmente, tanto numa, como na outra, a incapacidade de conseguir arranjar espaço entre os elementos do ataque, resultaria em lógicas cedências. Nesta senda, seria já após um bem-sucedido empréstimo ao Port Vale (4ª divisão), que Terry Venables, o treinador que o tinha contratado para o Crystal Palace, o leva consigo para o Queens Park Rangers. Contudo, e se de início, a mudança de clube resultaria em nova cedência, já a temporada de 1982/83 traria um novo paradigma à carreira do avançado.
A disputar a segunda divisão inglesa, o Queens Park Rangers era um dos fortes candidatos à subida. Num plantel onde posso fazer referência ao defesa Terry Fenwick, o nome que mais se destacaria no sector ofensivo, seria o de Tony Sealy. Pequeno, mas forte fisicamente, a velocidade com que conseguia movimentar-se no último terço do terreno, era a sua grande arma. Essa rapidez, fazia com que fosse uma enorme dor de cabeça para quem o tentasse marcar. Aliado a isto, Sealy começaria a marcar golos. Tantos eram que, nessa época de 1982/83, tendo sido o melhor marcador da equipa, acabaria como um dos principais responsáveis pela promoção do clube.
A competição entre os grandes do futebol, mais uma vez, acabaria por afectar o rendimento do atleta. Eclipsado por outros mais afoitos, o estigma do insucesso, por esta altura, parecia querer acompanhá-lo muito para além daquilo que era espectável. Afastado das grandes provas durante o par de anos que se seguiria, seria o Leicester a resgatá-lo a este adverso destino.
Após ter representado o Fulham, para a época de 1985/86, o avançado marcaria nova presença na primeira divisão. Com o emblema da raposa a figurar na sua camisola, Tony Sealy mostrar-se-ia mais adaptado às exigências competitivas. Com um balanço que o revelava como um dos que, regularmente, era utilizado, nada faria prever que a temporada seguinte fosse uma nova decepção. Ora, é já neste oscilante registo de altos e baixos, que o atacante chega a Lisboa.
No Sporting o começo é auspicioso. Comandado pelo, também inglês, Keith Burkinshaw, Tony Sealy transforma-se numa verdadeira arma apontada às balizas adversárias. Em Dezembro, acaba por vencer o seu único troféu em Portugal. No entanto, essa vitória na Supertaça não impede o despedimento do treinador britânico. Esse afastamento, seria a premonição para a revolução perpetrada pelo recém-eleito presidente, Jorge Gonçalves.
A "limpeza de balneário", juntamente com a contratação de novos futebolistas, surpreendentemente, leva à dispensa do avançado. A solução para o seu futuro, um ano após a sua chegada a Portugal, é encontrada no norte do país. Mas a passagem pelo Sp.Braga seria ainda mais breve do que a sua estadia em Alvalade. Pouco tempo depois de ter chegado à "Cidade dos Arcebispos", Tony Sealy acaba por voltar a Inglaterra.
Este regresso determinaria o princípio do fim da sua carreira. Voltaria a jogar nos escalões inferiores, teria uma passagem pela Finlândia (Mypa 47), e haveria de pôr um ponto final nesta sua etapa profissional, depois de se mudar para Hong Kong.
Seria mesmo pela Ásia que o antigo jogador permaneceria. Aí radicado, começa a exercer novas funções no mundo do futebol. Passa, então, aos afazeres de treinador, e, algum tempo depois, abraça as responsabilidades de dirigente.

571 - PAUL MURRAY

Tendo dado bons sinais no Carlisle, os responsáveis do Queens Park Rangers decidem que um empréstimo seria a melhor maneira de aferir a sua real qualidade. O salto do terceiro escalão para a "Premier League", pareciam justificar essa tomada de precaução. O jovem atleta, no entanto, em nada se mostraria afectado com tão radical mudança. Forte, lutador, que de bom tanto tinha a defender, como a auxiliar os seus colegas do ataque, logo transformou esse teste em seguro sucesso.
A época seguinte traria a Paul Murray um contrato definitivo com os de Londres. Mas muito para além da ligação contratual, o centrocampista também conseguiria assumir-se como um dos principais pilares, na estratégia da equipa.
Esse estatuto de titular, levá-lo-ia, primeiro na categoria de s-21 e depois nos "BB", a ser chamado à selecção inglesa. É já como internacional e, ainda que na segunda divisão, com a vida a correr-lhe bem no clube, que o sonho de Paul Murray sofre os primeiros reveses. As amaldiçoadas lesões, começam, sistematicamente, a bater-lhe à porta - "Todas as minhas lesões foram sérias! Tive os dois pés e uma perna partida. Sempre pensei para comigo, «porque raio me lesionei outra vez?». Fiz tudo bem, mantive-me em forma, mas foi apenas uma inacreditável má sorte"*.
Ainda assim, Pau Murray continuaria a merecer a confiança dos seus técnicos. Nesse sentido, ele que já estava há mais de 5 anos no clube, é lhe apresentada uma proposta de renovação. Contudo, a situação financeira do Queens Park Rangers não era a melhor. Mergulhados numa crise, para os dirigentes do clube, a única saída possível era a redução dos salários dos jogadores.
 Neste contexto, a proposta apresenta a Paul Murray não seria, de forma alguma, a que este estaria à espera. Entre reduzir o salário para metade e ficar nas divisões secundárias, ou estudar outras propostas de emblemas primodivisionários, o médio decidir-se-ia pela segunda opção.
Primeiro veio o Newcastle. Mas o seu historial de lesões, haveria fazer com que os "Magpies" o chumbassem nos exames médicos. Depois apresentou-se em Southampton. Aí a história foi diferente. Foi considerado apto e, até, começou a ser utilizado com regularidade. No entanto, os técnicos do clube achavam que as características de Paul Murray eram mais úteis noutras posições. Já farto de jogar fora da sua posição natural, é então que o atleta decide tomar uma atitude arrojada - "Eu joguei a defesa esquerdo, a defesa direito, lateral em todos os lados, menos a centrocampista! Fui falar com o Gordan Strachan [treinador principal], disse-lhe que queria jogar no meio campo, e acabei nas reservas"*.
Depois desta despromoção, e com vontade de participar em mais encontros, Paul Murray fala com o seu agente. Apostado na saída, cede à proposta do seu antigo "manager" no QPR, e escolhe para seu novo clube, o Oldham Athletic. 
Esta sua opção, durante alguns anos, mantê-lo-ia afastado dos patamares principais da modalidade. Seria para contrariar esse caminho, que Paul Murray volta a aceitar novo desafio de Mick Wadsworth. Desta feita, o convite do treinador levá-lo-ia a Portugal. Ao Beira-Mar chega com o rótulo de craque. Mas, ao contrário das expectativas criadas, o médio não conseguiria impor o seu futebol. Volta à sua terra natal e ao velho conhecido Carlisle.
Passados dois anos, mais uma vez pela mão de Mick Wadsworth, Paul Murray chega a uma primeira divisão. Na Escócia, ao serviço do Gretna FC, tudo parecia alinhado para que a sua carreira voltasse ao rumo certo. Contudo, o clube, inexperiente nestas andanças, falha os seus objectivos. Ainda assim, a prestação de Paul Murray, como um dos mais utilizados, é bastante aceitável.
Nem esse balanço positivo, o leva reconsiderar na posição de deixar o país. O regresso a Inglaterra não lhe traz mais do que contractos em clubes de menor monta. É já depois de representar Shrewsbury e Hartlepool que, de volta ao Oldham, decide em 2013, passar da carreira de futebolista para a de treinador.


* retirado da entrevista de Ron Norris, em "QPRnet.com"

570 - PHIL MURPHY


Por mais que queiramos revolver todo um manancial de dados, por mais que o mundo da "internet" nos dê as mais variadas histórias, há, de quando em vez, um qualquer jogador que escapa a toda essa rede de informação. Hoje, esse atleta é Phil Murphy!
Pelo menos para quem, de mais perto, tem por hábito acompanhar o desporto, é certo que o antigo avançado inglês tem um lugar num imaginário longínquo. A frequência com o seu nome saltava dos “relatos da bola”, numa altura em que a informação estava restrita às telefonias ou aos jornais desportivos, faz com que a sua imagem ainda perdure na memória de alguns. Esses anos 80, distantes demais para que, de uma forma mais consistente, se conseguisse arrecadar algumas histórias, ainda assim, deu-nos ferramentas para que possamos apresentar mais este "cromo"!!!
De Phil Murphy, então, sabemos ser natural de Liverpool. Com certeza, como todos os que se dedicaram, e dedicam, à modalidade, o atacante há-de ter tido um qualquer percurso nos patamares de formação. Sendo isto muito fácil de entender, já o que de palpável nos sobra, ou seja, informação concreta, é que Phil Murphy chegaria a Portugal, adolescência deixada para trás, com o intuito de representar o Nacional da Madeira.
É desse modo que, para a temporada de 1982/83, ainda militavam os funchalenses na 2ª Divisão Nacional, o avançado é apresentado aos adeptos. Esse seu ano de estreia, marcaria uma relação curiosa entre o jogador e o clube sediado na cidade do Funchal. É que, se por um lado, a ligação de Phil Murphy com os "alvi-negros" tem um cômputo de meia dúzia de anos, a verdade é que essa união não seria feita de forma continuada. O que quero dizer com isto, é que, desde esse instante em que aterraria no arquipélago, a sua carreira iria alternar o rumo entre Portugal e Inglaterra.
Depois deste primeiro período no nosso futebol, o Blackpool haveria de entrar no seu currículo. Mesmo estando a falar de um clube histórico no futebol britânico, essa época de 1984/85, acabaria por não trazer nada de mais a Phil Murphy, do que uma presença no quarto escalão. Para além disto, e da pouca frequência com viria a ser utilizado, de destaque só mesmo o facto de o jogador ter partilhado o balneário com Paul Stewart (internacional inglês) e com o antigo defesa do Maia, Alex Dyer.
Seria já após uma segunda passagem por Portugal e de contratos assinados pelo Burnley e Witton Albion, que o seu regresso ao nosso futebol é, mais uma vez, saudado. Mais três anos de boas exibições, com uma quantidade de golos "q.b.", já davam a Phil Murphy um cantinho nas recordações dos que vivem o Nacional. Contudo, o que o levaria atingir o estatuto de "histórico" seria a primeira presença do clube na mais importante divisão portuguesa.
Essa estreia, resultado da promoção conseguida em 1987/88, haveria de ter a participação, em ambos os capítulos, do avançado. No entanto numa equipa onde Dino era "rei e senhor" no sector ofensivo, Paulo Autori nunca elevaria o inglês a titular absoluto.
O seu laço com o clube madeirense desfazer-se-ia na época de 1989/90. Depois dessa saída, e de ainda ter estado associado ao Workington, não tenho qualquer conhecimento de como terá evoluído a sua carreira. Reformado, ou não, é uma incógnita! A única verdade é que, depois dos 30 anos, o rasto de Phil Murphy parece ter desaparecido!!!

569 - BRIAN DEANE

Seria ainda nos escalões mais baixos do futebol profissional inglês, que Brian Deane iria trocar o Doncaster pelo Sheffield United. Ainda que a jogar na mesma divisão (3ª), o passado do seu novo clube permitia ao avançado sonhar com outros horizontes. E se tal preposição era, no início, algo de muito vago, rapidamente se constataria que a mudança havia sido muito benéfica.
De degrau em degrau, o Sheffield United chega ao principal patamar do futebol britânico. Com Brian Deane a confirmar a sua veia goleadora, ele que era o grande marcador da equipa, bastaram dois anos para que o regresso aos grandes desafios fosse uma realidade. Mas se para o clube era o esperado retorno, já para o avançado, a época de 1990/91 seria a sua primeira.
Talvez por ser um estreante, as espectativas em relação ao ponta-de-lança não fossem as mais elevadas. Mesmo assim, e com toda a pressão a incidir sobre o atleta, Brian Deane acabaria por mostrar uma consistência espantosa. Possuidor de um figurino alto e possante, o atacante cedo mostrou ser um pesadelo para as defesas contrárias. O desgaste que conseguia perpetrar nos seus oponentes, aliado a um forte jogo aéreo, começariam a deixar as suas marcas. E se todos estes aspectos faziam com que o seu nome fosse cada vez mais falado, mais notabilizado ficaria quando, frente a frente ao guardião Peter Schmeichel (Manchester United), Brian Deane marca o primeiro golo da recém-criada "Premier League".
Claro que não foi este momento que fez dele uma estrela. Também ajudou, é certo! Contudo, e como já o referi, aquilo que verdadeiramente haveria de catapultar a sua carreira, seria a relação vitoriosa que tinha com as redes adversárias. Esses mesmos golos levá-lo-iam, num particular disputado frente à Nova Zelândia, a ser chamado à  selecção inglesa. Seria, então, já com o estatuto de internacional, que, no defeso de 1993, assinaria pelo clube da sua cidade natal. A jogar pelo Leeds United, num contexto onde a concorrência por um lugar no onze inicial era bem maior, Brian Deane já não conseguiria um tão grande destaque. Não quer isto dizer que as suas capacidades tivessem piorado. Muito pelo contrário, este novo universo, com a presença no plantel de atletas como Yeboah, Brolin ou Rush, ou mesmo a participação nas competições europeias, tornar-se-ia para o avançado num manancial de aprendizagem.
Seria já como um jogador experiente, que em 1997/98, depois de nova passagem pelo Sheffield United, chega ao Benfica. Numa temporada conturbada, como só as do "reinado" de Vale e Azevedo conseguiriam ser, o atacante faz a sua estreia na primeira jornada da segunda volta. Sob a alçada de Graeme Souness, que haveria de impor um tão britânico 4x4x2, Brian Deane torna-se numa peça fulcral. Posicionado ao lado de Nuno Gomes, logo começa a mostrar o seu valor. A marcar golos ou a oferecê-los aos seus companheiros de equipa, o carinho com que os adeptos reconhecem o seu esforço, cresceria de jogo para jogo.
A instabilidade vivida para os lados da "Luz", levariam a que a sua estadia em Portugal fosse muito curta. Ainda assim, as boas exibições que efectuaria, aliadas a golos importantes, levariam a que a sua cotação subisse em flecha. Vendido por um montante três vezes superior àquele pelo qual tinha sido adquirido o seu passe, Brian Deane regressa a Inglaterra. No Middlesbrough continua a mostrar à "Premier" todo o seu valor. No entanto, a idade começa a pesar. Depois de algumas temporadas mais no patamar máximo do futebol inglês, onde ainda representaria o Leicester, começa a vogar pelo segundo escalão.
É já depois de alguns anos, que se caracterizariam pela constante mudança de emblemas, e depois de uma curta experiência nos australianos do Perth Glory, que Brian Deane decide o seu afastamento dos relvados. Mas apesar do fim anunciado, a separação, por razão da sua paixão pela modalidade, não duraria muito tempo. Desse modo, dá início à sua actividade de treinador. É já nessas funções que, após alguns anos de experiência no futebol universitário, se aventura em mais uma aventura no estrangeiro e assina pelos noruegueses do Sarpsborg 08.

568 - BARRY WELLINGS

Produto das escolas do Everton, Barry Wellings, tal como tantos que saem da "formação" dos clubes, não conseguiria as chances que, por certo, ele pensaria merecer. Ao fim de algum tempo a jogar pelas "reservas" de Goodison Park, o atacante, sem conseguir um lugar no plantel principal, decide avançar para uma aposta arriscada.
É assim que, no Verão de 1978, o futebolista deixa a cidade de Liverpool. Assina pelo modesto York e, deixando o sonho primodivisionário para trás, passa a alinhar no quarto escalão inglês. Com esta mudança, Barry, acima de tudo, procurava relançar a sua vida profissional. Começa a jogar com mais regularidade e, como é pedido a alguém da sua posição, até vai marcando alguns golos. Contudo, e ao invés do que seria normal para as ambições de alguém vindo de um "histórico", as metas do seu novo emblema mantê-lo-iam afastado de demandas mais vitoriosas.
Talvez à procura de outros objectivos, o atacante, ao fim de duas temporadas, muda-se para o Rochdale. Ainda que na mesma divisão, não lhe faltariam oportunidades para que conseguisse catapultar a sua carreira. Ainda assim, e mesmo com a regularidade com que passa a ser chamado ao alinhamento inicial, os números que apresentava acabariam por não abonar muito em seu favor.
Com fama de perdulário, Barry Wellings vê o seu espaço a reduzir-se. Deixa o clube e, durante os tempos seguintes, começa a deambular por uma série de diferentes emblemas. Seria nesta senda, e já depois de vestir as cores de Tranmere Rovers, Northwich Victoria, Oswestry Town e Swansea, que a melhor oportunidade da sua vida chegaria.
Sendo um completo desconhecido do futebol português, terá sido com espanto que os adeptos da Académica de Coimbra, ia adiantada a temporada de 1984/85, vêem, como reforço para o sector mais ofensivo da equipa, ser anunciado o seu nome. Depois de um resto de época não muito esplendoroso, é já na campanha seguinte que o avançado nascido em Liverpool, vê o seu estatuto mudar. Raçudo, sem nunca virar a cara a um lance, Barry (por esta altura já tinha perdido o sobrenome!) começa a ser estimado pela sua faceta batalhadora. E se entre a massa adepta da briosa, a sua fama crescia exponencialmente, entre os responsáveis pelo departamento técnico, a sua cotação também era a melhor.
Aproveitando as suas características guerreiras, alguns dos treinadores começam a chamá-lo para posições mais recuadas do terreno. Tanto no ataque, como no centro do terreno, as suas exibições eram dignas da titularidade. Sendo um dos mais utilizados, muito haveria de contribuir para as temporadas que os “Estudantes” passariam na Primeira Divisão.
Seria já depois deste seu período em Portugal, onde, também experimentaria o sabor da despromoção, que Barry voltaria ao seu país natal. Numa fase descente da sua carreira, e depois de um ano, aparentemente, sabático, o avançado assina pelo Southport. Joga durante mais uns tempos nos patamares amadores de Inglaterra, e, já nos anos 90, acaba por decidir-se pela reforma.

567 - RALPH MEADE

Tendo feito percurso nas camadas jovens do Arsenal, Ralph Meade chegaria aos seniores do clube no início da década de 80. A jogar pelas "reservas", o seu poderio físico, aliado a um sentido de baliza bem apurado, faziam dele um dos melhores goleadores nesse escalão. Com o crescer do seu sucesso, esperava-se pela merecida integração na categoria principal dos "Gunners". A espaços lá ia tendo umas oportunidades, às quais ia respondendo positivamente. É, então, que uma grave lesão o atrasa, nessa corrida para ganhar um lugar na equipa. Depois de uma longa recuperação, o avançado regressa com a vontade intacta. Contudo, a força que tinha para vencer, dessa feita iria embater na forte concorrência para o sector ofensivo da equipa londrina.
Depois desses primeiros anos, em que viveria na sombra dos seus colegas atacantes (Tony Woodcock; Alan Sunderland; Niall Quinn), Ralph Meade decide aceitar a proposta do Sporting Clube de Portugal e mudar de ares. Em Lisboa, a possibilidade de um lugar garantido, também não se desenhava num fácil cenário. Desta feita, os nomes que complicavam a vida ao britânico eram, nada mais, nada menos, que os de Manuel Fernandes e Jordão. Mesmo com a forte concorrência dos internacionais portugueses, o avançado ia conquistando o seu lugar. Os golos iam aparecendo e a maneira voluntariosa como encarava cada lance, faziam com que das bancadas os aplausos surgissem em crescendo.
A jogar no centro do ataque ou, com a chegada de Keith Burkinshaw, um pouco mais descaído para as alas, Ralph Meade ia cumprindo com boas exibições. Foi, por isso, com surpresa, que os adeptos do clube leonino receberam a notícia da sua partida. Primeiro num empréstimo ao Betis de Sevilha e, já a título definitivo, nos escoceses do Dundee United, Ralph Meade afastar-se-ia do futebol português. Para trás ficava a memória de um bom jogador, de mais de 4 dezenas de golos e de um, muito especial, na goleada por 7-1, frente ao Benfica.
Quem, com certeza, também ficou com saudades destes dois anos passados no Estádio de Alvalade, foi o próprio jogador. É que a partir da sua saída, nada mais para si pareceu correr de feição. Nada, nem mesmo a passagem pelo principal escalão inglês ao serviço do Luton, conseguiria dar ânimo ao avançado. Desse modo, a sua carreira entraria numa espiral descendente, que o levaria a deambular por diversas colectividades e por um par de outros países.
Depois de ter vestido as camisolas de Ipswich, Plymouth e Brighton, ou de clubes estrangeiros como o Odense (Dinamarca) e Ernest Borel (Hong-Kong), Ralph Meade, quando já jogava nas divisões amadoras de Inglaterra, decidir-se-ia pelo seu afastamento dos relvados.

566 - MICHAEL THOMAS

Já tinha regressado de um pequeno empréstimo ao Portsmouth, quando é chamado à estreia pelo Arsenal. A presença no "derbie" frente ao Tottenham, sem que ainda se soubesse, já dava a Michael Thomas o direito de figurar na lista de vencedores da Taça da Liga de 1986/87. Para final de Wembley, dando continuidade a uma época positiva, o seu nome também faria parte do grupo de convocados. Começaria no banco, para, na parte final, entrar no encontro e ajudar na vitória frente ao Liverpool.
Curioso é que, depois desta primeira conquista, o clube da cidade dos "Beatles" acabaria por se tornar num talismã para os seus êxitos. Duas épocas passadas sobre esta vitória, já o antigo lateral-direito tinha sido transformado num médio-centro, e o Liverpool voltaria a marcar presença na sua senda de sucessos. Em Anfield preparava-se a derradeira jornada da liga de 1988/89. O Liverpool recebia o Arsenal, com os quais disputavam a liderança da tabela classificativa. Para os da casa bastava não perderem por mais de um golo, para que se sagrassem campeões. O jogo começa a ficar mau para as ambições dos "Reds", quando os forasteiros marcam aos 52 minutos. Ainda assim, faltava mais um golo para que os "Gunners" conseguissem levar o troféu para casa. É então que, a segundos de terminar o período de descontos, Michael Thomas entra de rompante pela área adentro e, frente a Bruce Grobbelaar, concretiza o tento que levaria o Arsenal ao topo do pódio.
Mas o destino do atleta parecia mesmo estar ligado à cidade do estuário do Rio Mersey. Após perder algum protagonismo no Arsenal, o internacional inglês (seria chamado 2 vezes à selecção por Bobby Robson) começa a equacionar a sua saída. Pensa em Espanha, pensa em Itália, mas a oportunidade acaba por surgir de onde menos se esperaria. Tido como responsável por um dos piores momentos da história do Liverpool, a última coisa que, por certo, o médio estaria a cogitar, era uma mudança para tal clube!!! A verdade é que, com a chegada de Grame Souness a Anfield, o tal convite acabaria mesmo por aparecer!!!
E se é do antigo astro escocês a responsabilidade de contratação de Michael Thomas pelo Liverpool, seria também dele a culpa da sua mudança para Portugal. Ora, estava o Benfica em pleno reinado de João Vale e Azevedo, quando Souness decide povoar o balneário "encarnado" com estrelas britânicas. Entre outros, Michael Thomas apresenta-se como a solução do técnico para o centro do terreno. Mas se as coisas para o lado da Luz já andavam "às mil maravilhas", então, Thomas viria a adocicar, ainda um pouco mais, as vontades do "Terceiro Anel".
Molengão, sem conseguir trazer quaisquer soluções - ofensivas ou defensivas - para o miolo do campo, dizia-se que o seu raio de acção não passava dos 10 metros centrais. Com tanta contestação às suas fracas exibições, a sua situação agravar-se-ia com o despedimento de Souness. Para piorar um cenário que, de si, já não era famoso, durante um treino, Thomas envolve-se em cenas de pugilato com Kandaurov. O resultado, como que a ir de encontro ao que era pedido pelos adeptos, é o afastamento do atleta!!!
O inglês acaba por passar à equipa "B" das "Águias"!!! Daí, e já depois de um contencioso com o clube, Thomas deixa Lisboa. Volta à sua Londres natal e, para a época de 2000/01, assina pelo Wimbledon. A jogar no segundo escalão, o centrocampista, que, ainda assim, não era muito velho (33 anos), parecia ter perdido o fulgor que o tinha caracterizado, aquando das suas passagens por Highbury e Anfield. Se por culpa das "Big Balls", ou não, nunca haveremos de saber!!! O que é certo é que, no final dessa mesma temporada, Michael Thomas tomaria a decisão de se reformar!!!!

565 - BOBBY ROBSON

Jogava pelas camadas jovens da colectividade da sua aldeia, quando começaram a chegar-lhe propostas de clubes profissionais. Middlesbrough, Fulham e Newcastle eram, por essa altura, os nomes que tomavam a dianteira pelo seu concurso. Para desgosto de Bobby Robson, enquanto que os dois primeiros emblemas até pareciam mostrar alguma vontade na sua contratação, o Newcastle, clube do qual era adepto, cada vez mais parecia afastado desse querer.
Propostas analisadas e a escolha do jovem interior direito apontaria para o clube de Londres. Se para trás ficava o sonho de jogar em St. James Park, Bobby Robson tinha à sua frente a possibilidade de fazer carreira na modalidade que o apaixonava. Engraçado é que, diante deste cenário auspicioso, o jovem futebolista decide seguir o conselho do seu pai. Assina contrato, mas, em simultâneo, mantem-se no ofício que tinha aprendido na sua terra. Com treinos à noite e, durante o dia, na função de electricista, Bobby Robson passa os primeiros tempos na capital inglesa. Contudo, a exigência dessa sua rotina, leva-o a constatar que a harmonização de ambas as actividades era, para si, prejudicial, passando a dedicar-se, em exclusivo, ao futebol.
A sua primeira temporada (1950/51) levá-lo-ia à estreia na maior divisão inglesa. Até aqui tudo bem! No entanto, e como o próprio viria a reconhecer, a modéstia com que o clube se vestia, faria com que a manutenção acabasse sempre numa luta muito difícil. A temida despromoção, previsível, acabaria mesmo por acontecer na temporada de 1951/52. Seguir-se-iam 4 épocas, em que Bobby Robson acabaria vetado ao afastamento dos grandes palcos. Esse período terminaria, quando o W.B.A se interessa pela sua aquisição.
£25.000 depois, recorde para o emblema de West Bromwish, e o avançado estava de volta aos maiores desafios do futebol britânico. O seu regresso e o crescente de boas exibições que ia rubricando pelo grupo das Midlands, levariam com que os responsáveis da F.A. (federação inglesa) começassem a olhar para ele como um bom elemento a juntar às convocatórias.
A primeira internacionalização, naquela que viria a ser uma das melhores temporadas ao serviço do W.B.A., acabaria por acontecer em Novembro de 1957. E se esse encontro frente à França, por ser o de estreia na principal selecção inglesa, já estaria envolto em algo de diferente, a exibição de Bobby Robson, com dois golos marcados, torná-lo-ia ainda mais especial.
O jogo frente aos gauleses, lançá-lo-ia para um percurso de duas dezenas de partidas com a camisola dos "três leões". Pela Inglaterra seria chamado para o Mundial de 1958 e de 1962. Faltaram-lhe os títulos. Aliás essa seria uma constante na sua carreira, que só seria contrariada depois de Bobby Robson ter "pendurado as chuteiras".
Após o final da sua vida como futebolista, que aconteceria depois de um regresso ao Fulham e de uma derradeira passagem pelos Vancouver Royals, Bobby Robson decide-se pelas funções de treinador. Começa, exactamente, pelos de Craven Cottage, mas os maus resultados depressa o entregam à sua primeira "chicotada".
Depois deste início atribulado, ainda assim, o Ipswich decide apostar no seu contributo. Umas primeiras temporadas de calibre medíocre, não seriam suficientes para que a direcção do clube perdesse a confiança no técnico. Ainda bem, pois, daí em diante, os resultados de tal teimosia trariam muitas alegrias a todos que viviam o clube. Com uma estrutura assente na formação, o Ipswich começa a tornar-se, nos anos 70, num dos melhores clubes por "Terras de Sua Majestade". Os lugares cimeiros na tabela classificativa, com a correspondente qualificação para as provas europeias, pareciam querer indicar isso mesmo. Melhor, só mesmo os títulos. Esses chegariam com a vitória na Taça de Inglaterra de 1977/78 e com a conquista da Taça UEFA de 1980/81.
Estes troféus, ainda por cima, conquistados por um clube que, tradicionalmente, não estava habituado a estas andanças, trariam a Bobby Robson a aura de grande treinador. Resultado disto seria o convite para liderar a equipa nacional inglesa. Mais uma vez, os primeiros anos acabariam por não trazer os resultados esperados. Falha a qualificação para o Euro 84 e entrega a demissão. Contudo, o seu pedido não é aceite. Continua e não voltaria a falhar mais nenhum dos grandes certames de selecções.
A vontade de treinar, todos os dias, um grupo de jogadores, depois de um 4º posto no Mundial de 1990, fá-lo aceitar o convite do PSV. A entrada num contexto diferente, leva-o a estranhar muitas das coisas que por lá se passavam - "Um profissional inglês aceita as decisões do seu treinador. Aqui, depois de todos os jogos, os suplentes fazem-me uma visita". Mas nem esta gestão difícil, onde Romário era o problema nº 1, faz com falhe nos seus objectivos. Nas duas épocas em que se sentaria no banco dos de Eindhoven, Bobby Robson acabaria por vencer, em ambas, o Campeonato holandês.
É depois desta primeira aventura no estrangeiro, que o técnico inglês chega a Portugal. Quem o acolhe, a convite de Sousa Cintra, é o Sporting Clube de Portugal. Com uma estratégia ajustada em bons internacionais, como Balakov, Iordanov ou Valckx, e na ascensão de grandes promessas - casos de Figo, Peixe ou Capucho -, os "Leões" perfilavam-se como um forte candidato aos títulos. Após uma primeira época (1992/93) onde ficariam pelo último lugar do pódio, a segunda temporada de Bobby Robson começava a mostrar resultados. Mais acutilantes na forma de jogar, os de "Alvalade" seguiam no comando do Campeonato, quando, para a terceira ronda da Taça UEFA, calha em sorte o Casino Salzburg. Opositor fácil, pensaram os responsáveis leoninos. O que é certo é que os austríacos (que viriam a ser finalistas da dita edição da prova), depois de derrotados em Lisboa, haveriam de dar a volta à eliminatória. Se surpresa foi o afastamento do Sporting, maior seria o espanto dos adeptos "verde e brancos", quando souberam do despedimento do treinador. Ao que parece, durante a viagem de retorno, Sousa Cintra enceta um aceso discurso. Durante o mesmo, e para espanto de todos os que o ouviam, decide-se pela rescisão do contrato.
Quem aproveitaria a asneira do Sporting, seria o FC Porto. Nessa mesma temporada, 1993/94, Bobby Robson muda-se para a "Invicta". Consegue ultrapassar o Sporting, que cairia para o 3º lugar na tabela classificativa, e na final da Taça de Portugal derrotaria o clube que, ainda uns meses antes, o tinha despedido de forma tão disparatada! Mas vingança para com o Sporting não ficaria por aqui. Logo na temporada seguinte, Bobby Robson, num campeonato disputado a par com os "Leões", sai vencedor. Para gáudio do treinador, e remorso do presidente sportinguista, seria no Estádio de Alvalade, depois de uma vitória por 1-0, que os "Dragões" dariam o passo mais importante para a consagração.
Com este Campeonato e, também, com o da temporada seguinte no seu currículo (os dois primeiros do "Penta"), Bobby Robson mudar-se-ia para Barcelona. Na Catalunha, para onde levaria Fernando Couto e Vítor Baía, o inglês regressa aos títulos europeus. Ganha a Taça das Taças, à qual juntaria a Supertaça e a Copa del Rey, quando os responsáveis pelos "Blau Grana" decidem convidá-lo para um cargo directivo! Como "General Manager", Bobby Robson apenas estaria um ano. Ao fim do mesmo, regressa para onde se sentia melhor e, junto aos relvados, volta a treinar o PSV.
O último capítulo da sua vida como profissional, fá-lo-ia ao serviço daquele que, sempre, havia sido o emblema do seu coração. Contratado pelo Newcastle, passaria uma série de temporadas aos comandos do clube. Esses 7 derradeiros anos, ainda que sem títulos, serviriam para vencer um sem-fim de distinções pessoais. Nomeado "Knight", pelos serviços prestados ao Reino Unido, Bobby Robson juntaria esta distinção a uma série delas, presenteadas pelas maiores instâncias do futebol.
Mas apesar dos merecidos prémios, aquilo que ficará na memória daqueles que com ele conviveram, será o seu comportamento, a sua atitude correcta perante a vida ou seu "fair-play"... Bobby Robson será para sempre recordado como um "gentleman", um grande Homem do desporto mundial.

564 - PHIL WALKER


Tendo sido descoberto nas divisões amadoras, seria para a temporada de 1975/76 que, vindo do Epsom & Ewell, Phil Walker chegaria ao Millwall. Médio centro assertivo e de uma coragem ímpar, depressa conseguiria adaptar-se às exigências do futebol profissional britânico.
Ainda que nas divisões menos exigentes, a titularidade que rapidamente alcançaria, permitir-lhe-ia, logo na sua época de estreia pelos londrinos, acumular muitas partidas. Depois deste primeiro passo, e estando ele integrado no plantel de um dos históricos do desporto inglês, é normal que os seus sonhos apontassem para uma presença nas melhores competições. Contudo, por essa altura e, apesar de contar com nomes interessantes (por exemplo, Gordon Hill - chegaria a internacional inglês), o Millwall teimava em manter-se afastado dos patamares superiores.
Se a ambição de progredir na carreira é legítima para qualquer jogador, por certo, para Walker, não haveria de ser diferente. Ainda assim, e apesar da regularidade com que se apresentava no relvado, as suas capacidades pareciam não despertar o interesse de clubes de outra monta. Talvez à procura de uma estreia na maior divisão, Phil Walker, sem se afastar da sua cidade natal, muda-se para o Charlton. Aí, mais uma vez, o médio mostraria as suas qualidades.
 Lutador, como já fiz referência, Phil Walker não se perdia naquelas que seriam as suas principais funções dentro de campo. Muito mais do que um destruidor, também nele morava um futebolista de fino passe e de uma compreensão fantástica de todo o jogo. Essa sua faceta permitia que todo o centro do terreno fosse, tanto defensivamente, quanto no campo atacante, comandado por si.
Incrivelmente, depois de uma entrada auspiciosa no Charlton, Phil Walker começou a desaparecer das fichas de jogo. Com poucas presenças, é já no começo da década de 80, que o médio entra numa fase menos positiva da sua carreira. Esse decréscimo exibicional, leva-o a deambular por outros emblemas. O Gillingham e, em Hong Kong, o Eastern AA, seriam os passos que o fariam caminhar em direcção a Portugal. O Leixões abrir-lhe-ia as portas e, passados alguns meses, o Boavista chegaria à sua vida.
Depois de em Matosinhos ter recuperado o norte, Phil Walker, finalmente estava num clube que lhe permitiria sonhar com outros objectivos. A luta pelos lugares cimeiros da tabela e a participação nas competições europeias, seriam alguns dos prémios que o centrocampista conseguiria com esta sua mudança. Faltou-lhe um título. Mas para além disso, e bem mais importante do que qualquer troféu, o britânico ganharia a confiança, o respeito e a admiração de toda uma massa adepta. Os 7 anos que vestiu de xadrez, ele que chegaria ao clube bem perto dos 30 anos, permitir-lhe-iam ganhar, entre os atletas boavisteiros, o estatuto de "histórico".
Outra das suas características era a resiliência. Essa mesma, numa altura em que a maioria pensaria na reforma, fê-lo assinar pelo Maia. Tal contrato prolongaria a sua carreira durante mais 5 anos!!! Findo esse período, Phil Walker, ainda no mesmo emblema, daria início às suas tarefas de técnico. Depois de alguns anos como adjunto e de uma curta experiência como treinador principal, a vontade de continuar a orientar e formar atletas manteve-se. Esse querer haveria de o levar a abrir uma escola para novos talentos. Já de volta a Londres, a popularidade dos pupilos que aí vai formando, tem aumentado de dia para dia. O prestígio que tem conseguido é tal que o Fulham acabaria por o contratar para, ele próprio, ensinar os seus jovens a melhorar as suas aptidões.

AT HER MAJESTY'S PLEASURE

Seguindo a sugestão dos altos responsáveis pelo destino da nação, o "Cromo sem caderneta" passou as suas emissões para lá da fronteira. De malas aviadas e com destino a uns milhares de quilómetros, aquele que foi o berço deste "blog" ficou para trás. Ainda assim, e com algumas atribulações pelo meio, o esforço daqueles que nele colaboram têm permitido a continuidade deste projecto.
É neste contexto que, um ano após a chegada a uma nova realidade, decidi fazer uma homenagem àquela que é a nossa nova morada. Por isso, e com os sentidos na "Ocidental praia lusitana", o mês de Março será passado "At her Majesty’s pleasure".