716 - JORGE COUTO

É já nos últimos anos da sua formação que Jorge Couto chega ao FC Porto. Veloz e com boa técnica, as movimentações que fazia no ataque possibilitavam que, muitas das vezes, aparecesse em boa posição para finalizar. Essas suas características, mesmo tendo em conta a sua entrada tardia para as escolas “Azul e Brancas”, permitiriam com que o atacante conseguisse afirmar-se com alguma facilidade.
A rapidez da sua evolução faria com que, para além do clube, também da selecção quisessem testar as suas qualidades. Nesse caminho, o extremo-direito acabaria por despertar a atenção de Carlos Queiroz, que o chamaria a vestir a camisola de Portugal. Integrando o primeiro lote daquela que ficaria conhecida como a “Geração d’Ouro”, seria convocado a participar no Mundial s-20 de 1989. Na Arábia Saudita, já no seu primeiro ano como sénior, o atleta seria de importância fulcral na conquista do referido troféu. Na final, onde a jovem equipa “lusa” defrontaria a congénere nigeriana, Jorge Couto marcaria um dos golos que permitiram a Portugal vencer por 2-0.
A sua estreia pela principal equipa do FC Porto, já depois de um ano emprestado ao Gil Vicente, aconteceria na época de 1989/90. O traquejo conseguido ao serviço dos de Barcelos, que por altura da sua cedência disputavam a Divisão de Honra, servira para simplificar a sua integração no plantel portista. Num grupo de gabarito, Jorge Couto, logo nesse primeiro ano, conseguiria a proeza de ver o seu nome, por diversas vezes, fazer parte da lista de titulares.
Mesmo sem chegar ao estatuto de “indiscutível”, a frequência com que era trazido a jogo, valer-lhe-ia, durante o decorrer da primeira temporada nas Antas, a chamada à selecção “A” portuguesa. Na Maia, o jogo com os Estados Unidos da América, marcaria um percurso que, apesar de ser feito apenas de amigáveis, contaria com 6 partidas disputadas.
Uma das razões que poderão justificar a falta de mais internacionalizações, prender-se-á com a perda de preponderância a que o jogador, depois dos dois primeiros anos de “Dragão” ao peito, ficou sujeito. Mais sentido a partir do tempo em que estava sob a alçada de Bobby Robson, o afastamento do atacante levá-lo-ia a alterar o rumo da sua vida profissional. A chance de mudar surgiria alguns anos depois, com a compra de Artur ao Boavista. No decorrer das negociações, o nome de Jorge Couto surgiria como “moeda de troca” e, desse modo, ser-lhe-ia dada a oportunidade de, no Estádio do Bessa, dar seguimento à carreira.
Já depois de vencer 5 Campeonatos, 2 Taças de Portugal e 3 Supertaças pelo FC Porto, Jorge Couto passa a integrar um Boavista que estava, cada vez mais, próximo dos ditos “grandes”. A sua contratação acabaria por ser de grande importância no reforço da equipa. Impondo-se como um dos homens mais importantes nas manobras do clube, também de “xadrez” haveria de conseguir amealhar alguns títulos. A vitória na Taça de 1996/97 e na Supertaça do ano seguinte, acabariam por servir de mote para que, ao que consta, o FC Porto tentasse o seu regresso. Contudo, o jogador continuaria a vestir as cores da “Pantera” e, já em 2000/01, nos derradeiros anos como futebolista, acabaria por auxiliar o Boavista a sagrar-se Campeão Nacional.
Depois de ter ajudado a escrever um dos mais belos episódios na história boavisteira, eis que o antigo jogador, outra vez ao serviço do clube, volta ao futebol. Como adjunto, primeiro de Sánchez e, já depois do despedimento deste, do treinador Miguel Leal, Jorge Couto é, por esta altura (2016/17), parte integrante da equipa técnica “axadrezada”.

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