973 - MIHAYLOV

Filho de Biser Mihaylov, antigo internacional búlgaro e guarda-redes do Levski de Sofia, Borislav, na posição de jogo e na cor das camisolas, acabaria por seguir os mesmos passos do seu pai. Primeiro no conjunto da capital e, não muito tempo depois, com as cores da selecção, o guardião escreveria as páginas iniciais da sua carreira. Com exibições que rapidamente começariam a alimentar a sua evolução, a titularidade apareceria na sua caminhada quase como por feitiço. Porém, e muito mais do que uma qualquer magia, a sua presença no “onze” titular, numa altura em que a pouca experiência poderia apontar noutro sentido, cimentar-se-ia nas suas habilidades desportivas.
Ágil e com quase 1,90m, o seu posicionamento parecia querer tapar todos os caminhos para a baliza. Com a estreia como sénior a acontecer no início da década de 80 e a primeira internacionalização a surgir na 2ª época como profissional, a frequência das chamadas à equipa da Bulgária tornar-se-iam, rapidamente, numa constante. A convocatória para o Mundial de 1986, muito mais do que sublinhá-lo como um dos pilares do conjunto nacional, serviria para mostrar o guardião ao universo futebolístico. As suas exibições no certame decorrido no México, juntamente com o trabalho que vinha a realizar ao serviço do clube, ajudariam para exaltar o seu prestígio. Tido como um jogador de gabarito, também por conta das exibições nas provas da UEFA, nem a ausência da fase final do Euro 88 beliscaria a sua fama.
Foi como uma “estrela” que em 1989 assina contrato pelo Belenenses. Todavia, e tendo em mente o estatuto com que tinha chegado, a sua passagem pelo Restelo não seria de todo consensual. Com uma regularidade intermitente, as boas exibições acabariam manchadas por algumas prestações menos positivas. Conseguindo, ainda assim, manter a titularidade na grande parte do tempo vivido em Lisboa, a verdade é que já para o fim desse período de 2 anos, Mihaylov começaria a perder o lugar para o jovem Pedro Espinha. Com a despromoção do Belenenses no final da temporada de 1990/91, dá-se então a separação entre o jogador e o “Emblema da Cruz de Cristo”. O guardião búlgaro seguiria para França e, no 2º escalão gaulês, daria novo impulso à sua carreira.
Mesmo afastado dos palcos primodivisionários, a sua presença no “onze” da selecção búlgara manter-se-ia sem contestação. Tanto assim foi que, depois de participar na fase de qualificação, a sua chamada ao Mundial de 1994 seria encarada com normalidade. A passagem pelo Mulhouse em nada diminuiria a confiança do seleccionador Dimitar Penev. Já nos Estados Unidos da América, ao lado de craques como Kostadinov, Stoichkov, Iordanov ou Balakov, o guardião seria um dos principais responsáveis pela boa campanha da equipa de Leste. Ainda assim, o torneio não chegaria ao fim sem uma pequena polémica. Ao intervalo do jogo de atribuição do 3º e 4º lugar, já a Bulgária perdia por 4-0. O que se passou no tempo de descanso só os que estavam no balneário o saberão. A verdade é que para a segunda metade do encontro Mihaylov já não entrou, sendo o lugar à baliza entregue a Plamen Nikolov.
A última parte da sua carreira, e apesar da presença habitual na selecção, seria um pouco menos produtiva. Botev Plovdiv, os ingleses do Reading, o Slavia de Sofia e uma derradeira experiência nos suíços do Zurich transformar-se-iam nas cores desse troço final. A presença no Mundial de 1998, já depois da titularidade no Euro 96, acabaria por ser um prémio de consagração. Todavia, e nisto de reconhecimentos, o guarda-redes conseguiria bem melhor. Poucos anos após “pendurar as luvas”, o antigo futebolista decidir-se-ia por outras funções dentro da modalidade. Depois de ter começado como vice-presidente, em 2005 Mihaylov seria eleito para “número 1” da Federação Búlgara de Futebol.

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