1037 - ANTÓNIO MORAIS

Ao ser descoberto no CD Candal, António Morais chegaria ao FC Porto para integrar as camadas jovens do clube. Tendo entrado para a categoria de juniores, o atacante acabaria por provar o sabor da vitória ainda nesse escalão. Depois do referido título de Campeão Nacional, ganho na temporada 1952/53, o primeiro jogo pela equipa principal viria apenas a acontecer na campanha de 1956/57.
Numa equipa recheada de talentos, António Morais nunca conseguiria assumir um plano de grande destaque. Ainda assim, e num grupo que contava com Pedroto, Carlos Duarte, Hernâni, Monteiro da Costa, Eleutério, Acúrsio, Teixeira ou Virgílio, o atleta nunca deixaria de ser visto como um elemento de grande utilidade. Prova disso mesmo, viria a ser a sua continuidade no plantel. Durante 6 temporadas manter-se-ia como um jogador que, mesmo sendo de segunda linha, a espaços ia aparecendo em campo. Essas presenças fariam com que contribuisse para a conquista de vários títulos. Nesse sentido, o seu palmarés ficaria colorido com a Taça de Portugal de 1957/58, com o Campeonato Nacional do ano seguinte e ainda com a vitória em 5 Taças da Associação de Futebol do Porto.
Depois de deixar os “Azuis e Brancos”, António Morais ainda vestiria as cores do Sporting de Braga e do Tirsense. Em 1966, finda a campanha no emblema sediado em Santo Tirso, o jogador decidir-se-ia pelo fim da carreira enquanto desportista. “Penduradas as chuteiras”, a verdade é que a “reforma” não o afastaria da modalidade. Resultado da sua grande amizade com José Maria Pedroto, o antigo futebolista aceitaria o convite deste para adjuvá-lo no corpo técnico do FC Porto.
Com o primeiro passo dado no regresso às Antas, essa experiência levá-lo-ia a uma carreira de largos anos. Maioritariamente associado ao saudoso “Zé do Boné”, seria injusto não referir os diversos trabalhos que António Morais realizaria longe da alçada daquela que é uma das grandes figuras do universo competitivo nacional. FC Porto, onde venceria a Supertaça e a Taça de Portugal de 1983/84, Vitória de Guimarães, Rio Ave, Sporting e Leixões marcariam, desse modo, o seu trajecto como treinador principal. No entanto, houve dois momentos que, ainda hoje, aparecem como emblemáticos de uma caminhada marcada pela competência e seriedade. Falo, como é lógico, da final da Taça dos Vencedores das Taças de 1983/84 e da sua presença no Euro 84.
No primeiro dos referidos capítulos, disputada a partida na cidade suíça de Basileia, o FC Porto, ao ser derrotado pela Juventus, perderia o ensejo de estrear-se na conquista de troféus continentais. Já no segundo desses episódios, ao lado de Toni, José Augusto e Fernando Cabrita, António Morais faria parte de uma curiosa Comissão Técnica que orientaria a selecção portuguesa no certame organizado em França. No torneio, o conjunto luso, que fazia a sua estreia na fase final de um Europeu, acabaria por cair apenas nas meias-finais e com uma derrota frente à equipa da casa.

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