1189 - VAN HOOIJDONK

Alguns anos após ter conseguido entrar para as “escolas” do NAC Breda, Pierre van Hooijdonk, ainda a actuar como médio-direito, veria os responsáveis do clube a apontá-lo como um elemento sem talento. Como consequência de tal avaliação, ser-lhe-ia indicada a porta de saída daquele que era o emblema da sua predilecção. Já como atleta do VV Steenbergen, colectividade amadora estabelecida na sua terra natal, o jovem atleta seria mudado para posições mais avançadas no terreno de jogo. No lugar de ponta-de-lança, começaria a destacar-se pela força, sentido posicional e um apurado “faro” para o golo. O aperfeiçoamento de tais características, com o relato das exibições produzidas pelo atacante a chegarem a emblemas de outra monta, levá-lo-ia a nova mudança e ao serviço do RBC Roosendaal a partir da campanha de 1989/90, ganharia um lugar nos escaparates profissionais do futebol holandês.
Ainda que na 2ª divisão, a sua prestação e, principalmente, os golos conseguidos, levariam o NAC Breda, para a época de 1991/92, a endereçar-lhe um novo convite. De volta ao clube que, anos antes, tinha dado o avançado-centro como um elemento excedentário, a carreira do atleta começaria a ganhar uma projecção bem diferente. Primeiro, na temporada de 1993/94, viria a estreia no escalão máximo neerlandês. Já na temporada seguinte, numa partida disputada frente ao Luxemburgo a 14 de Dezembro de 1994, chegaria a primeira internacionalização com a selecção “A” do seu país. Finalmente, como pináculo dessa etapa, surgira o interesse de um dos históricos do desporto europeu e a transferência para o Celtic Football Club.
A mudança para o futebol escocês a meio da temporada de 1994/95, sublinharia o avançado como um protagonista de cariz superior. Nesse sentido, van Hooijdonk não tardaria muito para entrar no coração dos adeptos do emblema de Glasgow. Apesar de uns primeiros meses algo discretos, seria dele o golo que, ainda na campanha da sua chegada, levaria o Celtic, numa vitória por 1-0 frente ao Airdrieonians, a triunfar na final a Taça da Escócia. Já na época seguinte, o avançado, com 26 remates certeiros, consagrar-se-ia como o Melhor Marcador da Liga. Todavia, um veiculado desentendimento entre o jogador e o dono do clube, empurraria o atleta para o banco de suplentes. A contenda manter-se-ia durante o desenrolar da época de 1996/97 e terminaria apenas com a saída do avançado para o Nottingham Forest.
Após a estreia na Premier League em Março de 1997, van Hooijdonk conseguiria cimentar-se como um elemento habitual nas convocatórias dos Países Baixos. Mesmo com a descida do Nottingham Forest ao segundo escalão inglês, o seu nome seria integrado pelo seleccionador Guus Hiddink na lista de atletas a disputar o Mundial de 1998. Com a insígnia da Casa de Orange ao peito, os anos seguintes trariam à carreira do atacante mais participações em certames de renome. Depois do 4º lugar conseguido no Campeonato do Mundo organizado em França, o avançado marcaria também presença no Euro 2000 e Euro 2004. Terminado o torneio disputado em Portugal, ainda vestiria por uma última vez a camisola do seu país, passando a contabilizar um total de 46 internacionalizações.
Numa carreira que conheceria várias mudanças de rumo e diversos emblemas, à experiência em Inglaterra seguir-se-ia o Vitesse e o Benfica. Em Portugal, com as “Águias” a atravessar uma fase conturbada da sua história, a temporada de 2000/01 terminaria com a agremiação lisboeta na 6ª posição do Campeonato. Ainda assim, van Hooijdonk conseguiria amainar os desaires colectivos com uma campanha excepcional, durante a qual atingiria a marca de 23 golos concretizados, em todas as competições. Como viria a ser noticiado, mesmo tendo em conta os números produzidos pelo avançado, o reiterado pedido, levado a cabo pela direcção liderada por Manuel Vilarinho, para que deixasse o clube, faria com que o atleta procurasse a sorte noutras paragens. No Feyenoord ganharia a edição de 2001/02 da Taça UEFA e, nesse mesmo ano, o troféu de Melhor Marcador do Campeonato holandês. Já a passagem pelos turcos do Fenerbahçe acrescentaria ao seu currículo as vitórias na Süper Lig de 2003/04 e 2004/05.
Com o fim da carreira como futebolista a aproximar-se e após novas passagens por NAC Breda e Feyenoord, Van Hooijdonk relembrado também pela maneira sublime de marcar livres-directos, “penduraria as chuteiras” em 2007. Ao não querer afastar-se da modalidade durante muito tempo, iniciaria a sua carreira como técnico. Nas funções de adjunto, sob a alçada de Guus Hiddink, representaria a selecção da Turquia. Trabalharia também com os sub-21 do Feyenoord e, na mesma categoria, com a equipa nacional neerlandesa.

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