127 - NETO

"José Neto, um pequeno mas corajoso tipo de médio-ala que normalmente é referido como o Sr. Movimento Perpétuo". Seria assim que no programa vendido para o Hearts/Benfica, primeira partida da campanha vitoriosa do clube da “Luz” na Taça dos Campeões Europeus de 1960/61, o jogador do Benfica acabaria apresentado. De igual modo, reflectindo a sua entrega em campo, a revista "Ídolos do Desporto", anos mais tarde, apelidá-lo-ia com o epíteto "A formiga do Benfica".
Terão sido essas características, a de um atleta incansável, que levariam os donos da fábrica de cortiça onde trabalhava, a convencer Otto Glória a assistir a uma partida sua. Ao reconhecer no seu futebol qualidade suficiente para vestir a camisola das “Águias”, o seu patrão, Manuel da Luz Afonso, à data dirigente benfiquista, pediria ao treinador brasileiro para assistir ao jogo entre o Montijo e as “reservas” do Benfica. De imediato, a transferência ficaria acordada e, logo nessa época de 1958/59, consumar-se-ia a sua mudança do emblema da Margem Sul para os “Encarnados”. Durante as 8 temporadas seguintes, mesmo sabendo que nos anos sob a alçada de Fernando Riera pouco jogou, o voluntarismo do médio-direito auxiliaria o emblema lisboeta nas mais proeminentes conquistas.
Ainda assim, e com 2 vitórias na Taça dos Clubes Campeões Europeus a embelezar o seu currículo, há uma enorme pecha na carreira deste jogador. Porque, por esses tempos, para os ofícios defensivos estavam mais na berra os jogadores do Sporting, Neto nunca conseguiria somar uma chamada à selecção principal portuguesa. Tal aconteceria não por sua vontade, nem por falta de talento. A verdade é que, saído de uma das mais áureas gerações benfiquistas, o melhor que médio conseguiria seria 1 internacionalização ao serviço do conjunto “B” da “Equipa das Quinas”.

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