589 - PATALINO

Foi um fenómeno do futebol nos anos 40 e 50, a par de outros nomes como Rogério Carvalho ou Peyroteo. Então, se foi assim tão prodigioso, porque quase ninguém o conhece???!!!
A história de Patalino é bastante peculiar e de uma paixão estranha aos dias de hoje. É Elvas, a sua cidade natal, que acaba por marcar a sua vida. Nela, dá os primeiros chutos na bola e seria também aí que atingiria o estrelato!
Já depois de ter vestido as camisolas do Sporting Elvense e do Clube de Futebol "Os Elvenses", aceita o convite para representar o Sport Lisboa e Elvas. A sucursal do Benfica, e, por esses tempos, a maior potência do Distrito de Portalegre, haveria de ser a sua porta de entrada para o futebol de alta competição. É, então, pela mão das "Águias" alentejanas, e após um curto empréstimo as Lanifícios de Portalegre, que Patalino chega à 1ª Divisão.
Nessa temporada de 1945/46, onde o seu nome era ainda uma incógnita, as suas qualidades iriam alterar o seu estatuto. De um porte físico imponente e com capacidades bem acima dos demais companheiros da modalidade, Patalino era um atacante rápido, possante e com um bom poder de elevação. Essas suas características faziam dele um avançado-centro de alto gabarito. O seu forte remate, a boa técnica ou até o jogo de cabeça, eram uma graça para quem o via jogar. Os golos, muitos, acabariam por o pôr lado-a-lado com grandes astros da altura.
É já com as cores do "O Elvas", clube nascido da fusão entre o Sport Lisboa e Elvas e Sporting de Elvas, que Patalino, em Maio de 1949, faz a sua estreia pela Selecção Nacional. Por essa altura, já o avançado era um nome consensual nos meios desportivos. Este sucesso, aliado à sua posição dentro de campo, projectava-o como o natural sucessor de outro grande nome do futebol lusitano. Ora, tanto para o Sporting, como com a "Camisola das Quinas", Patalino era o preferido para suceder a Peyroteo.
Mas, tal como agora, a imprensa da altura era pródiga em especulações. Muito se falou sobre a tal “sucessão” e, infundadamente, sobre as disputas entre ambos os atletas - "Eu e o Fernando [Peyroteo] somos bons amigos! Todas as rivalidades existentes entre nós são derivadas da imaginação, por vezes «maliciosa», de alguns jornalistas... Inclusivamente houve um que, interpretando mal as minhas palavras, declarou ao grande público que eu estava convencido que, se jogasse entre 2 interiores da categoria de Vasques e Travassos, já seria há muito tempo o melhor avançado-centro português!"*.
Apesar da muita tinta gasta no anúncio da passagem de testemunho, a verdade é que a transferência para os "Leões" nunca ocorreria. Patalino jamais haveria de se mudar... nem para o Sporting, nem para o Benfica, nem sequer para nenhum dos emblemas estrangeiros (Bordeaux; Atletico de Madrid; Sevilla; Real Madrid) que, igualmente, o assediariam. Estranho?!!! Sim!!! Mas a recusa do jogador era simples. Prendia-se, como o próprio chegaria a confessar, com "uma questão sentimental"; prendia-se com a vontade de nunca abandonar Elvas!
No entanto, o divórcio entre a cidade e o atleta, acabaria mesmo por acontecer. Com "O Elvas" relegado para o escalão secundário, e com o clube a mostrar sérias dificuldades para regressar aos patamares maiores do nosso futebol, Patalino acabaria por aceitar o convite de outro primodivisionário. O novo capítulo da carreira do internacional português, não o levaria para muito longe. Em Évora, agora com as cores do Lusitano, Patalino passaria as próximas temporadas.
Numa equipa recheada de bons jogadores, casos dos internacionais José Pedro e Dinis Vital, Patalino saberia conquistar o seu lugar. A jogar a extremo, ou como a ponta-de-lança, rapidamente se tornaria num dos elementos chave do “onze” eborense. A prova da sua relevância ficaria demonstrada a cada jornada disputada. No entanto, há jogos que perduram na memória. Um deles seria a deslocação do Lusitano à "Cidade Invicta". Essa partida, a contar para a Taça de Portugal, ficaria marcada pelo eliminação do FC Porto (0-2), com as assistências para golo, a serem ambas da autoria de Patalino.
O ano de 1956 marca o seu afastamento dos palcos maiores do nosso futebol. Longe das luzes da ribalta, o avançado começou a vogar por clubes dos escalões secundários. Esse seu périplo levá-lo-ia a representar o FC Serpa, o Luso do Barreiro e, numa carreira que perduraria para além dos 40 anos, a terminar no Arrentela.


* Publicado na Revista "Flama"; artigo de João J. Xara

588 - BEN-HUR

Da equipa regressada à 1ª divisão em 1990/91, há uns quantos nomes que ficaram para a história do futebol português. Contudo, nesse Famalicão montado pelo célebre treinador Abel Braga, houve um sector que, formado por compatriotas seus, acabou por ficar ainda mais conhecido.
Ora, no centro da defesa do clube minhoto, moravam nomes como os de Tanta e Lula. O outro elemento desse aguerrido trio, dava pelo nome de Ben-Hur. Já com alguma experiência nos campeonatos nacionais, por razão da sua passagem pelos "Marialvas", o central brasileiro, bem à imagem dos seus colegas, era um portento de vontade. E se "vontade", como quem se lembra de o ver jogar, acaba por ser, relativamente à sua maneira de actuar, um eufemismo, então o que dizer das suas prestações? Bom, Ben-Hur era rijo!!! Ben-Hur era um atleta cuja impetuosidade o levou, muitas vezes, a adiantar-se na ida para os balneários.
Nesta senda, expulsões contou umas quantas... mas, também, o que se quer de um central? E nisto, a verdade é que, por mais críticas que se possam fazer ao jogador, seria esta faceta lutadora (a sua e a dos seus colegas aqui referidos) que foi mantendo o clube no escalão maior do nosso futebol. É por isso mesmo que Ben-Hur está associado à melhor fase da história do Famalicão. Essa mesma, inegavelmente, muito se deve à combatividade e solidez que o atleta foi dando às estratégias montadas. A prova do seu valor, encontra-se nos números que apontam para a sua utilização. Esses, de tão imparciais que são, dizem-nos que, durante duas épocas, Ben-Hur superaria as várias dezenas de partidas disputadas.
No entanto, características como as suas são sempre foco de alguma polémica. Neste contexto, há quem refira a sua curta passagem na 1ª divisão, como resultado desta sua força. Mas apesar de ter deixado o convívio com os "grandes" em 1992, a sua carreira em Portugal prosseguiu. Após esta sua passagem por Vila Nova de Famalicão, Ben-Hur vestiria, nas temporadas que se seguiriam, as camisolas de Lusitânia de Lourosa, Rio Ave e Freamunde.
Seria após nova passagem pelo Famalicão que a carreira de Ben-Hur tomou (se é que não terminou por aqui) um caminho que ignoro. À imagem do que sei sobre os seus primeiros anos como sénior, ele que na formação tem passagens pelo São Paulo e Portuguesa, fica a dúvida de qual o rumo tomado na sua vida profissional. Sei, no entanto, que, já depois de "penduradas as chuteiras", terá enveredado pelas tarefas de treinador. Nessas funções conta com passagens por emblemas mais modestos, dos quais o São João Tênis Clube ou o Esporte Clube Atibaia.

587 - PÉRIDES


Numa equipa que acabaria por conquistar o Campeonato Nacional de Juniores, era dele um dos nomes de maior destaque. Foi deste modo, com a importância de uma jovem promessa, que Pérides acabaria por chegar à primeira categoria da Académica de Coimbra. Na "Cidade dos Estudantes", seriam necessárias apenas duas temporadas para que a sua contratação começasse a preencher a agenda dos denominados "grandes" do futebol português!!!
Nesta senda, quem com mais firmeza insistiu no seu concurso, acabaria por ser o Sporting. Já em Alvalade, as exibições do médio interior, logo quase à sua chegada, haveriam de o pôr na primeira fila dos planos tácticos "leoninos". Contudo, e apesar de uma época (1956/57) de estreia bem sucedida, a chegada de um novo treinador como que alteraria o seu estatuto no seio do plantel.
Ora, com Enrique Fernandez à frente da equipa técnica, Pérides poucas vezes viu a folha de jogo preenchida com o seu nome. Foi assim nas duas épocas do treinador uruguaio em Lisboa e continuaria a sê-lo já com Fernando Vaz a liderar os destinos dos "Verde e Branco". Esta situação só terminaria já depois de um empréstimo do atleta ao Sporting da Covilhã. A dita cedência, acabaria por relembrar aos adeptos da modalidade, assim como aos responsáveis do Sporting, que a habilidade do jogador não se tinha perdido por um qualquer infortúnio. A boa temporada (1960/61) nos "Leões da Serra", fez com que o regresso ao Estádio de Alvalade se revestisse, tanto para o futebolista, como para os demais, de boas espectativas.
Essa esperança acabaria por ser confirmada com Pérides, mais uma vez, a assumir um papel de relevo no meio-campo do Sporting. Tanto assim foi que, por altura da inesquecível campanha europeia de 1963/64, Pérides, que já contava com 2 presenças na Selecção Nacional, era um dos indiscutíveis na manobra sportinguista. Na Taça dos Vencedores das Taças, o centrocampista seria escalonado para o derradeiro encontro (finalíssima) da competição. Conta-se que nessa partida terá vivido um dos episódios mais caricatos da sua carreira. Depois de, a medo, ter disputado um lance com um adversário, e depois de essa sua atitude ter resultado num lance de grande perigo para a sua equipa, Carvalho acerca-se dele. O guardião, percebendo do nervosismo do colega, e, por certo, irritado com a situação, faz o impensável. Prega um par de estalos em Pérides que, assim, seria devolvido à calma e a uma boa exibição.
Seria na temporada seguinte ao triunfo sobre o MTK de Budapeste, que a ligação de Pérides com o Sporting conhece o seu fim. Já desvinculado do seu antigo emblema, o médio decide mudar-se para bem perto. Quem acolheu o jogador foi o Benfica. De braços abertos estavam agora as "Águias" que, deste modo, passavam a contar nas suas fileiras com mais um internacional. De "Encarnado" jogaria duas épocas. O suficiente para conquistar, juntando aos dois que trazia do Sporting (1957/58; 1961/62), mais um título de Campeão Nacional (1964/65).
A Sanjoanense marcaria o fim de uma carreira que, durante 13 anos, apenas conheceu um escalão. Com os naturais altos e baixos de um qualquer percurso, a Pérides pode apontar-se, em algumas fases da sua vida profissional, alguma inconstância. Ainda assim o antigo jogador pode orgulhar-se de ter vestido a "Camisola das Quinas" e de nunca ter jogado para além da 1ª Divisão!

586 - REAL

Tendo feito a sua formação em emblemas da região, AD Estação e Teixosense, seria na passagem para o escalão de sénior que o Sporting da Covilhã veria nele um bom reforço.
Ao jovem Real era dada assim, nessa temporada de 1983/84, a oportunidade de representar o mais conceituado clube da Beira Baixa. O salto das divisões amadoras para à 2ª Divisão, de todo atemorizaria o corajoso médio. Lutador, incapaz de virar a cara a uma disputa, a maneira como foi conseguindo impor-se nos “Leões da Beira”, acabaria por ser a prova cabal das suas capacidades.
O reflexo da sua postura, de todo o seu carácter, via-se em campo. A cada jornada que passava, a sua presença no miolo da equipa beirã, era, cada vez mais, importante. A sua relevância no seio do plantel do Sporting da Covilhã, alcançaria a sua dimensão máxima, aquando da subida da colectividade à 1ª Divisão Nacional. Num plantel que contava com elementos com algum traquejo, mas ao qual faltava, no seu todo, a experiência de grandes competições, a irreverência de Real acabaria por merecer o devido destaque.
Curiosamente, e apesar de ter representado clubes com maior tradição no contexto português, seria apenas ao serviço do Sporting da Covilhã que Real jogaria naquele que é o nosso escalão máximo. Essas duas temporadas, a de 1985/86 e a de 1987/88, seriam, por assim dizer, as precursoras de uma nova etapa na sua carreira. A mudança de que falo, viria com sua transferência para a Académica. Em Coimbra representaria, sem qualquer deslealdade para com os outros emblemas, o clube com mais tradição e grandeza, em toda a sua carreira. As suas exibições seriam condizentes com o estatuto dos “Estudantes”. Contudo, a Académica atravessava uma fase menos boa da sua história e, mesmo tendo em conta a qualidade dos planteis (Dimas, Fernando Couto, Latapy), a almejada promoção acabaria por nunca acontecer.
A segunda metade da sua vida profissional, acabaria por ser um périplo com diversas paragens. Alternando entre a Divisão de Honra e a 2ª Divisão “B”, o centrocampista, para além do regresso ao Sporting da Covilhã, vestira as camisolas de outros clubes, como o União de Lamas e o Benfica de Castelo Branco.
Seria já na recta final da sua vida de futebolista que aceita voltar ao clube da sua terra natal. Na vila do Teixoso, comanda os seus companheiros a uma das melhores aventuras daquela colectividade. “Carrega” com o clube nas distritais e, já na condição de treinador-jogador, consegue, para a época de 2001/02, levar o Teixosense aos “nacionais”.

585 - COSTA

Os afazeres profissionais do pai, levá-lo-iam a deixar o seu Porto natal para, entre muitas outras cidades, morar em Vila Real. Essa sua nova realidade, muito para além de uma qualquer residência, acabaria por talhar o curso da sua existência.
Aficionado pela modalidade do futebol, seria na dita cidade transmontana que daria os primeiros passos daquilo que viria a ser uma sólida carreira. Desporto à parte, e já depois do ingresso no clube da terra, o jovem José Alberto continuava afincado nos estudos. Apaixonado militante dessas duas facetas da sua vida, a distinta conclusão do liceu e o sucesso na primeira equipa do Vila Real, apontavam para si uma nova página. O virar da mesma, incapaz que era de dissociar a bola dos livros, só poderia ter um destino. Esse trilhar de sonho, no qual se misturavam os campos de futebol com as sebentas da faculdade, levá-lo-iam às margens do Mondego. Já em Coimbra abraçou aquilo que, no começo da década de 70, era o espírito da Académica. Seria, então, como jogador-estudante que Costa passaria os tempos vindouros.
Uma mistura de velocidade, técnica estonteante e uma capacidade milimétrica de assistir os seus companheiros de ataque, entregaram-no, desde bem cedo, às boas venturas do futebol. O êxito que demonstrava em cada jogo, faziam dele um dos alvos mais apetecíveis dos nossos campeonatos. Contudo, o assédio de emblemas de outra monta, com todas as contrapartidas que isso possa acarretar, não desviava José Alberto de um outro objectivo. Essa senda, que punha a licenciatura em primeiro lugar, fá-lo-ia recusar, durante diversos anos, os convites vindos do Sporting, Benfica e, até, do FC Porto. Tal paradigma mudaria uns anos mais à frente.
 Numa altura em que já havia conseguido a estreia na Selecção Nacional e que, também ele, já tinha passado as “férias de Verão” no campeonato norte-americano (Rochester Lancers), o FC Porto volta à carga pelo seu concurso. Depois de tanta recusa, desta feita, a vontade de Pinto da Costa e José Maria Pedroto pareciam querer prevalecer. Ora, seria já convencido do seu novo destino, que, para o começo da temporada de 1978/79, Costa faz a sua apresentação no Estádio das Antas.
A nova mudança traria novas conquistas à carreira do extremo esquerdo. Desde logo, consagrado como um dos titulares dos “Azuis e Brancos”, Costa seria um dos pilares da vitória no Campeonato desse seu ano de estreia. Mais títulos se seguiriam, dos quais se destacam outra vitória no Campeonato (1984/85) a, ainda, a Taça de Portugal de 1983/84. Faltou-lhe erguer um troféu europeu. Perdeu essa oportunidade na final de Basileia, na qual os “Dragões” permitiriam à Juventus arrecadar a Taça dos Vencedores das Taças de 1984.
Falhou, igualmente, uma competição de selecções. Surpreendentemente, e depois de ter feito parte do grupo que conseguiria a inédita qualificação, Costa vê o seu nome preterido na hora de escolher aqueles que, em França, fariam parte dos “Patrícios”.
Sobre a validade de tal escolha muito se poderia discutir. A verdade é que a carreira de Costa, que conta com mais de duas dezenas de internacionalizações, estava a caminhar para o seu fim. 3 épocas mais, em que se incluem as passagens pelo Vitória de Guimarães e Marítimo, levariam ao “términus” da mesma.
Sem conseguir afastar-se da modalidade que preenchia o seu ser, Costa, nesse mesmo Funchal da sua despedida, começa nova caminhada. E se como técnico foi na Madeira que deu os primeiros passos, essas novas funções levá-lo-iam a percorrer “meio mundo”. Como treinador já passou pelo Japão, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e, a exemplo, pelo Irão. Muito desse percurso fê-lo como adjunto de Carlos Queiroz. No entanto, o seu cunho, cada vez mais, vai-se tornado distinto. Abraçou, ainda não há muito, o projecto “B” do Sp. Braga (2013/14). Falta-lhe o regresso à Primeira Divisão e um emblema que mereça o seu saber.

584 - DINIS

Numa altura em que representava as camadas jovens da Sanjoanense, e já depois de ter sido chamado a treinar-se com a selecção portuguesa, Dinis recebe um convite para prestar testes no Sporting. Enquanto esperava por uma decisão dos responsáveis leoninos, o jovem defesa é contactado por responsáveis do FC Porto. Adiantando-se aos de Lisboa, o clube da "Cidade Invicta" acabaria por conseguir o concurso do promissor central que, desse modo, terminaria a sua formação de "Azul e Branco".
É já depois desta etapa que, seguido a um curto empréstimo ao modesto Fajões, Dinis veste a camisola do Feirense. A boa época (1986/87) ao serviço dos de Santa Maria da Feira, leva a que o Beira-Mar decida nele apostar para o ataque à 1ª Divisão. O dito "casamento" tornar-se-ia, para ambas partes, bastante vantajoso. O poderio mostrado pelo atleta, numa clara alusão ao princípio "Antes quebrar do que torcer", transforma a defesa do emblema aveirense num sector de uma grande solidez. É essa segurança, articulada pela orientação de Jean Thissen, que leva a que o clube consiga a tão almejada promoção. 

Ora, com tudo isto, a estreia de Dinis no escalão máximo acontece na temporada de 1988/89. Ainda sob a batuta do, acima referido, técnico belga, Dinis começa a despertar a cobiça de outros clubes em Portugal. A maneira intrépida como enfrentava cada lance, seria o mote para que o Benfica o quisesse no seu plantel. No entanto, e numa altura em que a sua mudança parecia estar mais do que delineada, o infortúnio bate à porta do jogador. Num particular de início de temporada, Dinis sofre uma grave lesão num dos joelhos. O recobro, que se previa longo, afasta o central da competição, levando-o a perder a quase totalidade das épocas de 1990/91 e 1991/92.
Tamanha má sorte, faria com que o Benfica perdesse o interesse na sua contratação. Pior frustração viria já depois do seu regresso aos relvados, e num episódio que deveria ser de pura alegria. Ora, com o Beira-Mar apurado para o derradeiro encontro da Taça de Portugal (1991/92), é normal que qualquer elemento do plantel pensasse na disputa dessa final. Contudo, para Dinis, que, após a sua recuperação, ainda não tinha atingido uma boa forma física, esse momento nunca viria a concretizar-se.
Azares à parte, sobre Dinis pode dizer-se que, desde o final da década de 80 até meados dos anos 90, marcou o futebol luso. A maneira rija como enfrentava todas as disputas, era a sua marca. Mas se queremos, literalmente, falar de imagem, nada melhor para o definir do que os seus cabelos longos e a sua barba cerrada. Todos estes aspectos, os desportivos e os outros, levariam a que a imprensa desportiva nacional o apelidasse de "Sandokan". A alcunha perdurou. Manteve-se mesmos depois de, em 1995, ter deixado o Beira-Mar. Curiosamente, a ida para Académica de Coimbra, excepção feita ao início da temporada de 1999/00 (Gil Vicente), marcaria o seu afastamento do escalão máximo. Quase sempre na Divisão de Honra, representaria até ao fim dos seus dias como futebolista, uma série de emblemas. União de Lamas, Gil Vicente ou Maia, marcariam a segunda metade da sua carreira, a qual terminaria, finda a época de 2004/05, ao serviço do Gondomar.
Como homem do futebol que é, Dinis mantém-se ligado à modalidade. Agora noutras funções, o antigo defesa conta já com passagens pelas estruturas técnicas e directivas do Boavista ou, ainda, pela coordenação da formação do Beira-Mar.

CROMOS PEDIDOS 2015... a continuação!!!


 
... na senda do mês anterior!!!