488 - VALDIR

Depois de no Brasil ter representado o Vitória da Bahia, emblema da sua cidade natal, e, posteriormente, o Fluminense, Valdir atravessa o Atlântico em direcção a Portugal. Chega ao FC Porto para a temporada 1963/64 e na bagagem trazia a fama de ser, para além de um bom tecnicista, um homem com excelente faro para a baliza. Não enganou. Contudo, e apesar dos predicados confirmados, o atacante brasileiro parecia não conseguir impor-se como titular indiscutível, no ataque dos "Dragões". A explicação para tal, pelo menos para os que da bancada aferiam as partidas, ninguém conseguia dá-la. Já Valdir, apesar de interpolar entre o "onze inicial" e o sofá de sua casa, parecia não esmorecer e a cada partida em que era chamado a actuar, o avançado, quase sempre, fazia o "gostinho ao pé"!
Já na sua segunda época de "Azul e Branco", Valdir reafirma a sua condição de atleta de grande valor. Primeiro, frente ao Olympique Lyon, participa na primeira passagem da sua equipa numa eliminatória das competições europeias. De seguida, ainda nessa mesma temporada, consegue sagrar-se o melhor marcador da equipa no Campeonato Nacional.
Apesar dos bons números, pelo menos aqueles que ilustram os tentos por ele concretizados, Valdir continuava sem um lugar cativo na frente ofensiva. Inexplicável, dirão alguns, mas outros, como o treinador José Maria Pedroto, acabariam por reforçar esse estatuto do atleta, ao ponto do mesmo acabar como "emprestado" ao Varzim.
Após essa temporada com os da Póvoa (1967/68), Valdir regressa ao comando do "Mestre". Continua sem conseguir segurar o lugar. Mas, ainda assim, nessa época acaba por vencer o seu primeiro troféu, a Taça de Portugal de 1967/68.
Dispensado do FC Porto, Valdir volta ao Varzim. As boas prestações continuam, no entanto os golos pareciam querer começar a escassear. Perda de habilidade???!!! Não!!! Apenas uma mudança de posição no terreno de jogo! Essa mesma alteração da sua maneira de actuar, ficaria sublinhada com a sua transferência para o Farense. Na capital algarvia, Valdir passaria a actuar como médio, onde a sua excelente capacidade técnica, acabaria por se tornar essencial no municiamento dos seus companheiros de ataque.
Já com 32 anos de idade, Valdir começa uma nova fase na sua carreira de profissional. Nesta, começa a vogar por emblemas de escalões inferiores, acabando por vestir as camisolas do Silves, Esperança de Lagos, Salgueiros e Lusitano VRSA. Afastado dos grandes palcos futebolísticos, Valdir continuaria a escrever o seu nome na história dos emblemas por onde passou. Por exemplo, como a grande estrela da primeira subida do Esperança de Lagos à Segunda Divisão ou, ainda, como treinador/jogador do Lusitano VRSA.

487 - CADORIN

Filho de um antigo jogador do RFC Liège, seria o seu próprio pai a incentivá-lo à prática do futebol no seu antigo emblema. De herança, ou não, a verdade é que as qualidades de Cadorin eram inatas. Tanto assim era que o avançado, rapidamente, começou a fazer parte das convocatórias das jovens selecções belgas.
Com 19 anos apenas, vê o Borussia de Moenchengladbach, clube que no início dos anos 80 vivia sob a glória de uma década excepcional, a interessar-se por ele e a levá-lo para as suas fileiras. Duas temporadas vividas na Alemanha, seriam suficientes para que as suas aptidões futebolísticas saíssem melhoradas, ao ponto de o RFC Liège fazer o esforço para o ter de volta.
O regresso à Bélgica deu-se mesmo. Contudo, nova aventura no estrangeiro estava prestes a acontecer e em 1983 o atacante, por conselho de Norton de Matos e Luciano D'Onofrio, chega a Portimão. Claro que por esta altura, para a maioria dos adeptos do emblema barlaventino, o avançado que acabava de chegar era um desconhecido. No entanto, as coisas iriam mudar rapidamente. Logo no encontro de estreia, ainda por cima frente aos rivais do Farense, Cadorin marca um golo. Depois, nas temporadas que se seguiriam, tornar-se-ia num grandes ídolos do Portimonense, ao conseguir, em 1984/85, com os seus golos, ser um dos principais obreiros daquela que foi a primeira qualificação de um clube algarvio para uma competição europeia.
Apesar destes terem sido os melhores anos do atleta, houve dois episódios que abalariam a sua carreira. O primeiro ocorreu uns dias antes de um Portimonense - FC Porto da temporada 1985/86 e ficaria conhecido como o "Caso Cadorin". Segundo o próprio atleta contou, o tal Luciano D'Onofrio, antigo jogador e, à altura, já um empresário de renome, terá tentado corrompê-lo. Pela troca de 500 contos e de uma futura transferência, Cadorin apenas tinha que, nos primeiros 5 minutos da dita partida, cometer um penalty contra a sua equipa. O caso seria denunciado às autoridades, mas como a palavra dos dois intervenientes, uma contra a outra, resultaria num empate, o caso morreria ali.
Já a segunda história acabaria por ter consequências bem mais nefastas para Cadorin. Certa tarde, em sua casa, Cadorin preparava um churrasco de Verão. O pior é que uma garrafa de álcool esquecida junto ao lume, provocaria uma explosão que deixaria o atacante à beira da morte. Se a sua vida ficou em risco, também a sua carreia acabaria por ficar comprometida. É que, por esta altura, já Cadorin tinha um acordo com o Sporting, o qual nunca viria a concretizar-se, primeiro por razão do tal acidente e, já posteriormente, por vontade de Cadorin em ficar por Portimão.
A partir deste momento a sua carreira entrou em declínio. Fisicamente afectado, o avançado parecia ter perdido alguma da sua velocidade, força e propensão para os golos. Os passos que daria de seguida, na Académica e, mais uma vez, ao serviço do Portimonense, mostrá-lo-iam bastante longe daquilo que tinha sido o seu fulgor futebolístico. Cadorin ainda regressaria à Bélgica, mas apenas para, com uma temporada no Tongeren, mostrar que o seu fim nos relvados estava para breve.

486 - SOUNESS

Ainda adolescente, sairia da Escócia para ingressar nas escolas do Tottenham. Em Londres, nas camadas jovens dos "Spurs", o médio rapidamente se destacou, mas como não lhe davam oportunidade para jogar na equipa principal, um dia, tinha ele apenas 17 anos, decide ir falar pessoalmente com o "Manager". Na conversa com Bill Nicholson, Souness tenta convencê-lo do seu valor. O treinador não concorda e começa aqui um divórcio que, primeiramente, o leva a um empréstimo na liga norte-americana. Tal foi o seu desempenho nos meses que passou ao serviço do Montreal Olympique, tendo, inclusive, sido chamado ao "All-Star Game", que no seu regresso a Inglaterra, o Middlesbrough acabaria por o contratar.
5 anos e meio a vestir a camisola do "The Boro" foram suficientes para revelar um dos médios mais completos que o futebol já viu. Destemido, duro e resistente, mas, ao mesmo tempo, capaz dos mais subtis e delicados lances de futebol, Souness mostrava evoluir a cada passo que dava dentro de campo. O pior é que, paralelamente à sua genialidade, o centrocampista também era tido como um bom praticante nas actividades boémias. Temendo pelo seu futuro o seu treinador, o mítico Jack Charlton, avisou-o que, caso não mudasse de postura, o seu futuro como futebolista estaria em risco. Ora, "como pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita", o atleta, uns anos mais tarde, acabaria por fazer uma, também ela muito badalada - "Estou saturado, desencantado com o jogo. Apetecem-me umas boas férias, longe daquilo tudo". Bem dito, bem feito... e com isso acabaria suspenso pelo seu clube.
Indiferentes a tudo isto pareciam estar os responsáveis do Liverpool que, acabado o tal castigo, reuniram-se com as partes interessadas e acertaram a transferência do jogador. 350000£, recorde, à altura, para o futebol britânico, foi a maquia gasta pelos "The Reds" para assegurar o concurso do médio, já a temporada 1977/78 ia a meio. Contente ficou o atleta, por se mudar para a equipa que, ainda uns meses antes, se sagrara campeã europeia... contente ficou o clube, pois, sem o saber ainda, estava a assegurar mais 3 desses troféus para o seu palmarés!
O que veio nos anos futuros, a esse da sua chegada, pode resumir-se a uma palavra só: excepcional!!! 5 Ligas Inglesas, 4 Taças da Liga, 3 Charity Shield e, como já o referi, 3 Taças dos Campeões, são os números do sucesso que resultou da união entre o internacional escocês e o Liverpool. Com tudo isto, Souness acabaria, como o prova a nomeação para as "110 lendas do futebol inglês", por garantir o caminho para a imortalidade. É certo que teve a sorte de fazer parte de uma equipa brilhante, onde pontuavam nomes como os de Kenny Dalglish, Bruce Grobbelaar, Ian Rush, Terry McDermott e tantos outros. Contudo, também não é menos certo dizer-se que, muito do que foram estes atletas se deve à genialidade do "10" escocês.
Depois de uma série de anos por Inglaterra e, também, após uma passagem pela Sampdoria, Souness, curiosamente, assina por um clube do seu país natal. Claro, que o engraçado disto tudo não está no facto de Souness voltar à Escócia, mas no acordo selado por si. É que o médio não seria contratado apenas como jogador do Rangers, mas como o seu treinador-jogador... função que desempenhou durante quase 5 anos!!!!
Já depois desta primeira experiência como técnico, onde acabaria por ganhar 3 Ligas, Souness prosseguiu a sua vida no "banco". Esta levá-lo-ia, ainda que longe das conquistas que alcançou como jogador, a granjear alguns êxitos. Com carreira feita, quase na sua totalidade por Inglaterra, as suas incursões pelo estrangeiro levá-lo-iam, também, até à Turquia. Foi já na sua segunda aventura como emigrante que a meio da temporada de 1997/98, chega ao Benfica. Tal como chegou, abalou... sem nada e apenas deixando um conselho sobre o Presidente Vale e Azevedo - "Este homem não é de confiança"!!!

485 - DOMINGUEZ

Como é que um jovem jogador passa de motivo de romarias para dispensado?
Pois bem, a história de Dominguez começa ainda este andava pelas escolas do Benfica. Por essa altura, começam os adeptos a ouvir falar de um pequeno futebolista que, apesar de ficar uns palmos abaixo dos seus companheiros de jogo, conseguia zombar deles todos. A história, à imagem de um "David e Golias", acaba por fazer com que muitos adeptos comecem a deslocar-se aos "campos da bola". Tal era o fenómeno que até a RTP não quis perder tamanho "furo" e, por altura de um Torneio Internacional da Pontinha, foi fazer uma reportagem sobre o novo craque das "Águias". Contudo, era aquilo que mais impressionava quem o via jogar que, ao mesmo tempo, fazia com que muitos dos responsáveis na "Luz" torcessem o nariz ao futuro do rapaz. Para eles, a técnica que o miúdo apresentava ou a maneira desinibida com que avançava para os adversários, não eram suficientes para fazer dele um bom profissional. Para eles, o rapaz era franzino demais; o rapaz, nem mesmo depois das vitaminas oferecidas pela empresa do Presidente João Santos, parecia querer crescer.
Chegada a hora de transitar para a equipa principal, Dominguez acabaria por ser emprestado ao Sintrense e, mais tarde, ao Fafe. Ora, já ele andava pelo Minho e desvinculado do seu emblema de origem, quando, sem muito bem se entender o porquê, surge o Birmingham no seu concurso! Clubes e jogador rapidamente chegam a um acordo e o extremo parte para Inglaterra. Na "Second Division" as suas fintas estonteantes começam a fazer sucesso. Ainda que longe dos palcos principais do futebol britânico, os ecos das suas corridas pelas alas do ataque, fazem com que outros clubes procurem saber mais sobre o jogador. Quem também se mostra interessada é Federação Portuguesa de Futebol, que, pela mão dos seus técnicos, começa a incluí-lo nas listas de convocados para as "Esperanças" portuguesas.
No meio dos assumidos pretendentes, quem leva avante a sua contratação acaba por ser o Sporting. Mas ao contrário daquilo que dele se esperaria, o avançado nunca consegue assumir, dentro do plantel leonino, uma grande preponderância. Oiçamos o seu antigo treinador, Octávio Machado - "Fiquei triste por não ter conseguido dar a volta ao Dominguez porque ele tinha um talento e condições excepcionais para seguir um caminho bem diferente daquele que tomou. Tentei mas não consegui fazer dele um jogador importante para a equipa, enquadrá-lo no colectivo e em proveito de este retirar as suas qualidades inatas. Tentei abrir-lhe novos horizontes, incutir-lhe uma cultura profissional, mas quando um jogador não quer não há nada a fazer".
Apesar de tudo aquilo que lhe era apontado e do falhanço que tinha sido o seu regresso a Portugal, em Inglaterra havia quem ainda se lembrasse dos seus "dribles", das suas corridas ou da maneira como desnorteava os defesas adversários. Esse alguém dava pelo nome de Gerry Francis e era o "Manager" do Tottenham. Em Londres, Dominguez até começou bem. Contudo, o despedimento do técnico que o tinha contratado para a "Premier", acabaria por levar o internacional português (ainda ao serviço do Sporting, seria chamado à selecção principal) para o banco e, mais tarde, para a equipa de Reservas.
Ao fim de três anos e meio, com Dominguez vetado ao esquecimento dentro do plantel dos "Spurs", surge a oportunidade da "Bundesliga". Andreas Brehme, antigo internacional germânico e, àquele tempo, na frente do Kaiserslautern, continuava a acreditar que Dominguez voltaria a mostrar, sob o seu comando, o poder da sua finta, os seus cruzamentos letais e, até, como o seu remate era perigoso. No entanto, e apesar de saber que esta, provavelmente, seria a sua derradeira chance de se relançar ao mais alto nível, Dominguez nunca passaria de um jogador intermitente e sem capacidade para, com regularidade, assumir o lugar de titular.
Depois de uma passagem pelo Al Ahli (Qatar) e pelo Vasco da Gama (Brasil), o atacante, com pouco mais de 30 anos, decide, em 2005, terminar a sua actividade como futebolista. Em 2010 surge novamente ligado ao futebol, quando o União de Leira o contrata para treinador das suas camadas jovens. Desde então, a sua actividade como técnico pô-lo também na rota do Sporting e, ultimamente e na sequência do acordo de cooperação firmado entre os "Verde e Branco" e o Real Cartagena, à frente dos destinos da equipa principal da Liga Colombiana.

484 - EDMILSON

Descoberto pelo Nacional da Madeira nas divisões secundárias do Brasil, Edmilson, que acumulava o futebol com a actividade de contabilista, chega ao Funchal em 1993 para assinar um contrato de profissional. As qualidades que, dentro de campo, logo mostrou, com a velocidade e a técnica a sobressaírem, fez com que a sua estadia na "Pérola do Atlântico" apenas durasse uma temporada. Foi então que, à sua vida, chegou a Primeira Divisão e, na altura, a camisola do Salgueiros.
Mais uma excelente época e mais um salto na sua carreira, desta vez para o FC Porto. Nas Antas, as suas exibições pelo lado direito do ataque, onde tantas vezes foi o municiador de homens como Domingos ou Jardel, elevaram-no a estrela da nossa Liga. Dois Campeonatos e uma Supertaça acabariam por ser os números dessa passagem pelos "Dragões", onde as presenças na "Champions" acabariam por projectar o seu nome além-fronteiras.
Ora, seria exactamente do estrangeiro que surgiria nova oportunidade para Edmilson e o PSG acabaria por ser a seu novo destino. No entanto, a sua estadia na capital gaulesa, acabaria em rotundo falhanço, com o atleta a ser pouco utilizado. Rapidamente se equaciona o regresso a Portugal e a um clube de monta. No entanto, a viagem que, ainda no decorrer dessa mesma temporada, o traz de volta acaba por o levar a Sul e, desta feita, ao Sporting. Com os "Leões" passa 4 anos, durante os quais assume especial importância na época de 1999/00, sendo um dos principais obreiros da vitória no Campeonato - "O Sporting não ganhava o título há 18 anos e a verdade é que o meu nome está lá, na lista de campeões".
Surpreendentemente, no ano seguinte Edmilson eclipsa-se. Regressa depois ao Brasil, mas como o seu estatuto já era bem diferente daquele com que tinha deixado o seu país natal, assina pelo Palmeiras. Mais uma vez, sem que nada aparente o consiga explicar, o atacante falha na sua passagem pela equipa paulista.
Começa, então, um périplo que o levaria a alternar a sua vida de futebolista, entre países europeus como a Bélgica, Noruega e Portugal (Portimonense) e o Brasil. Mas a verdade é que Edmilson parecia, por estes tempos, estar bem longe da forma que o tinha categorizado. Apenas representava emblemas modestos e como, a certa altura, a sua carreira parecia estar próxima do fim, fez com que o mesmo acontecesse naquele que tinha sido o seu primeiro clube e o qual, entretanto, havia comprado.
Após o términus no Colatina, Edmilson voltou ao futebol no Espírito Santo de Marilândia. Mas se as funções para as quais lá estava, em principio, não o levariam a ser mais nada do que Presidente, a verdade é que, resultado de atrasos nas inscrições de atletas, Edmilson teve de voltar a calçar as chuteiras - "Foi complicado. Eu só estava inscrito porque queria fazer mais um jogo de despedida. Mas como faltavam vários certificados de jogadores, tive de entrar em campo e fiquei empolgado".

483 - NUNES

Terminada a sua formação no Barreirense, seria também nos da margem Sul do Tejo que Nunes faria a sua estreia com sénior. Ora, como por essa altura, finais dos anos 70, o Barreirense teimava em não largar os escalões secundários, e porque a qualidade desse tal jovem médio era bem superior à exigida em tais divisões, o Vitória de Setúbal acaba por "requerer" os seus serviços, corria o Verão de 1982.
Nunes que, desde bem cedo, mostrou como suas principais características a entrega dentro de campo ou, se quiserem, um espírito de verdadeira abnegação, começa, à beira do Sado e no convívio com os melhores do nosso futebol, a aprimorar as suas qualidades futebolísticas.
Em tão bons caminhos já andava o jogador, que os resultados das suas exibições começaram a aparecer na sua carreira. Primeiro, num desafio amigável frente à congénere brasileira, veio a chamada à principal selecção nacional. De seguida, após duas temporadas completas na cidade de Setúbal, apareceria o interesse do Benfica.
Foi assim que o "trinco" chegou à "Luz". Na bagagem trazia, como já o referi, uma internacionalização. Ainda assim, nem esse estatuto o impedia de tremer perante a responsabilidade de que lhe punham pela frente... a de substituir o sueco Stromberg, que entretanto partira para o Atalanta. Nervoso não ficaria durante muito tempo e nas épocas que se seguiriam, a partilhar o seu sector com companheiros como Carlos Manuel, Shéu e Elzo, ajudaria a reforçar o meio campo das "Águias". Foram 4 temporadas de "Encarnado", onde foi juntando alguns títulos àquilo que, por essa altura, já era uma bonita carreira. 1 Campeonato Nacional (1986/87), 3 Taças de Portugal (1984/85; 1985/86; 1986/87) e 1 Supertaça Cândido de Oliveira (1985/86), formaram o seu currículo como profissional. No entanto, por certo, há algo que ainda hoje deve sentir como falta. Falo, como já devem ter adivinhado, da vitória na Taça dos Campeões Europeus de 1988, perdida, na final de Estugarda, para o PSV Eindhoven.
Sem grande razão para tal, Nunes, na ressaca da dita campanha europeia, acaba por deixar o Benfica. Ruma, então, à Madeira, onde mantem, para além de uma grande forma exibicional (principalmente no primeiro ano), a presença nas convocatórias para os jogos de Portugal.
Essas duas temporadas ao serviço do Marítimo acabam por servir de prólogo para um regresso aos "Sadinos". De volta àquele que, com mais essas 5 temporadas, acabaria por se tornar no emblema que durante mais tempo representaria, Nunes entra na fase final da sua carreira.
Já depois de uma derradeira passagem pelo Desportivo de Beja, e numa altura que os antigos atletas começam a aventurar-se por outras funções dentro da modalidade, Nunes decide que a areia também era um bom terreno para praticar desporto. Dedica-se ao futebol de praia e, ao mais alto nível internacional, volta a representar Portugal. Ao lado de outras antigas estrelas do futebol luso, como Hernâni ou Isaías, Nunes ajuda a erguer uma série de troféus, como o Campeonato do Mundo de 2001 ou o Campeonato da Europa de 2002.

482 - MIGUEL

Miguel é o mais velho de três irmãos futebolistas - Basílio Marques e Tozé. Só isto serviria para aferir que o amor pela bola corria nas veias da família. Já o jeito do miúdo Miguel era como essa paixão, inegável. Ora, assim que soube dos treinos de captação, dirigiu-se ao Campo da Unidade para prestar provas. Ficou nas camadas jovens do Vitória de Guimarães até que, já na transição para os seniores, os responsáveis pela equipa decidem-se pelo seu empréstimo. Começa no Moreirense e nos anos seguintes vê-se sob a bandeira do Vizela, equipa que ajudaria a promover, pela primeira vez na história do emblema, à Primeira Divisão.
Pelas boas prestações que foi acumulando ao longo dessas temporadas, o conhecido treinador belga Raymond Goethals, que entretanto havia tomado o leme aos da "Cidade Berço", já não deixou partir o atleta. Fixou-o no centro da defesa e fez dele um dos principais pilares da equipa vitoriana. Esse estatuto soube mantê-lo daí em diante, contribuindo, e de que maneira, para os sucessos que o Vitória de Guimarães haveria de averbar nos anos vindouros. A compensação para Miguel por tão boas exibições, chegariam de diversas formas. Pode dizer-se que a qualificação para as provas europeias foi uma delas, contudo, o maior prémio acabaria por ser a chamada aos trabalhos da Selecção Nacional "A", onde, numa partida frente à Suécia, a contar para a Qualificação do Euro 88, faria a sua estreia.
Por esta altura, já outros emblemas andavam de olho no defesa. O primeiro a adiantar-se na corrida pelo central haveria de ser o Sporting e Miguel, no Verão de 1988, mudar-se-ia para Alvalade. De "verde e branco" vestia agora um jogador que, sem impressionar pela sua estatura física, era bom no jogo aéreo, forte na marcação e com um sentido posicional acima da média. Claro que tudo isto já seria suficiente para que Miguel fosse considerado como um dos melhores a actuar em Portugal. No entanto, a sua principal arma era a determinação, o sacrifício e a capacidade de luta que, inclusive, dizem, o fizeram partir os dentes na cabeça do "Bi-Bota D'Ouro", Fernando Gomes. Apesar das suas qualidades inegáveis, Miguel nunca conseguiria afirmar como um dos titulares indiscutíveis na equipa dos "Leões". Por essa razão a sua carreira, ao fim de 3 épocas em Lisboa, mudaria de ares, voltando ao Minho, mas, desta feita, ao Gil Vicente.
Continuaria, com todo o mérito, a jogar ao mais alto nível e na Primeira Divisão. Durante 6 anos representaria os de Barcelos no principal escalão do futebol português, até que, na temporada 1996/97, a sua equipa é despromovida. Por essa altura, já com 34 anos, muitos pensariam que o fim da vida profissional de Miguel estaria para chegar ao fim. Enganaram-se!!! Assinou de imediato pelo Trofense e aí permaneceu mais 8 épocas! Ao fim das ditas, e para provar que "velhos são os trapos", jogaria mais uma derradeira temporada, a representar o U.Torcatense. Seria, então, já com 43 anos de idade que Miguel decidiria ser o tempo certo para "pendurar as chuteiras".

481 - BIO


O nome Bio diz-lhe alguma coisa? E o de Bebiano Gomes? Se o primeiro é normal que pouco lhe diga, já o segundo, pelo mediatismo que ainda há pouco tempo teve, é capaz de o chamar a atenção! E o que têm um a ver com o outro? A ver vamos!
Em 1980, vindo da Guiné-Bissau, chega a Portugal um jovem jogador com duas cartas de recomendação. Passadas por um tal empresário português, que montara negócio em terras africanas, a dita correspondência destinava-se a Académica de Coimbra e Sporting, e nelas aconselhavam os referidos clubes a observar a qualidade do seu portador. A "Cidade dos Estudantes" foi a primeira paragem do rapaz. Teve sorte? Nem por isso, pois na "Briosa" não estavam em dia de captações. Volta a Lisboa e pernoita em Moscavide. No dia seguinte apanha o autocarro e pede ao motorista para o chamar aquando da chegada ao seu destino, o Estádio de Alvalade. O pior é que o condutor distrai-se, acabando por avisá-lo quando já iam mais adiante no percurso e nas proximidades do Estádio da "Luz".
Oportunidade perdida deu em oportunidade ganha e Bebiano decide oferecer os seus préstimos ao emblema da "Águia". Imediatamente agradou e acabaria por ficar integrado nas camadas de formação do clube e a morar no Lar do Jogador. Encontrou-se, logo aí, com grandes nomes do futebol nacional. Um deles, Jesualdo Ferreira, acabaria por ser um dos seus treinadores e o mesmo que o "baptizaria" de Bio. Já com nova identidade, a concentração que mostrava em campo, a disciplina com que cumpria as suas tarefas e a capacidade de nunca desistir, faziam com que da equipa principal o chamassem a participar em alguns treinos. Neles destacavam-se a sua veia lutadora e numa dessas situações ainda ouviu alguém a meter-se com ele - "Quando ia treinar com os seniores usava pitons de alumínio e no Estádio da Luz vínhamos do relvado para o balneário pelas escadas. Quando vinha a descer estavam os seniores cá todos em baixo, o Shéu, o Humberto... começavam a dizer ao Nené «olha que vem aí o Bio». Porque eu dava muita porrada...".
Com a chegada à idade sénior, Bio assina um contrato profissional, mas acaba por rumar ao Farense. Jovem como era, o defesa acaba por não jogar muito. Ainda assim, a experiência acaba por ser positiva, pois a convivência com jogadores de traquejo (Jorge Jesus, Carlos Alhinho, Paco Fortes, etc.) acaba por dar a Bio a força necessária para prosseguir a sua carreira de futebolista.
Seguiu-se o Penafiel, clube onde atingiria o auge como jogador... depois veio o Tirsense, Beira-Mar, Ac.Viseu e novamente o Penafiel. Seria nesta segunda passagem pelos "Rubro-Negros" que a vida de Bio mudaria radicalmente. Atingido por uma grave lesão, o defesa veria a sua carreira terminar apenas aos 28 anos. Mas como infortúnio não é palavra de que ele saiba o significado, Bio faria deste episódio uma janela aberta para novas oportunidades. Tirou o curso de Fisioterapeuta e foi, sob a alçada de Eurico, trabalhar para Santo Tirso.

Entretanto, o Penafiel decide convidá-lo para o seu "staff" e oferece-lhe o lugar de Secretário-Técnico. É já nestas funções que começa a participar em reuniões da Liga e repara que, excepção feita ao seu clube, todos os outros eram representados por advogados. Passados uns anos, inspirado por aqueles encontros, decide, então, tirar um curso superior, acabando por se licenciar em Direito. 
Seria, então, como advogado que o seu nome começou a ganhar destaque na imprensa nacional. Todos, pelo menos os que seguem o desporto regularmente, têm uma ideia do caso que opôs o jogador Bruma ao seu antigo clube, o Sporting. Pois bem, sem entrar muito a fundo em tal história, relembro-vos que o representante do avançado foi um tal de Bebiano Gomes.

480 - MÁRIO SILVA


Nascido em Paranhos, freguesia da cidade do Porto historicamente ligada ao Salgueiros, foi nos grandes rivais do Boavista que Mário Silva faria grande parte da sua formação como futebolista. Nessa condição subiria à categoria principal "axadrezada" em 1995/96, acompanhando a equipa em maior parte da caminhada que culminaria com a vitória no Campeonato Nacional. A sua competitividade, bem à imagem das "Panteras", rapidez e capacidade ofensiva faziam dele um dos principais pilares do Boavista. A lateral esquerda, tanto no campo defensivo como ofensivo, eram o seu domínio; os cruzamentos para área contrária, uma das suas armas mais poderosas. Com estes seus predicados ajudaria o Boavista a vencer a Taça de Portugal de 1996/97 e a Supertaça do ano seguinte. No entanto, aquele momento histórico de já aqui fiz referência, a conquista da Liga de 2000/01, vivê-lo-ia bem ao longe, ou não tivesse, no início dessa mesma temporada, assinado contrato pelo Nantes.
Não venceu em Portugal, mas, quase em jeito de compensação, Mário Silva veria o seu novo clube a erguer o troféu de campeão gaulês. Apesar do título e de, nesse trajecto, ter tido, tanto em número como em qualidade, uma participação louvável, Mário Silva, no Verão que se seguiu à sua chegada, abandonaria França. Sem grande razão aparente, no que ao campo desportivo diz respeito, acabariam por ser outras motivações que levariam o antigo defesa a regressar a Portugal - "O meu desejo foi sempre ficar na cidade do Porto e concretizei-o ao assinar pelo FC Porto. Sem a minha família não sou nada e decidi o meu futuro pensando no meu próprio bem, na minha felicidade e na felicidade da minha família".
Pelos "Dragões", imediatamente, assumiria um plantel de destaque no "onze" principal. O seu sucesso individual vê-lo-ia reflectido na chamada à selecção principal, onde, num particular frente à Finlândia, faria a sua estreia. Contudo, nada do que ia alcançando para si era o reflexo daquilo que se passava com o conjunto que representava, com o FC Porto, em 2001/02, a quedar-se pelo 3º posto da classificação.
Ora, os anos seguintes, com a chegada de José Mourinho ao leme dos "Azuis e Brancos", trouxeram, tanto para a equipa como para o atleta, uma mudança radical. O FC Porto venceria 2 Ligas (2002/2003 e 2003/04), 1 Taça de Portugal (2002/03), a Taça UEFA (2002/03) e a Liga dos Campeões (2003/04). Já Mário Silva perderia o protagonismo que tinha alcançado à sua chegada, acabando por ser dispensado no Verão de 2004.
A sua carreira prosseguiria por Espanha, onde vestiria as camisolas do Recreativo de Huelva e do Cadiz. Depois de conseguir algum destaque no primeiro ano, a troca de emblema, apesar da mudança para o primeiro escalão da "La Liga", eclipsaria Mário Silva. Dar-se-ia novo regresso a Portugal e, desta feita, a um Boavista mergulhado numa grave crise financeira.
O seu último passo como jogador dá-lo-ia ao serviço dos cipriotas do Doxa, clube onde acabaria por fazer a transição para a carreira de treinador.

479 - MÁRIO JOÃO

Que melhor lugar para um apaixonado da bola, do que crescer ao lado de um campo de futebol? Pois, provavelmente, não haverá nenhum e para Mário João, nascido e criado no Barreiro, o seu vizinho era o estádio da CUF. Ora, em tal contexto, muito seria de admirar que o destino do dito rapaz fosse outro! Impedido que estava de fugir a esse fado, foi, então, no Campo de Santa Bárbara que começou a sua actividade desportiva, sagrando-se, logo aí, vice-campeão nacional de juniores.
Uns anos mais tarde e por continuar a ser tão bom na arte do futebol, o Benfica decide nele apostar. Foi assim que, na segunda metade da década de 50, em direcção ao Lar do Jogador, Mário João atravessa para a margem Sul do Tejo. Em Lisboa, o promissor avançado, que nessas tarefas se haveria de manter enquanto na categoria de "Aspirantes", vê Otto Glória, com a sua inclusão no plantel principal, a recuá-lo no terreno de jogo. Passa ao meio campo, no entanto, a grande mudança seria de autoria de Bella Guttmann, que pela sua sapiência, ou pelo azar da lesão de Ângelo, indica Mário João para o lugar de defesa esquerdo. Contudo, Ângelo acabaria por recuperar. "E agora?" - deve ter pensado o técnico húngaro - "...que faço eu com esta descoberta". A resposta foi evidente e nada melhor do que passar o jogador da canhota do campo para a direita do mesmo.
Apesar da mudança favorável ao seu desempenho, num plantel tão recheado, nem tudo eram rosas para Mário João. A prova de que a concorrência era feroz, foi que depois de uma temporada excelente, a que se seguiria, 1960/61, apenas permitiria ao lateral a presença em 3 partidas do Campeonato. Não sei se já se aperceberam pelos anos que ainda agora vos revelei, mas a época que acabo de falar é a mesma que levou o Benfica à sua primeira final da Taça dos Campeões Europeus. Ora, numa temporada tão fraquinha para o jogador, poucas seriam as suas probabilidades de ser escolhido para os importantes desafios da referida prova internacional. Passando à frente do porquê, a verdade é que Mário João seria escolhido para jogar a partida mais importante de todas... a final!!! Agora perguntam: "Então, com tanta falta de competição, e os baixos níveis do atleta???!!!". Para Mário João essa conjugação de palavras nunca fez sentido, pois dentro de campo, para ele, só se estava a 100%. Nessa derradeira partida, disputada em Berna, foi com sua habitual mentalidade, a de um verdadeiro guerreiro, que entrou no campo. Atemorizado? Não, não era para tanto... afinal só ia defrontar os "gigantes" do Barcelona e do seu lado só haveria de lhe aparecer um tal de Czibor!!! Mas o que extremo húngaro não sabia, é que Mário João já levava "no bolso" a táctica bem ensaiada e a ele desvendada por Trabucho Alexandre... um reconhecido jornalista!!! - "Porque ele já o tinha visto jogar noutras eliminatórias, e porque viu que eu estava preocupado, então disse-me: «Eu explico-te como é que ele joga. Ele entra muito pela esquerda... vem um bocadinho atrás para buscar a bola e depois é que entra» ... e eu marquei-o impecavelmente".
O último ano de "Águia" ao peito, fê-lo depois de ajudar o Benfica a vencer a segunda Taça dos Campeões Europeus. É então, por essa altura, que, coincidência ou não, alguém se lembra que Mário João, que já há 7 anos havia saído do Barreiro, tinha pedido uma licença sem vencimento - "a CUF escreveu-me uma carta a dizer que ia acabar a licença sem vencimento. Aí, escolhi sair do Benfica e optei por regressar ao Barreiro (...). O salário não era muito diferente, mas sempre recebia dos dois lados: como empregado e como jogador". Mário João acabaria por preferir a estabilidade de um emprego certo, às dúvidas do ofício de futebolista. De volta à sua terra natal, conciliaria os dois e tanto na CUF "empresa", como na CUF "grupo desportivo", acabaria por se reformar.

478 - FONSECA

Produto da formação do Leixões, seria no clube de Matosinhos, que Fonseca conseguiria os primeiros sucessos da sua carreira. Não falo de títulos, troféus ou qualquer coisa desse tipo. Refiro-me à notoriedade que, por razão das suas boas exibições, rapidamente conseguiu conquistar no seio do futebol português.
Tão boas foram essas suas prestações que o Benfica, ao fim de apenas 3 temporadas como sénior, decide apostar nele para reforçar o seu plantel. Claro que, por esta altura, o dono da baliza das "Águias" dava pelo nome de José Henrique, o mítico "Zé Gato". Ora, tendo em conta este contexto, não será surpresa nenhuma dizer-se que as dificuldades do jovem guarda-redes foram enormes. Nunca conseguiria impor-se como titular absoluto e, para piorar um pouco o cenário, poucas seriam as partidas em que viria a ser utilizado. Ainda assim, seria no Benfica que Fonseca conseguiria os primeiros títulos da sua carreira, ao conquistar 2 Campeonatos (1970/71; 1971/72) e 2 Taças de Portugal (1969/70; 1971/72).
De seguida, ainda contratualmente ligado aos "Encarnados", seguiram-se os empréstimos. Regressou ao Leixões e acabaria por fazer uma incursão por Espanha, onde vestiria a camisola do Ourense.
Foi já no seguimento desta sua experiência como emigrante que Fonseca assinaria pelo Varzim. Na Póvoa, onde esteve entre o Verão de 1975 e o de 1977, a sua vida como profissional conheceria uma outra dimensão. Reconhecido que era como um grande guardião, Fonseca haveria de ser chamado aos trabalhos da principal selecção nacional, conquistando frente à Dinamarca, num desafio pertencente à Qualificação para o Mundial de 1978, a sua primeira internacionalização "A".
Com este nova meta atingida na sua carreira, Fonseca vê o seu passo seguinte a aproximá-lo de outro dos grandes do futebol nacional, o FC Porto. Com esta mudança, logo nesse ano de estreia nas Antas, Fonseca veria o seu nome a entrar para a história dos "Dragões". A razão é simples e prende-se com a vitória no Campeonato Nacional... um Campeonato, apenas???!!! É verdade, hoje parece-nos impossível que um Campeonato, no que aos troféus do FC Porto diz respeito, seja tão badalado. Mas esse de 1977/78, não é um qualquer! Representa, isso sim, o fim de um longo jejum, que fez com que os de "Azul e Branco" estivessem 19 anos sem poder erguer o dito troféu.
Uma das histórias que Fonseca recorda na sua carreira, prende-se com um dos mais decisivos jogos dessa caminhada, o 1-1 nas Antas, frente ao Benfica, correspondente à 28 jornada - "O meu equipamento de jogo trazia-o sempre para casa e a minha mulher fazia o favor de me o ir levar no dia do jogo. Acontece que os portões abriram muito mais tarde do que a hora habitual... naturalmente que havia uma confusão tremenda! A minha mulher ia com o meu filho mais novo e carro foi abalroado, porque não podia passar. Eu estava a ficar um pouco nervoso porque as coisas não me apareciam à hora determinada. Chegou-me a notícia que a minha mulher não podia passar. Eu vim a correr pela rampa do Estádio das Antas, desesperado para ir buscar o equipamento. Passei o portão, descalço, faltava meia hora para começar o jogo, esquecendo-me até do que estava a acontecer com a minha mulher e com o meu filho".
Depois do FC Porto, onde ainda viria a conquistar outro Campeonato Nacional e uma Supertaça, a vida de Fonseca passa, mais uma vez, pelos espanhóis do Ourense, seguido de Famalicão e Desportivo de Chaves. Seria já na cidade flaviense que o guardião decidiria pôr um ponto final na sua carreira e onde viria a ter a sua primeira experiência como treinador.

CROMOS PEDIDOS 2014

Mais um ano e contra alguns imprevistos - informáticos; disponibilidades; disposições - lá vamos avançando. Chegamos este mês ao nosso 4º ano de existência, com a esperança que nos consigamos manter por mais uns quantos. Muito o devemos a todos os que nos acompanham. Por essa razão, mais uma vez e como tem sido apanágio do "Cromo sem caderneta", o nosso aniversário é comemorado em comunhão com aqueles que ainda têm a paciência para nos visitar. Assim, neste mês, os cromos publicados foram escolhidos pelos nossos mais acérrimos leitores. Junho será, então, dedicado aos "Cromos Pedidos".