375 - TAUMENT

Tendo terminado a formação no Feyenoord, haveria de ser no clube de Roterdão que o extremo começaria a carreira como profissional. Ao prometer ser uma das futuras estrelas do futebol neerlandês, Gaston Taument, pouco tempo após a promoção aos seniores, seria também chamado por Rinus Michels para representar a principal selecção da Holanda. Nessa estreia, frente a Portugal, num amigável disputado em Faro, a 12 de Fevereiro de 1992, o jogador iniciaria a um percurso que, para além de 15 internacionalizações, daria ao atleta a presença no Mundial de 1994 e no Euro 96.
Por altura do jogo particular referido no parágrafo anterior, Taument não sabia, ou sequer desconfiaria, que o país contra o qual cumpria a primeira internacionalização iria marcar um ponto de viragem, deveras importante, na sua vida como futebolista. Muito antes, surgiriam ainda uma série de épocas, talhadas de sucessos, no emblema que o havia formado. Durante essas 8 temporadas de ligação contratual – adicione-se a de 1990/91, em que, por empréstimo, esteve cedido ao Excelcior – o atacante conseguiria construir uma carreira desportiva sólida, ao ponto de ser considerado, não uma estrela de calibre mundial, mas um praticante com um nome bem reconhecido pelos amantes da modalidade.
Na sua evolução, seria uma época após a participação no Europeu organizado em Inglaterra, numa altura em que, pelo Feyenoord, já tinha conquistado 1 Campeonato, 4 Taças da Holanda e 1 Supertaça, que a ligação de Taument com Portugal começaria. Com a temporada de 1997/98 a dar os primeiros passos para os lados da Luz, Manuel José, a preparar uma campanha para fazer esquecer os desaires acumulados ao longo dos anos anteriores, passaria a contar como uma série de reforços, como o extremo dos Países Baixos, o brasileiro Paulo Nunes ou o defesa-central Carlos Gamarra. No entanto, apesar de uma equipa bem apetrechada, o sonho das “Águias”, como vinha sendo apanágio para aqueles lado da 2ª circular, cedo começaria a desmoronar-se e, num um ano de mais insucesso, o técnico português acabaria despedido e uma série de jogadores, incluindo os acima referidos, seriam surpreendentemente transferidos.
Taument sairia do Benfica, sem nunca conseguir mostrar a razão da sua fama. Acusado por alguns de revelar pouca disponibilidade e bem longe dos números conseguidos na Holanda, a janela de transferências no Inverno de 1998 serviria para que o jogador fizesse a mudança de Portugal para a Bélgica. Porém, a ida para o Anderlecht não serviria para relançar a sua carreira, mas apenas para continuar a alimentar a imagem de um atleta a viver uma fase menos boa.
Depois do clube de Bruxelas, seguir-se-iam passagens pela Grécia e pela Áustria, onde representaria, respectivamente, o OFI Creta e o Rapid Viena. Com o fim da sua carreira como futebolista a acontecer em 2002, no país dos Alpes, Taument, praticamente de seguida, passaria a abraçar as funções de treinador e regressaria, para desempenhar tais tarefas, ao Feyenoord.

374 - ISAÍAS

Por certo, os responsáveis do Belenenses, ao vê-lo jogar pelo Rio Ave, depressa deverão ter mostrado algum arrependimento por, uns tempos antes, terem-no aferido como inapto para vestir a camisola da "Cruz de Cristo".
É verdade, depois de ter treinado no Restelo e de ter sido recusado pelo emblema lisboeta, Isaías finalmente conseguiria um clube em Portugal. A proposta de contrato chegaria de Vila do Conde, onde rapidamente mostraria dotes de craque. Com uma enorme resistência, força, capacidade lutadora e um fortíssimo remate, bastaria um ano após a sua chegada do Brasil para que outros emblemas começassem a acenar-lhe com propostas bem mais tentadoras. Seguir-se-ia, em 1988/89, o Boavista. No Bessa habituar-se-ia a jogar ao mais alto nível, a não ficar impressionado com os maiores palcos do futebol europeu e a lutar pelos lugares cimeiros das provas lusas. Nesse contexto competitivo, Sven-Göran Eriksson aferiria em si um praticante competente e seria por conselho do técnico sueco que o Benfica haveria de prosseguir para a contratação do atacante.
Na temporada de 1990/91, muito para além do primeiro título conquistado em Portugal, ou seja, o Campeonato Nacional, Isaías encetaria uma relação com os adeptos “Encarnados” alimentada por uma mútua admiração. Para tal, muito contribuiria a maneira corajosa como encarava os desafios ou como, sem qualquer temor, tomava para si a responsabilidade de atentar contra as balizas adversárias. Muitos desses remates acabariam no “terceiro anel”. No entanto, seria nesse sector do Estádio da Luz que a sua atitude arrojada viria a ser mais apreciada. É certo também que muitas dessas tentativas dariam golos tremendos, golos de levantar multidões e de calar as plateias adversárias. Seria exactamente isso que aconteceria em Highbury Park, a 6 de Novembro de 1991, na partida entre o Arsenal e o Benfica, a contar para a ronda de acesso à fase de grupos da Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Depois de na 1ª mão, realizada em Lisboa, os "Gunners" terem conseguido um empate a uma bola, o jogo de Londres parecia bem mais favorável aos da casa. Contudo, Isaías não estava de acordo com as previsões da maioria dos apostadores e ao rubricar uma exibição memorável, onde marcaria dois portentosos tentos, acabaria com as pretensões do Arsenal em chegar à etapa seguinte da competição. De Inglaterra, após o prolongamento, o Benfica sairia com uma vitória por 1-3, com a massa adepta a ganhar um novo herói. Porém, não só no Reino Unido o avançado soube mostrar-se ao mais alto nível. Também em Alvalade, no inolvidável 3-6 de 1993/94, o atacante marcaria dois golos que ajudariam à vitória das “Águias” e que, principalmente, empurrariam os “Encarnados” para a conquista de mais um Campeonato Nacional. Nesse desafio frente ao Sporting, o jogador decidiria celebrar aos saltinhos e com as mãos a imitar uns chifres. O que quis dizer com tal momice, provavelmente poucos saberão. Já para os adeptos, o gesto festivo significaria apenas uma coisa: que o “Verão Quente”, onde seria especulada a sua mudança para o plantel leonino, estava para sempre esquecido.
Seria com enorme estranheza que o público receberia a notícia da sua dispensa por parte do treinador Artur Jorge. Curiosamente, na mesma temporada em que tinha sido o melhor marcador da equipa, Isaías, finda a temporada de 1994/95, veria o seu nome na lista de atletas excedentários. Com a "limpeza" perpetrada pelo técnico português, o avançado abandonaria o futebol luso para, durante duas épocas, experimentar a Liga Inglesa. O sucesso conseguido ao serviço do Coventry, com uma utilização pouco regular, acabaria por ser relativo. Tendo em conta essa aferição, o jogador decidiria regressar a Portugal. Com as cores do Campomaiorense a partir da campanha de 1997/98, o atleta viveria o melhor momento na edição de 1998/99 da Taça de Portugal e com a chegada à final da “Prova Rainha”, ajudaria a escrever a página mais notável na existência da agremiação alentejana.
Após voltar vestir as cores do Cabofriense, o seu primeiro clube no Brasil, de envergar a camisola do Friburguense e de dar por terminada a sua carreira no "futebol dos relvados", Isaías retornaria a Portugal. Dessa feita, o contexto acabaria por ser um pouco diferente daquele em que estávamos habituados a vê-lo. É que, por razão da sua naturalização, o jogador passaria a representar a "selecção das quinas", mas na variante de praia.

373 - SIMÕES

Depois de treinar no Belenenses e no Sporting e de fracassadas as investidas desses dois emblemas de Lisboa para contratar o jogador, em cena entrariam as "Águias". Certo dia, Fernando Caiado, antiga estrela benfiquista e, à altura, um dos seus "olheiros", propor-se-ia a assistir a um desafio entre o Almada e o Montijo. O objectivo da prospecção seria o de observar dois atletas da colectividade aldegalense. Porém, no clube da terra do "Cristo Rei" daria de caras com um jovem que, para além de muito rápido e de possuir uma capacidade de finta fantástica, tinha, igualmente, a faculdade de entender e executar o jogo de uma forma superior.
Do episódio acima mencionado até António Simões assinar pelo Benfica, demoraria pouco tempo e seria ainda como júnior que o extremo entraria pela primeira vez na Luz. No entanto, a idade parecia contar pouco para o jovem craque e Béla Guttmann, com o atacante a contar apenas 17 anos, haveria de chamá-lo à primeira equipa. A estreia, um jogo frente ao Peñarol, serviria, depois de um triunfo para cada lado, para decidir o vencedor da Taça Intercontinental de 1961. Após a pesada derrota por 5-0 na 2ª mão, o treinador húngaro resolveria injectar sangue novo na equipa e mandaria chamar, numa viagem da capital portuguesa até à finalíssima em Montevideu, duas das maiores promessas dos “Encarnados”: Eusébio e Simões. As “Águias” perderiam o troféu. Ainda assim, para essa temporada de 1961/62 estava guardada outra glória e no termo da dita campanha, os “Encarnados” levantariam a Taça dos Clubes Campeões Europeus. Nos anos seguintes, naquela que é a maior prova de clubes a nível global, o atleta ainda marcaria presença em mais 3 finais. Porém, como sabemos, a sorte seria bem diferente da do encontro, disputado em Amesterdão, frente ao Real Madrid, com o conjunto luso a sair derrotado de todas essas contendas.
Pelo meio das sendas europeias, emergiria a famosa polémica a envolver o clube e o jogador. Depois de questionar um dos dirigentes do Benfica sobre os salários em atraso e de, inclusive, ter denunciado o caso à comunicação social, as suas relações com a direcção azedariam. Depois da suspensão por um mês, do assédio do Sporting e do pedido, por parte do atleta, de rescisão do contrato, Simões decidiria pedir ajuda a um jovem advogado de seu nome Jorge Sampaio ou, para os mais distraídos, o futuro Presidente da Republica. O litígio ficaria resolvido passados uns tempos, com o jogador a ver as condições contratuais melhoradas. O emblema “encarnado” também sairia beneficiado com o acordo e as “Águias” voltariam a contar com o atleta que, uns anos antes, tinha brilhado com as cores da selecção de Portugal no Mundial de 1966.
No que diz respeito à sua ligação com o Benfica, o jogador manter-se-ia a jogar pelo “Glorioso” até 1975, altura em que entraria numa nova fase da carreira. Entre o "El Dorado" do futebol nos anos de 1970, a Liga dos Estados Unidos da América, e alguns clubes de menor monta em Portugal, casos do Estoril Praia e do União de Tomar, Simões escreveria os últimos capítulos da sua brilhante história como atleta. De resto, falta ainda sublinhar a sua faceta de Homem capaz de dar a cara pelas lutas que, no futebol ou fora dele, achou serem válidas e que o levariam, no pós 25 de Abril de 1974, a ser eleito como deputado à Assembleia da República, pelo CDS.

372 - BENTO

Com apenas um 1,73m de altura, Manuel Bento, nos dias que correm, provavelmente, não seria uma escolha óbvia para a posição de guarda-redes. No entanto, o que não tinha em altura, sobejava em elasticidade, em colocação e, acima de tudo, possuía aquilo que a maior parte dos praticantes e dos adeptos da modalidade conhecem como “uma boa dose de loucura”. Esse arrojo levá-lo-ia para um patamar exibicional de excepção, nível que todos os que olhassem apenas ao seu físico haveriam de considerar como impensável. É certo que a sua carreira não foi só feita de coragem. Quem com ele trabalhou, sabe que o antigo guardião era um exemplo de luta, dedicação e esforço, características obtidas ainda nos tempos passados na Golegã, a sua terra natal, e enquanto exercia a profissão de pedreiro.
Depois dos primeiros passos no Riachense e no Goleganense, haveria de ser o Sporting o primeiro "grande" a estender-lhe a mão. Contudo, fruto do desentendimento com alguns dirigentes “leoninos”, a relação entre o atleta e o clube apenas duraria 3 meses, ao fim dos quais Bento regressaria a casa. De seguida, a oportunidade de pisar os principais palcos do futebol nacional surgiria vinda da Margem Sul do Rio Tejo. No FC Barreirense a partir de 1969/70, o jogador começaria a mostrar-se como um dos melhores na sua posição, tendo sido, na temporada de estreia, um dos responsáveis pelo brilhante 4º lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional e pela correspondente qualificação para as competições europeias. Todavia, o jogo a pô-lo definitivamente na rota do Benfica haveria de ser outro. Nesse encontro a 8 de Dezembro de 1970, em pleno Estádio da Luz seria disputada a partida que serviria de despedida para outro dos "magos" do futebol luso, o enorme Mário Coluna. Como um dos convidados, Bento faria uma exibição notável e o “namoro” com as "Águias" começaria nessa data, mas com a transferência a materializar-se apenas na época de 1972/73.
Ao chegar ao Benfica, apesar da experiência que os seus 24 anos poderiam revelar, a verdade é que Bento haveria de enfrentar a primeira grande dificuldade, isto é, destronar José Henrique. Porém, nem isso seria um factor de desmotivação e o guardião continuaria a trabalhar com afinco e naturalmente, ao fim de algumas temporadas, com a capacidade de abnegação como a principal bandeira, conseguiria impor-se como titular. Nesse sentido, não é demais referir que a sua vontade guerreira seria, muitas vezes, o combustível para que, fora e dentro de campo, tomasse a posição de um verdadeiro líder. Ficariam na memória tantas histórias, como por exemplo aquelas em que assumiria o papel de marcador de grandes penalidades - "(…) o Bento, certa vez (…), qualificou o Benfica. Sim, ele é que nos qualificou: 0-0 na Luz e 0-0 em Moscovo. Prolongamento, penáltis e o Bento defende o primeiro (…). O segundo (…) foi para fora. O terceiro (…) foi golo, mas aí já nós estávamos bem à vontade. E foi o Bento quem marcou o penálti que nos apurou para a ronda seguinte. Bola para um lado, guarda-redes para o outro"* - relembraria Toni a eliminatória de 1977/78 da Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao Torpedo.
Outros episódios houveram um pouco mais extremos, é certo. Como aquele onde, num dos tantos “derbies” lisboetas, acabaria a desentender-se com o avançado do Sporting, e seu amigo pessoal, Manuel Fernandes, o qual recordaria o episódio da seguinte maneira – “Já na segunda parte, com o resultado em 1-1, o Bento saiu aos meus pés, e eu deixei o meu pé sem intenção, para ver se ele largava a bola, mas ele agarrou-a. Mal lhe toquei, quando muito rocei com a bota, porque não levava força para o magoar"**. Porém, o guardião dos encarnados responderia com alguma brusquidão à rispidez do lance e atingiria o adversário com o braço na cara – “Eu naturalmente atirei-me para o chão, pois sabia que ia beneficiar a minha equipa. Ele ainda me disse: és sempre a mesma merda”**.
Também no papel de líder, Bento viveria um dos momentos mais conturbados do futebol português, quando, já em pleno estágio para o Mundial de 1986, daria a cara pelas reivindicações do grupo de jogadores presentes no estágio de Saltillo. Aliás, para si, esse torneio não ficaria marcado apenas por esse caso. Infelizmente para o guardião, o certame realizado no México acabaria por ser o princípio do fim da sua carreira, pois, num dos treinos a seguir à vitória sobre a Inglaterra, numa brincadeira a meio de uma das ditas sessões, o guarda-redes, à altura o titular da selecção, fracturaria a perna. Afastado dos restantes encontros, o regresso a Lisboa ficaria marcado pelo esforço com que encararia à recuperação. Todavia, nunca mais voltaria a ser o mesmo, aquele que, com um jeito por vezes pouco ortodoxo, haveria de maravilhar Platini, no Euro 84, realizado em França - "Nunca vi ninguém defender tão bem durante um jogo"*.
Por todas estas e outras tantas histórias, pelos 20 anos em que esteve ao serviço do Benfica como jogador, pelos 16 títulos nacionais e presenças em 3 finais europeias, pelas 63 internacionalizações e, acima de tudo, pelo homem de enorme carácter, Bento será recordado como um dos melhores de sempre e lembrado como o eterno "Homem de Borracha".

*retirado de "101 cromos da bola" (Lua de Papel), Rui Miguel Tovar, Março de 2012
**retirado do artigo publicado a 12/12/2011, em www.dn.pt

371 - ANDRÉ CRUZ

Tendo despontado no Ponte Preta, as suas exibições, a pautarem-no como um defesa elegante e com uma técnica acima do normal, levá-lo-iam à selecção brasileira. Ao percorrer todos os escalões de formação do "Escrete", o primeiro grande evento em que participaria, um ano após a sua promoção a sénior, seriam os Jogos Olímpicos de 1988. Ao lado de Aloísio, outro grande central com passagem pelo futebol português, André Cruz e os seus companheiros, no certame organizado na cidade sul-coreana de Seul, não iriam além da Medalha de Prata. Contudo, no ano seguinte, o defesa conseguiria erguer o troféu de vencedor da Copa América. Esse, no entanto, seria o único título ganho pelo seu país, isto porque, nos outros grandes torneios em que viria a participar - Copa América de 1995; Mundial de 1998 - o Brasil voltaria a repetir a segunda posição.
A nível de clubes, André Cruz cedo despertaria a cobiça de emblemas de maior monta. Nesse sentido, se o salto para o Flamengo não terá espantado muita gente, já a rapidez com que o jogador transitaria do emblema “carioca” para o futebol europeu, tornar-se-ia numa pequena surpresa. De malas aviadas para a Bélgica, apenas poucos meses após ser contratado pelo “Mengão”, a mudança para o plantel de 1990/91 do Standard Liège não traria ao jogador, ao contrário do aspecto financeiro, grande acréscimo a nível desportivo. No entanto, essa experiência serviria de montra, e também de seguro, para que de outros campeonatos quisessem nele apostar.
O passo seguinte, na temporada de 1994/95, dá-lo-ia ao serviço do Napoli que, longe de outros tempos e de outras ambições, ainda assim era presença assídua nas competições de índole continental. Com a carreira em franco crescimento, 3 temporadas após a chegada a Itália, André Cruz transitaria para o “gigante” AC Milan. A mudança, finalmente daria ao defesa internacional brasileiro a oportunidade de representar uma equipa com a ambição de conquistar títulos e a vitória na edição de 1998/99 da Serie A enriqueceria o currículo pessoal do atleta com o "Scudetto".
O segundo troféu de campeão nacional consegui-lo-ia já em Portugal. Com uma utilização abaixo do esperado, e depois de alguns empréstimos que levariam o jogador a regressar ao Standard Liège e a representar o Torino, o defesa, com 31 anos de idade, acabaria por deixar o AC Milan, para reforçar o sector mais recuado do Sporting. Nessa janela de transferências do “Mercado de Inverno” de 1999/00, os "Leões" arriscariam forte na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa. Outras transferências, como a do belga Mbo Mpenza ou a de César Prates, indicariam isso mesmo. Tal como para os seus referidos colegas, a aposta na contratação do internacional “canarinho”, com o central rapidamente a ganhar um lugar no centro da defesa “verde e branca”, renderia verdadeiros frutos e ajudaria de forma inequívoca a quebrar, nesse fim de época, o jejum “leonino” de 18 anos sem vencer o Campeonato Nacional.
Com uma idade na qual já não são esperadas grandes correrias, mas com as suas exibições, de certo modo, a contrariarem a idade, André Cruz, com os livres-directos a servirem como a "cereja no topo do bolo", manter-se-ia, nos dois anos seguintes, como um dos principais elementos do plantel sportinguista. Depois de, ainda pelos “Leões”, vencer a Supertaça de 2000/01 e de ter ajudado à “dobradinha” na campanha seguinte, a ligação do defesa ao emblema de Alvalade conheceria o fim. De seguida, o jogador regressaria ao país natal, onde, após representar o Goiás e o Internacional de Porto Alegre, poria, em 2004, um ponto final na carreira de futebolista profissional.

370 - ALOÍSIO

Produto das escolas do Internacional de Porto Alegre, Aloísio Pires Alves também deveria a sua formação às chamadas aos escalões jovens da selecção brasileira. Com a "Canarinha", o primeiro sucesso surgiria com a vitória na edição de 1983 do Mundial sub-20, disputado no México. Outro êxito viria com a participação do “Escrete” nos Jogos Olímpicos de 1988, organizados na cidade sul-coreana de Seul e de onde o Brasil sairia após conquistar a Medalha de Prata.
A evoluir, as participações nos torneios acima referidos, consagrariam Aloísio como uma das maiores promessas a actuar no eixo central do sector mais recuado. Com um sentido posicional de excepção, o jogador, ao aliar essa característica a uma superior mestria no que toca ao desarme dos adversários, passaria a ser aferido como um bom intérprete. Com tão bons predicados, seria sem grande surpresa que os "gigantes" do futebol europeu começariam a ver nele uma boa aposta. Nessa senda crescente, o passo seguinte dá-lo-ia, na temporada de 1988/89, na Catalunha. Contudo, o FC Barcelona acabaria por não ser o destino de sonho que o atleta, à partida, estaria a supor e sem o espaço pretendido para sublinhar as suas qualidades, o defesa jogaria um pouco menos do que o esperado.
Apesar de ter adicionado ao seu currículo, na primeira temporada com os “Blaugrana”, a vitória na Taça dos Vencedores das Taças, as suas expectativas enquanto atleta fá-lo-iam almejar outros projectos - "depois de dois anos no Barcelona tinha a oportunidade de dar continuidade à minha carreira e ganhar títulos. Costumo dizer que não me arrependo de ter tomado essa decisão"*. Como é fácil de adivinhar, a opção por si seguida ganharia corpo com a mudança para Portugal e há que concordar com a resolução do defesa, pois a transferência para o FC Porto viria a alterar, de forma positiva, a sua caminhada desportiva.
Onze temporadas cumpridas entre 1990/91 e 2000/01, fariam dele um dos históricos, não só do emblema da "Cidade Invicta", como de todo o futebol português. Durante esse período, Aloísio pouco mais faria do que juntar títulos ao palmarés pessoal. Com 19 troféus no currículo enquanto atleta do FC Porto, tal número ainda hoje mantem o defesa-central como o estrangeiro com mais provas conquistadas no cenário futebolístico luso. Claro que há outros dados a justificarem o tempo a mantê-lo como uma das principais escolhas no seio do plantel “azul e branco” e, por consequência, o estatuto auferido no grupo de trabalho. Nesse campo, há a frisar a constância de partidas jogadas por época, que fariam dele o nome mais utilizado durante os legendários anos do "Penta", ou mística transmitida aos companheiros de balneário e a consequente posse da braçadeira de capitão.
Depois de "pendurar as botas", Aloísio abraçaria a carreira de técnico que, ora como adjunto da equipa principal, ora como treinador-principal da equipa "b", viria a mantê-lo durante mais 5 temporadas ao serviço do FC Porto. Após essas primeiras experiências nos "bancos" e da passagem, para acompanhar o seu grande amigo Jorge Costa, pelo Sporting de Braga, Aloísio regressaria ao país natal para, na função de dirigente, assinar pelo Porto Alegre FC. Seria também com funções directivas que, em 2012, regressaria ao Norte de Portugal, mas dessa feita à cidade de Barcelos e para representar o Gil Vicente.

*retirado do artigo publicado por Ricardo Vara, a 22/08/2011, em http://paixaopeloporto.blogspot.com

369 - JOSÉ CARLOS

Benfiquista dos "sete costados", seria ao serviço das “Águias” que José Carlos acabaria o percurso formativo e onde, na campanha de 1985/86, subiria ao patamar sénior. No entanto, apesar da oportunidade dada ao defesa para integrar o grupo de trabalho a cargo de John Mortimore, a presença, no plantel principal, de jogadores como Minervino Pietra ou de António Veloso transformar-se-ia numa arrebatadora concorrência e na principal razão para que o lateral-direito, durante as duas primeiras temporadas com os “Encarnados”, não conseguisse passar de uma escolha secundária.
Após algumas épocas emprestado a outros emblemas, a campanha de 1988/89, a segunda ao serviço do Portimonense, revelaria um intérprete maduro e capaz de enfrentar outros desafios na divisão maior do futebol luso. Com uma assertividade acima da média, a capacidade defensiva mostrada começaria a surpreender os responsáveis pelo clube de origem. A somar a essa característica, igualmente bem vincada, surgiria a sua apetência para auxiliar, com cruzamentos certeiros, os colegas do ataque. Nesse sentido, José Carlos assumir-se-ia como um elemento a ter em conta para ajudar o Benfica em futuras contendas. Seria também a essa conclusão que chegaria Sven-Göran Eriksson e o atleta, para a temporada de 1989/90, acabaria chamado para junto das “Águias”.
Daí em diante, o lateral-direito, ao assumir-se como um dos mais importantes elementos do plantel “encarnado”, passaria a contar com uma média de mais de duas dezenas de partidas por temporada. Como um dos habituais titulares, nos 4 anos a seguir ao regresso à Luz, José Carlos transformar-se-ia num pilar dos sucessos colectivos dos “Encarnados”. Para além das conquistas de 1 Campeonato Nacional, 2 Taças de Portugal e 1 Supertaça, o defesa ainda faria parte do lote de jogadores que, frente ao AC Milan, jogariam a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1989/90. Ainda na senda do sucesso, outro prémio pelas suas boas exibições emergiria com a chamada à principal selecção portuguesa. Convocado por Artur Jorge, o jogador, a 29 de Agosto de 1990, entraria em campo frente à República Federal Alemã e nesse particular disputado com a “Mannschaft”, conseguiria a sua única internacionalização “A”.
Por tudo isso, muitos estranhariam que, no Verão de 1993, o seu nome aparecesse como um dos excluídos do plantel benfiquista. Dizem as "más-línguas" que muito desta sua "dispensa" teria começado ainda no ano anterior, após um encontro contra o FC Barcelona. Nesse desafio, decisivo para o apuramento para a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1991/92, José Carlos teria pela frente Hristo Stoichkov. Em abono da verdade, o lateral português não sairia bem na fotografia e com a derrota do Benfica por 2-1, muitos seriam os dedos a apontarem o defesa como o principal culpado do desaire.
Maus momentos à parte, a saída de José Carlos do Benfica, nem de perto, nem de longe, terminaria com a sua carreira. Já depois da passagem pelo plantel de 1993/94 do Estrela da Amadora, onde provaria não ter perdido qualquer das qualidades a fazerem dele um belo praticante, na temporada subsequente à cumprida na Reboleira, seguir-se-ia o Vitória Sport Clube. Na "Cidade Berço", o defesa voltaria aos maiores palcos internacionais, disputaria as competições europeias, mas, acima de tudo, continuaria a provar ser um dos melhores, na sua posição, a actuar em Portugal.
Já a entrar na derradeira fase da sua caminhada enquanto futebolista, ao atleta, ainda na 1ª divisão, surgiria o Belenenses de 1999/00. Por fim, antes de “pendurar as chuteiras”, emergiriam as campanhas com as cores do Atlético.

368 - PACO FORTES

 
 
Após a normal passagem pela equipa "b" do FC Barcelona, Paco Fortes, um ano após a referida promoção ao escalão sénior, haveria de conseguir afirmar-se no grupo principal "Blaugrana". Com presença habitual na metade ofensiva do meio-campo, o seu jogo, pautado pela rapidez e, principalmente, pela garra imprimida em todas os lances, levá-lo-ia, nessa temporada de 1975/76 e numa partida frente à congénere romena, à primeira e única chamada à selecção principal espanhola.
Após o sucesso inicial, as temporadas seguintes trariam ao médio-ofensivo algumas dificuldades e depois do empréstimo ao Málaga na temporada de 1976/77, o regresso ao clube de origem, apenas permitiria a Paco Fortes a assiduidade no banco de suplentes. Ainda assim, seria nas derradeiras temporadas ao serviço do emblema catalão que Paco Fortes venceria dois dos mais importantes títulos da carreira como futebolista: a Taça do Rei de 1977/78 e a Taça dos Vencedores das Taças de 1978/79. No entanto, apesar do fim da ligação à equipa onde tinha completado o trajecto formativo, Paco Fortes continuaria a actuar ao mais alto nível no seu país, inclusive, sem nunca abandonar o mais importante escalão da La Liga. Seguir-se-iam o Espanyol e o Valladolid, conseguindo no último emblema aludido e frente à equipa do Atlético Madrid, a proeza de vencer a edição de 1983/84 Taça da Liga.
A suceder a conquista do título ainda agora referido, surgiria, provavelmente, a decisão que, na vida de Paco Fortes, viria a alterar a sua história no futebol. Com 29 anos, o jogador aceitaria o convite vindo de Portugal e mudar-se-ia para o Algarve. No sul do país a partir da campanha de 1984/85, o médio, resultado da garra patente no seu jogo, rapidamente conquistaria os adeptos do Farense e nos anos a representar o emblema do Sotavento ganharia o direito de envergar a braçadeira de capitão.
Ao fim de 5 temporadas a representar o Farense como futebolista e depois de decidir “pendurar as chuteiras”, A faceta de líder só poderia levá-lo a uma nova função: a de treinador. À frente do balneário dos “Leões” algarvios, Paco Forte encaminharia o emblema aos melhores momentos da sua centenária história. Nas tarefas de técnico durante uma década, cimentaria a equipa como uma das habituais na 1ª Divisão; levá-la-ia à disputa da final da Taça de Portugal de 1989/90; conseguiria a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional, a 5ª posição em 1994/95 e alcançaria, como consequência da honrosa prestação na prova de maior prestígio no calendário português, a qualificação para as provas sob a alçada da UEFA.
Com a queda do Farense em graves problemas financeiros, o treinador catalão abandonaria o clube. Depois de mais algumas experiências ao comando de outras equipas, também ele acabaria por entrar numa fase complicada da vida pessoal. Ao regressar a Barcelona, sem emprego, ver-se-ia mergulhado em sérias dificuldades monetárias, perdendo a casa onde residia. Após algum tempo a morar numa carrinha, seria a Agrupacíon Barça Veterans, uma associação criada para auxiliar antigos atletas do clube, a dar-lhe a mão. Felizmente, o auxílio chegaria em forma de um novo emprego e Paco Fortes não enjeitaria a oportunidade. A trabalhar no Porto de Barcelona como controlador, a antiga estrela do futebol espanhol e português, encontraria um rumo para a vida e voltou a recuperar aquilo que sempre o havia caracterizado, a paixão perante os desafios.

367 - SHEARER

Nascido no Norte de Inglaterra, zona de Newcastle, seria na outra ponta do país que Alan Shearer cresceria como jogador de futebol. A história conta-se depressa e começaria quando o jovem praticante, à altura médio, decidiria tentar a sorte nas camadas jovens duma colectividade amadora da sua zona de residência, o Wallsend Boys Club. Ao serviço do modesto emblema, Alan Shearer acabaria por ser descoberto por um dos olheiros do Southampton. Depois de convidado a treinar-se durante o Verão, a boa impressão deixada fez com que os responsáveis do clube não pensassem duas vezes em relação à sua contratação e, desse modo, lá rumou o jogador à cidade do Sul de Inglaterra.
Apesar de não possuir muita velocidade, nem sequer uma altura espantosa para um atleta da sua posição, Shearer conseguiria compensar essas pequenas desvantagens com uma força física impressionante, um tempo de salto perfeito e um remate forte e a fazer do seu pé direito uma ferramenta rigorosamente talhada para os golos. Seria por essas qualidades que o avançado, ainda em tenra idade, haveria de quebrar um primeiro recorde. Numa partida contra o Arsenal, contava com 17 anos e 140 dias, o ponta-de-lança marcaria o seu primeiro "hat-trick" enquanto profissional, tornando-se no mais jovem futebolista na "Premier League" a consegui-lo.
Porém, não ambicionando o seu clube a grandes voos, seria com alguma normalidade que o avançado, talhado para o sucesso, começasse a cobiçar um pouco mais do que a glória que os "Saints" conseguiam oferecer-lhe. Nesse propósito, depois da estreia nos seniores durante a campanha de 1987/88 e ao fim de 5 anos a envergar sempre a mesma camisola, o crescente assédio de outros clubes, mormente a proposta apresentada pelo emergente Blackburn Rovers, tornaria impossível a sua permanência em Southampton. Na agremiação do condado de Lancashire a partir de 1992/93, o atacante encontraria um balneário cheio de craques, uma enorme ambição e, acima de tudo, a promessa de títulos. Nesse sentido, três anos bastariam para que o referido grupo de trabalho, muito à custa dos remates certeiros de Shearer – o primeiro atleta a marcar em Inglaterra mais de 30 golos em 3 temporadas consecutivas – conseguisse, na temporada de 1994/95, a tão almejada meta, ou seja, a conquista da Premier League.
Depois da participação na edição de 1995/96 da Liga dos Campeões e de, na mesma época, ter marcado presença e ter saído do Europeu realizado em Inglaterra consagrado pelo prémio de Melhor Marcador do torneio, Alan Shearer voltaria a protagonizar outro momento que ficaria para a história do futebol britânico. Convencido por Kevin Keegan, mesmo no derradeiro momento, a preferir o Newcastle em detrimento do Manchester United, o ponta-de-lança voltaria à sua terra natal. Claro que não seria esse regresso a ficar nos anais da modalidade. Digna de registo seria a maquia despendida pelo emblema do Nordeste na sua aquisição. Nada mais, nada menos que 15 milhões de libras, à altura um novo recorde mundial.
Apesar do esforço financeiro dos responsáveis do clube, o Newcastle que, por várias vezes, andaria bem perto da grandeza, acabaria por nunca conquistar um troféu. No entanto, apesar dessa frustração, Alan Shearer conseguiria, nos 10 anos em que esteve nos “Magpies”, adicionar alguns prémios individuais à sua conta pessoal. A saber: Melhor Marcador da Premier League em 1996/97, repetindo o feito de 1994/95 e de 1995/96; Melhor Marcador da Taça UEFA em 2003/04 e 2004/05; Jogador do Ano em 1997, repetindo a vitória de 1995. Por fim, a todas essas distinções há ainda a juntar o título de Melhor Marcador de sempre da Premier League, com 260 golos na competição.

366 - ADÃO

Nascido na cidade transmontana de Chaves, seria no Desportivo local que, na temporada de 1978/79, Adão subiria pela primeira vez a um relvado na condição de sénior. No entanto, a ligação ao clube tinha começado bem mais cedo, pois o seu pai, em tempos passados, havia sido um dos históricos jogadores da colectividade flaviense. Aliás, o laço ao progenitor seria tão importante para a sua actividade desportiva que o jovem Carlos Manuel Pereira Pinto, decidiria abdicar da própria identificação para, no mundo do futebol, passar a ser conhecido pelo nome do pai.
Depois do começo nas divisões secundárias, a transferência para o plantel de 1980/81 do Varzim, acompanhando a mudança do técnico José Carlos, antigo internacional sportinguista, seu treinador no Desportivo de Chaves e sogro, permitiria ao médio a estreia nos maiores palcos nacionais. Bem, isso não é, de todo, verdade! Adão, na condição de júnior, já tinha experimentado a camisola do FC Porto. Com os "Dragões" haveria de conseguir notoriedade suficiente para chegar, como avançado e como melhor marcador da equipa “azul e branca”, às convocatórias para as camadas jovens da selecção nacional. Contudo, desagradado com a ideia dos "Dragões" quererem, ao invés de promovê-lo à equipa principal, emprestá-lo a outro conjunto, o jogador decidiria não assinar o almejado contrato profissional, acabando por regressar à terra natal.
Onde Adão realmente conheceria o seu grande palco, viria a ser na cidade de Guimarães. Ao serviço do Vitória Sport Clube a partir da campanha de 1985/86, onde o destaque iria para o seu jogo tecnicista e com excelências no municiamento ofensivo das jogadas colectivas, as boas prestações levá-lo-iam à estreia na principal equipa da selecção portuguesa. A partida, um particular contra a Finlândia, seria disputado no contexto dos jogos de preparação para a campanha do Mundial de 1986, certame, para o qual chegaria a fazer parte de um primeiro grupo de atletas pré-convocados, mas onde não viria a marcar presença. Já a maioria das suas internacionalizações aconteceriam depois de disputado o torneio organizado no México. Na sequência do conhecido caso "Saltillo" e dos castigos impostos aos atletas por norma presentes, o médio passaria a ser um dos nomes habituais nas convocatórias para a "Equipa das Quinas" e as 11 internacionalizações conseguidas fariam dele o jogador com mais partidas disputadas por Portugal, enquanto atleta do mencionado emblema vimaranense.
Depois de disputar a final da Taça de Portugal de 1987/88, em que o Vitória Sport Clube perderia frente ao FC Porto, Adão decidiria rumar para sul e assinar contrato com o Belenenses. Logo nesse ano de estreia pelo conjunto do Restelo, o médio haveria de repetir a presença no Jamor. No entanto, ao contrário da experiência anterior, sairia ganhador do embate que, no termo da temporada de 1988/89, oporia a sua equipa à do Benfica.
Já após deixar Lisboa, a temporada de 1990/91 traduzir-se-ia pelo início da ligação do médio com o Penafiel. Nas 5 campanhas seguintes, que representariam os derradeiros anos de Adão como futebolista, o jogador, apesar de não ter conseguido acrescentar qualquer troféu ao palmarés, veria a sua importância a levá-lo a envergar a braçadeira de capitão da colectividade nortenha.

365 - BRUNO BASTO


Saído das “escolas” do Benfica numa altura em que o Alverca constituía o emblema “satélite” do "gigante" de Lisboa, seria no clube à altura dirigido por Luís Filipe Vieira, actual Presidente das "Águias", que Bruno Basto, na temporada de 1996/97, vestiria pela primeira vez uma camisola na condição de sénior.
No decorrer da segunda campanha ao serviço da colectividade ribatejana, as boas exibições por si perpetradas acabariam por fazer com que o lateral-esquerdo regressasse ao Benfica. Com um plantel depauperado em termos de qualidade, Bruno Basto haveria de impor-se com toda a naturalidade. A ocupar o lado canhoto da defesa “encarnada”, o jovem jogador destacar-se-ia pela rapidez e pela garra a percorrer o seu corredor. Com alguns pontos técnicos e tácticos a limar, a postura mantida dentro de campo faria projectar nele um bom futuro. No entanto, a instabilidade vivida no clube, principalmente para os atletas carentes de algum tempo para consolidar as suas habilidades, acabaria, de certa maneira, a prejudicá-lo. Com um dos aspectos dessa crise a dizer respeito à urgência dos encaixes financeiros, a sua saída precipitar-se-ia e a proposta apresentada pelos gauleses do Bordeaux tomaria contornos de irrecusabilidade.
Com a chegada a França a acontecer na temporada de 2000/01, Bruno Basto daria continuidade ao bom trabalho que vinha a realizar em Portugal. Com a entrega como a principal arma das suas exibições, o lateral-canhoto, frequentemente, veria o seu nome a aparecer no rol dos titulares para os encontros a disputar. De entre muitos nomes com quem partilharia os balneários do clube francês, Bruno Basto encontrar-se-ia também com Pauleta e juntos, numa final frente ao Lorient, venceriam aquele que é o único troféu conseguido na carreira do antigo internacional sub-21 português, a Taça da Liga Francesa de 2002/03.
Após a primeira aventura no estrangeiro, a sua vida tomaria contornos algo nómadas e com os resultados desportivos, quase sempre, aquém do esperado. Depois da mudança, já com a campanha de 2004/05 em andamento, para o Feyenoord e de, no ano seguinte e com as cores do Saint-Étienne, ter tido uma nova passagem por França, Bruno Basto regressaria a Portugal, onde, na edição 2006/07 do Campeonato Nacional da 1ª divisão, passaria a representar o Nacional da Madeira. Todavia, os parcos resultados tirados da experiência vivida no Funchal, levariam o defesa, no intuito de tentar relançar a carreira, a apostar na Rússia. O pior emergiria quando o atleta, no prometido “El Doroado”, deixou de receber os salários. Na sequência da rescisão do contrato, o lateral decidiria abandonar o Leste europeu. Contudo, sem conseguir encontrar uma colectividade que fosse de encontro às suas expectativas, o ano de 2010, quando contava apenas 32 anos de idade, representaria o termo da sua carreira enquanto futebolista profissional.

CROMOS PEDIDOS 2013

Como o mais importante são aqueles que nos vão seguindo, vizinhos a mais um aniversário, o terceiro, o "Cromo Sem Caderneta" decidiu chamar para a frente os nossos leitores. Como vem sendo hábito em Junho, é deles o "blog". Assim, mais uma vez, sujeitámos uma pequena lista de antigos atletas a sufrágio. Depois de escolhidos os preferidos, é altura de confirmar quem foram os eleitos. Contudo, desta feita, resolvemos dar um pequeno "twist" a esta nossa eleição e ao invés de uma simples lista de futebolistas, conseguimos eleger um melhor "onze"!!! Por isso, durante os próximos tempos, não perca aqui, no lugar do costume, os "Cromos Pedidos 2013".