646 - PHIL BOERSMA

Tendo impressionado pela sua capacidade física, Phil Boersma haveria de ser contratado pelo Liverpool, contava com 19 anos de idade. Alto e possante, rapidamente começou a ganhar estatuto enquanto jogava pelas “Reservas”. Contudo, “para mal dos seus pecados”, o ataque da equipa estava recheado de internacionais. Nomes como os Peter Thompson ou Roger Hunt acabariam por adiar a sua estreia na equipa principal dos “Reds”.
Esse primeiro jogo, por altura do seu 20º aniversário, aconteceria apenas na sua segunda temporada (1969/70). Pouco tempo após esta partida da Taça da Liga, Boersma faz a sua estreia, e logo a titular, na Liga Inglesa. Mas aquilo que poderia ter sido um começo auspicioso, acabaria por nunca se materializar em titularidade. Aliás, aquilo que é comum aos anos em que vestiu as cores do Liverpool, é que tendo sido sempre um bom jogador, o avançado nunca conseguiria ser um dos indiscutíveis em Anfield Road.
Primeiro tapado pelos nomes acima citados e, mais tarde, suplente de craques como John Toshack ou Kevin Keegan. Phil Boersma nunca conseguiria impor-se no “onze” inicial. Ainda assim, os 7 anos e meio que passaria na companhia destas “estrelas”, serviriam para que do seu currículo constassem importantes conquistas. A Taça UEFA de 1972/73, ganha frente ao Borussia M’gladbach de Jupp Heynckes, seria, numa das suas melhores épocas a nível individual, um desses troféus. Para além desta vitória europeia, o atacante sairia de Liverpool com mais 2 Campeonatos (1972/73; 1975/76) e 1 Charity Shield (1974/75).
Sem que conseguisse alterar a sua condição de suplente, em Dezembro de 1975, Phil Boersma transfere-se para o Middlesbrough. Aí começa a jogar mais recuado no campo e consegue, finalmente, manter o estatuto de titular. No entanto, a grande mudança na sua vida seria outra. Com Graeme Souness como companheiro de balneário, os dois atletas começam a travar uma grande amizade.
Seria já depois de representar o Luton Town e de, sob o comando de John Toshack, ter posto um ponto final na sua carreira no Swansea, que Phil Boersma passaria para os bastidores. Ora como fisioterapeuta, ora desempenhando diversos papeis como treinador, o antigo futebolista passaria a fazer parte das equipas técnicas de diferentes clubes. É nesta senda que, alguns anos mais tarde, volta a encontrar-se com o médio escocês. Sempre apoiando Graeme Souness, Boersma foi construindo uma carreira que já conta com vários anos. Glasgow Rangers, Liverpool, Galatasaray ou Southamptom, seriam alguns dos emblemas que antecederiam a sua passagem pelo corpo técnico benfiquista. Depois dessa sua experiência em Portugal, os seus préstimos, sendo sempre o braço direito do antigo treinador das “Águias”, continuariam ao serviço de Blackburn e Newcastle.

645 - GARY CHARLES


Rápido e com um técnica que o apartava dos demais, Gary Charles, com apenas 17 anos, já fazia parte dos eleitos de Brian Clough. A tenra idade e a qualidade que apresentava, levá-lo-ia a ser um dos protegidos do treinador do Nottingham Forest. Apesar desta aproximação, o jovem defesa não se safava, com algumas peripécias à mistura, de ter de cumprir algumas tarefas extra futebol – “Lembro-me que, uma vez, perdi o cão dele. Ele vinha sempre ter comigo para o passear e, no dia em que ele fugiu, pediu-me para o levar ao longo do Rio Trent (…). Eramos cerca de 20 à procura por Nottingham, pelo labrador dele, por 3 ou 4 horas. Nós voltamos para o estádio e eu estava petrificado com o que havia de dizer-lhe. Mas o cão estava sentado no escritório dele”*.
É justo dizer-se que os primeiros anos de Gary Charles no Nottingham Forest, pela rapidez com que conquistaria algum espaço no seio do plantel, haveriam de espantar muita gente. Nesse sentido, também a sua chamada à principal selecção inglesa, haveria de ser surpreendente. Embalado pela presença na final da Taça de Inglaterra de 1989/90, o lateral-direito, no final da dita temporada, acabaria por ser chamado a disputar dois “particulares”.
Apesar de um pequeno empréstimo ao Leicester (1988/89), as primeiras épocas de Gary Charles como profissional, prometiam um jogador de qualidade. A verdade é que, com a mesma rapidez com que apareceu, o atleta começou a eclipsar-se. Para esse desvanecer, muito contribuiriam alguns episódios bem trágicos. O primeiro aconteceria no Verão de 1992, quando o jogador se vê envolvido num desastre rodoviário. Com uma vítima mortal a resultar desse acidente, Gary Charles, bastante afectado psicologicamente, baixaria muito o seu rendimento. Depois viria a despromoção do Nottingham Forest (1992/93), a mudança para o Derby County e a passagem pelo segundo escalão inglês. No final disto tudo, uma pequena esperança para uma carreira que, tão precocemente, parecia estar a esgotar-se.
A sua transferência para o Aston Villa, funcionaria como que se de um elixir se tratasse. De volta às boas exibições, Gary Charles parecia ter regressado ao caminho certo. Contudo, o azar voltaria a bater-lhe à porta. Já após ajudar à vitória na Taça da Liga de 1995/96, onde participaria na derradeira partida da prova, uma lesão no tornozelo afastá-lo-ia das competições por mais de um ano. A partir desse momento, o defesa jamais mais voltaria a ser o mesmo. Assolado por sucessivos problemas físicos, o atleta, procurando refugiar-se de tamanha má fortuna, começaria a entregar-se aos vícios do álcool. A adição que o perseguiria, tanto durante os tempos de Aston Villa, como na curta passagem pelo Benfica ou, já nas suas últimas temporadas, ao serviço do West Ham, resultaria em problemas com a justiça.
Já depois de ter posto um ponto final no seu percurso de futebolista, Gary Charles, em 2005, e depois de ser apanhado a conduzir alcoolizado, é condenado a alguns meses de prisão. Logo no ano seguinte, o antigo atleta volta a ser preso. Em completo estado de embriaguez, e enquanto cumpria um período de pena suspensa, ameaça fisicamente um porteiro de uma discoteca.
No meio destas desgraças, há uma história que merece ressalva… a de Roy Keane. Tendo sido seu companheiro no Nottingham Forest, e numa altura em que muitos se afastariam de Gary Charles, o antigo médio irlandês teve uma postura completamente diferente. Escreveu ao seu antigo colega e prometeu-lhe que, mal cumprisse a pena, estaria pronto a ajudá-lo. Assim fez. Albergou-o em sua casa e, numa altura em que treinava o Sunderland, juntou-o ao grupo, auxiliando-o a dar os primeiros passos na carreira de treinador.
Com esta ajuda, Gary Charles começou a superar o seu vício. Desde aí tem dedicado o seu tempo a várias actividades relacionados com o futebol. Como treinador, tem passado por equipas dos escalões inferiores; como dirigente, destaque para a sua passagem como director desportivo na Universidade de Nottingham. Fora isto, Gary Charles tem-se focado na prevenção e ajuda de atletas, na luta contra todo o tipo de adições.

 
*adaptado de http://www.lincolnshireecho.co.uk, a 05 de Abril de 2012

644 - JOHN RICHARDS

Tendo assinado contrato para a temporada de 1969/70, a sua estreia com a camisola principal do Wolverhampton Wanderers dar-se-ia apenas na segunda metade dessa temporada. Ora, com tal começo, seria impossível a alguém adivinhar que John Richards iria transformar-se num dos maiores ídolos da história do clube!
Se o seu começo, até pela inexperiência da idade, pouco traria ao clube, a época de 1971/72 já mostraria um jogador bem diferente. Influente na manobra da equipa, o atacante, ao lado dos seus companheiros, acabaria por ter um papel fulcral nos sucessos do grupo. Muitos mais dos que nas competições internas, esse ano ficaria marcado pela carreira do “Wolves” naquela que viria a ser a 1ª edição da Taça UEFA. Tendo feito um dos tentos que, na 1ª ronda da competição, ajudaria a eliminar a Académica de Coimbra, John Richards acompanharia a sua equipa até à final dessa edição. Nos derradeiros jogos (lembre-se que a final era jogada a duas partidas), a força do grupo, que já tinha deixado pelo caminho a Juventus, não seria suficiente para enfrentar o Tottenham. John Richard não faria nenhum golo e o Wolverhampton sairia derrotado.
Apesar da chegada à final de uma competição europeia, no plano individual, a melhor época do atacante acabaria por ser a de 1972/73. Os 36 golos que conseguiria concretizar, acabariam por, definitivamente, pô-lo na “linha da frente” do “onze” inicial. Nesse sentido, a sua assiduidade daria à equipa o estímulo necessário para os sucessos vindouros. Como um elixir, a presença de John Richards nas áreas adversárias, empurraria a sua equipa para a tomada de dois importantes troféus. Na Taça da Liga de 1973/74, a sua importância seria fulcral e no Estádio de Wembley marcaria o golo que, no 1-0 frente ao Manchester City, selaria a vitória do “Wolves”.
Em 1979/80, os seus golos voltariam a ser importantes para nova conquista na Taça da Liga. Contudo, a curiosidade que, após tanto sucesso, tomaria conta da carreira de John Richards, seria sua constante ausência da equipa nacional. É verdade que a partir de meados da década de 70, o Wolverhampton Wanderers, com algumas descidas à mistura, deixaria de ter um papel tão relevante no cenário inglês. Ainda assim, como muitos concordarão, uma única internacionalização, isto na selecção principal, é muito pouco para um atleta da sua categoria.
Se os seus golos poucas vezes o levariam à camisola dos “Três Leões”, já no que diz respeito à sua equipa, a história é bem diferente. Com 194 “tiros” certeiros, John Richards tornar-se-ia no melhor marcador da história do clube. Esse recorde, entretanto ultrapassado por Steve Bull, juntamente com as 14 temporadas que passaria com as cores do “Wolves”, acabariam por fazer dele uma das lendas do clube.
Já depois de um curto empréstimo ao Derby County, e numa altura em que que já planeava o fim da sua vida nos relvados, o inglês chega a Portugal. Apesar de nunca ter jogado na nossa 1º divisão, o ponta-de-lança ainda conseguiria um papel importante nos triunfos de um clube. No Funchal, duas épocas seriam suficientes para que ajudasse o Marítimo na sua ambição primodivisionária. Essa promoção seria alcançada no final de 1984/85, época que marcaria o fim da carreira John Richards.
Depois de “pendurar as chuteiras”, o ex-jogador dedicar-se-ia à política. Mas após um curto período num governo local da zona de Wolverhampton, o antigo atleta voltaria ao futebol. Desta feita como dirigente, ficaria alguns anos ligado ao seu antigo clube. No “Wolves” ocuparia diversos cargos, até que, mais recentemente, passou a dedicar-se à gestão de uma empresa, com negócios no ramo da manutenção de relvados.

643 - RONNIE ALLEN

Foi ainda no decorrer da 2ª Guerra Mundial que Ronnie Allen começaria a jogar pelo Port Vale. O conflito acabaria por adiar o recomeço das provas nacionais até 1946/47, temporada que marcaria a estreia do atleta nas Ligas Profissionais. No entanto, logo na época do regresso, a carreira do jovem jogador acabaria por sofrer uma interrupção. Chamado ao serviço militar e integrado na “Royal Air Force”, o atacante acabaria por continuar a jogar, representando a equipa de futebol desse ramo das forças armadas.
O regresso ao clube dar-se-ia, sensivelmente, dois anos após a sua incorporação. Rapidamente, mesmo com o Port Vale a disputar as divisões secundárias inglesas, as qualidades do atacante começam a despertar a cobiça de emblemas de outra monta. É nesse sentido que, para a temporada de 1949/50, o West Bromwich Albion (WBA) decide contratá-lo.
Sendo habilidoso com a bola, extremamente veloz e com “faro” para o golo, a ambientação de Ronnie Allen à realidade do escalão máximo, aconteceria muito depressa. Tão rápida seria a sua adaptação que, ainda no mês da sua chegada, dá-se a sua estreia. O embate frente ao Wolverhampton acabaria por dar, safando a sua equipa da derrota, o primeiro golo ao atacante. Desse modo, também nas bancadas, o nome de Ronnie Allen passou a ser familiar.
Habituado a ocupar os extremos do ataque, a grande mudança a que Ronnie Allen haveria de ser sujeito, seria a mudança de posição. Percebendo que seu físico franzino não era impedimento para jogar noutras partes do campo, o treinador Jack Smith adapta-o a avançado-centro. É nessa posição que ganha fama e que, em Maio de 1952, disputa o primeiro jogo pela selecção nacional.
Apesar de reconhecidas as suas qualidades, a sua relação com a equipa inglesa acabaria por retractar-se pela distância. Reféns de alguns “lobbys”, os responsáveis técnicos da selecção, justificariam a exclusão de Ronnie Allen com a sua falta de altura. No entanto, o 1,73m do avançado não haveria de ser entrave para, na temporada de 1954/55, vencer o prémio de melhor marcador da Liga. Na época anterior, também não havia impedido o atleta de ajudar a sua equipa nas eliminatórias da Taça de Inglaterra. No derradeiro encontro, em pleno Estádio de Wembley, dois golos seus ajudariam a colorir o placard com o 3-2. O dito resultado faria com que o WBA, frente ao Preston North End, conquistasse o tão almejado troféu.
Mais de uma década ao serviço do WBA, durante parte da qual dividiria o balneário com o lendário Bobby Robson, terminaria com a sua mudança para o Crystal Palace. Tendo ultrapassado a barreira dos 30 anos de idade, Ronnie Allen, provavelmente, achou por bem afastar-se das competições mais exigentes, para terminar a sua carreira a disputar os escalões inferiores. O avançado abandonaria os relvados na temporada de 1964/65, não sem antes envergar a braçadeira de capitão, daquele que haveria de ser o seu último emblema enquanto futebolista.
No seu percurso como treinador, rapidamente viraria as primeiras páginas. Logo após ter “pendurado” as chuteiras, o antigo internacional assumiria os ofícios de adjunto no Wolverhampton Wanderers. Contudo, pouco tempo passaria no desempenho de tais tarefas. Corridos 6 meses da sua chegada, por razão do despedimento de Andy Beattie, os dirigentes do clube dirigem-lhe o convite e, desse modo, Ronnie Allen conseguiria o seu primeiro o trabalho como “manager”.
Após esta primeira experiência como treinador principal, ele que nunca havia representado um emblema estrangeiro, é contratado pelo Athletic de Bilbao. No País Basco, o treinador inglês haveria de pôr o clube na luta pelos lugares cimeiros, tendo, na temporada de 1969/70, atingido o 2º lugar da tabela classificativa.
Ora, é já com um bom currículo que Ronnie Allen chega ao Sporting. No entanto, aquilo que era uma grande aposta do emblema de Alvalade, revelar-se-ia num autêntico desastre. Desde o princípio da época, até ao momento em que seria dispensado, o britânico acumularia uma série de tropeções. Muito para além das sucessivas derrotas “caseiras”, também na Europa os “Leões” somariam um bom desaire. Fica para história, sendo a maior vitória do Hibernian nas competições europeias, a goleada por 6-1, sofrida na 1ª mão, da 1ª ronda da Taça dos Vencedores das Taças de 1972/73.
Depois desta passagem por Portugal, Ronnie Allen, tornando-se num verdadeiro “globetrotter”, daria continuidade ao seu caminho. Entre alguns regressos ao seu país, destaque para a sua passagem pela selecção da Arábia Saudita ou pela Grécia, na liderança do Panathinaikos. O “adeus” ao futebol aconteceria já no começo dos anos 80, e de volta ao seu West Bromwich Albion.

642 - RODGER WYLDE

É incrível como um jogador cuja carreira nunca ultrapassaria os contornos da modéstia, ainda consegue, passados tantos anos e num universo em que tudo é tão fugaz, recolher a simpatia e admiração de ex-colegas e, principalmente, de adeptos. Bem, mas a isso já lá vamos!!!
Tendo nascido na cidade de Sheffield, seria no Wednesday que Rodger Wylde daria os primeiros passos numa equipa de futebol. Aliás, os “Owls” acabariam não só por proporcionar ao avançado a estreia no escalão sénior, como haveriam de se tornar no emblema mais representativo da sua carreira.
Mais de uma década ao serviço do Sheffield Wednesday, poderia representar uma série de sucessos. A realidade é que o clube, pelos anos 70, teimava em militar nas divisões secundárias inglesas. Ainda assim, tirando as primeiras temporadas, em que colegas mais experientes relegariam o avançado para um segundo plano, Rodger Wylde haveria de assumir um papel preponderante no percurso do seu clube.
Para a época de 1976/77, numa altura em que as suas chamadas ao “onze” já eram uma constante, os golos que haveria de conseguir, catapultá-lo-iam para a linha da frente do plantel. Nessa mesma temporada, conseguiria sagrar-se o melhor marcador da equipa. Contudo, os mais de 20 golos que marcaria, seriam insuficientes para ajudar a uma promoção.
Sendo um jogador cuja habilidade aérea era reconhecida, também o seu jogo de pés não era mau de todo. Essas qualidades, nos anos vindouros, haveriam de o manter como a prioridade para o ataque do Sheffield Wednesday. Relativamente aos adeptos, o afecto que estes tinham por ele era inigualável.
Acarinhado por todos, tudo parecia correr bem na vida desportiva de Rodger Wylde. Nem mesmo a chegada de Jack Charlton ao comando do clube (1977/78), parecia querer alterar este contexto. Nesse sentido, a todos iria causar surpresa quando, no decorrer da temporada 1979/80, o papel do ponta-de-lança começa a tornar-se mais secundário.
Afastado dos planos de Jack Charlton, o atacante muda-se para o Oldham. No novo clube, continua a patentear bons resultados e a provar, em campo, que as suas qualidades goleadoras não estavam, de todo, extintas. Esses números, os que alcançaria durante essas 3 temporadas, serviriam para que o Sporting decidisse nele apostar. Contudo, num plantel que contava com os nomes de Manuel Fernandes e Jordão, a vida do britânico estava, logo à partida, em “maus lençóis”.
As dificuldades que se adivinhavam para Rodger Wylde, ele que, com a vinda para Portugal, disputava pela primeira vez um escalão máximo, acabariam por se revelar concretas. Sem grandes feitos a apontar nessa sua passagem pelo campeonato português, o avançado, finda a época de 1983/84, acabaria por voltar ao seu país.
Mesmo não tendo colhido grande glória naquela que haveria de ser a única experiência no estrangeiro, a verdade é que a passagem por Alvalade haveria de alterar algo na sua carreira. Coincidência, ou não, seria após vestir de “verde e branco” que as portas da ”First Division” se abririam ao atleta. O Sunderland acabaria por servir de casa à sua estreia nos grandes palcos ingleses. No entanto, tirando o golo que conseguiria marcar em Anfield, pouco ou nada haveria para registar nessa sua passagem.
A mudança para o Barnsley aconteceria ainda na mesma época do seu regresso a Inglaterra. Muito mais do que os aspectos desportivos, os anos que se seguiriam acabariam por provocar uma grande mudança de paradigmas para Rodger Wylde. Depois de um começo auspicioso, um relatório médico acabaria por destruir todos os planos do jogador. Muito distante das normais lesões que um atleta poderia sofrer, o anúncio acabaria por revelar a existência de um tumor alojado num testículo. Nunca baixando os braços, o avançado, sem que nada fosse divulgado para o público, haveria de conseguir vencer a doença – “Eu prometi que iria combatê-lo, fosse ele o que fosse, e que iria fazer tudo que fosse necessário para o afastar do meu corpo”*.
Ainda não tinha posto um fim à sua carreira desportiva, quando decide dedicar-se aos estudos. Apaixonado pelo futebol, e tendo em mente manter-se ligado à modalidade, acaba por ingressar em Fisioterapia. Seria já com o curso concluído que, após uma última temporada ao serviço do Stockport, Rodger Wylde decide “pendurar as chuteiras”. Com as cores do mesmo clube faz então a transição dos relvados para os “bastidores”. Incrível é que este afastamento nunca o retiraria de baixo das “luzes da ribalta”. A sua simpatia e a maneira optimista como encara tudo e todos, serviriam para conquistar uma legião de fãs. A sua popularidade cresceria tanto que, cada vez que entrava em campo para socorrer algum jogador, os adeptos do Stockport tinham sempre o cântico para ele!!!
Depois de mais de duas décadas no clube, Rodger Wylde acabaria por aceitar um novo desafio. Hoje em dia, é dele a responsabilidade de comandar o departamento médico do Chesterfield. Função que harmoniza com a de músico, numa banda formada com o seu antigo colega no Stockport, Tom Bennett.

 
*retirado de “Wylde Man of Football”, Rodger Wylde

641 - JIMMY HAGAN

Sendo filho de um antigo jogador do Newcastle, Cardiff e Tranmere, seria de esperar que o gosto pela modalidade tivesse sido transmitido pelo seu pai. A verdade é que a relação entre Alfie Hagan e Jimmy não era a melhor. Diz-se que ambos tinham feitios difíceis e parecidos; diz-se que Alfie, apercebendo-se das qualidades futebolísticas de Jimmy, tinha inveja do filho; diz-se que a frieza e reserva que Jimmy sempre mostrou, vinham desses seus tempos de miúdo.
Apesar das adversidades familiares, o gosto que Jimmy Hagan mostrava pelo futebol não parecia esmorecer. Com uma evolução espantosa nas selecções jovens inglesas (schoolboys), seria o Liverpool o primeiro emblema do avançado. Ainda muito jovem, com cerca de 15 anos, muda-se para o Derby County. Aí termina a sua formação e, sob o comando de George Jobey, um ex-companheiro de seu pai no Newcastle, faz a estreia como sénior.
Mesmo tendo em conta a incontornabilidade das suas qualidades, as oportunidades oferecidas ao jovem Jimmy Hagan eram poucas. Insatisfeito por esta situação, o atacante aceita o convite do treinador Teddy Davidson e muda-se para o Sheffield United. A sua habilidade técnica, onde o controlo da bola, rapidez de reflexos, velocidade e capacidade de passe eram excelentes, levá-lo-ia a uma rápida adaptação. Logo na primeira temporada ao serviço dos “Blades”, Jimmy Hagan conseguiria alcançar a titularidade. Com a equipa a disputar o segundo escalão inglês, o seu peso no seio do plantel crescia a cada jornada. A sua importância era tal que, finda a temporada de 1938/39, e conseguida a promoção, grande parte da glória seria a ele atribuída.
Depois chegaria a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Com ela a Liga Inglesa entraria numa fase de estagnação. Com tantos recursos apontados ao exercício militar, as competições futebolísticas sofreriam uma paragem. Por essa altura, também Jimmy Hagan seria chamado a servir o Exército. Nas fileiras do “Army Physical Training Corp”, o jogador seria destacado em Aldershot. Ainda assim, e durante todos esses anos, o atacante continuaria a dar azo ao seu gosto pela modalidade. Como convidado, ia jogando alguns jogos pelo Aldershot FC; ao mesmo tempo, nas ligas regionais, continuava a representar o Sheffield United. Com as cores de Inglaterra, em partidas não oficiais, jogaria diversos desafios, que ficariam conhecidos por “wartime internationals”. Já com o aproximar do fim da guerra, e destacado na Alemanha, Jimmy Hagan representaria a Selecção Militar.
Com o fim do conflito, Jimmy Hagan regressaria ao seu clube. Destacado avançado-interior, o atleta tornar-se-ia na principal figura do plantel. Sendo considerado um dos melhores jogadores ingleses do seu tempo, o peso de tal distinção faria com muitos jornalistas vissem a equipa do Sheffield United como “Hagan e mais 10”. Apesar do destaque que foi merecendo, a verdade é que a admiração por parte de adeptos e imprensa desportiva, nunca haveria de transformar-se em internacionalizações. Pela selecção, agora em jogos oficiais, Jimmy Hagan seria convocado uma só vez. Esse particular frente à Dinamarca, em Setembro de 1940, acabaria por ser a única chamada à equipa nacional inglesa. Insuficiente, é certo, para um atleta do seu gabarito. No entanto, as presenças de outros craques como Len Shackleton, Raich Carter ou Wilf Mannion, pareciam justificar esse afastamento. Outro aspecto, e que não podemos olvidar, prender-se-ia com a “modéstia” da sua equipa que, nem sempre, disputava as principais provas.
Os anos em que representou o Sheffield United, ainda que no meio de algumas descidas e promoções, fariam dele um ídolo para a massa adepta. No final da temporada de 1957/58, decide que era a hora de retirar-se. Com 39 anos, ainda teria tempo, e pernas, para uma “tournée” de exibição, realizada por um misto de jogadores, na Austrália.
Esses últimos jogos antecederiam a sua estreia como técnico. Estranhamente, os responsáveis do Sheffield United não reconheceriam em Jimmy Hagan qualidades para exercer tal tarefa. Por essa razão, o agora treinador aceitaria um convite do Peterborough. Depois desta primeira experiência, seguir-se-ia o West Bromwich Albion. Conseguindo manter o conjunto sempre no 1º escalão, apurando-o para a Taça das Cidades com Feiras e, inclusive, vencendo a Taça da Liga de 1965/66, a sua reputação começa a crescer. Mesmo conseguindo atingir todos esses objectivos, a relação com os jogadores, pelas exigências dos seus treinos, começa a degradar-se.
É nesta senda que Jimmy Hagan que, para a temporada de 1970/71, chega ao Benfica. Inicialmente, os seus métodos de treino extremamente rigorosos, haveriam de causar alguma estranheza entre os jogadores. Com o início das competições, e com as “Águias” a tomarem conta das posições cimeiras, a desconfiança passaria a admiração. Ainda assim, a exigência do inglês era bem conhecida e a sua rectidão era inabalável. Esta postura acabaria por ser a razão do seu divórcio com o clube. Antecedendo aquele que era o jogo de despedida de Eusébio, Hagan orientaria um treino de índole física. Durante o aquecimento, numa corrida à volta do terreno de jogo, Toni, Humberto Coelho e Nelinho deixam-se atrasar. O técnico, desgostoso da postura negligente dos três pupilos, ameaça multá-los e excluí-los do jogo dessa noite. Ainda volta atrás na pena monetária, mas mantem os atletas à margem da convocatória. Desautorizando o treinador, o Presidente Borges Coutinho pede aos jogadores para se equiparem. Grande erro e o suficiente para que Jimmy Hagan, que acabava de dar um tricampeonato ao Benfica, deixasse o clube.
Curioso é que, depois deste desentendimento, Jimmy Hagan haveria de permanecer em Portugal. Estranhamente, aceita o convite do Estoril-Praia que, por essa altura, militava na 3ª divisão!!! Em duas épocas, dizem que sem receber um centavo, devolve o “emblema da Linha” ao convívio dos grandes. Depois passa pelo Kuwait e pelo Al Arabi, para em 1976 regressar a Portugal.
Neste última fase da sua carreira, Jimmy Hagan treinaria diversos emblemas do nosso campeonato. Destaque para a sua passagem pelo Sporting, na época de 1976/77. No entanto, onde o inglês voltaria a ter sucesso, seria ao serviço do Boavista. Pelos “Axadrezados”, o técnico, repetindo a vitória benfiquista de 1971/72, conquistaria a sua segunda Taça de Portugal (1978/79).
Após orientar Belenenses e Vitória de Setúbal, seria no regresso ao Estoril-Praia que Jimmy Hagan teria a sua derradeira passagem pelos bancos de suplentes, em Portugal. Para trás ficaria um homem que apenas pedia aos seus atletas, aquilo que exigia a si mesmo. Histórias sobre ele há muitas… mas umas melhores que as outras!!! Conta-se que, após um empate do Benfica, exige aos jogadores que, numas obras ao pé do Estádio da Luz, mudem umas pedras de um lado para o outro. No final, voltaria a pedir aos atletas que pusessem as mesmas no local original, pois não estavam ali para estorvar o trabalho de ninguém.

640 - PETER EASTOE

Ainda era um adolescente quando assina pelo Wolverhampton Wanderers. Com uma evolução positiva ao serviço do seu clube, Peter Eastoe começa ser chamado às selecções jovens de Inglaterra. No entanto, e apesar de tudo indicar sucesso, após a chegada à idade sénior o cenário haveria de mudar um pouco. Com o sector ofensivo do “Wolves” povoado por jogadores mais experientes, caso do ex-maritimista John Richards, as oportunidades dadas a Eastoe eram poucas. Esta escassez, que ainda duraria os três primeiros anos da sua imberbe carreira, levá-lo-ia, primeiro por empréstimo e de seguida a título definitivo, a tentar a sua sorte no Swindon Town.
A mudança de um clube do primeiro escalão e que, por aquela altura, era “habitué” nas competições europeias, por outro de uma divisão inferior, ao invés de se tornar num passo atrás, acabaria por revelar-se positiva. A sua estreia, no entanto, acabaria por ser um misto de emoções. Por um lado, Eastoe haveria de marcar dois golos. Contudo, o avançado terminaria esse seu primeiro encontro com o maxilar partido!!!
Nesta questão dos golos, como o próprio haveria de afirmar, Peter Eastoe não era um especialista. É certo que durante a sua carreira, muitas foram as vezes, até pela posição que ocupava no terreno, em que fez a bola entrar nas balizas adversárias. Ainda assim, e essa era a sua grande apetência, o que melhor fazia dentro de campo era assistir os seus companheiros do ataque. Essas qualidades levariam a que, do patamar máximo, outros emblemas voltassem a requerer os seus préstimos.
Tendo sido na temporada anterior (1975/76), ao atingir a segunda posição na tabela classificativa, a maior surpresa da Liga Inglesa, o Queens Park Rangers (QPR) projectava-se como o clube certo para Peter Eastoe. A transferência, ele que, ainda com as cores do “Wolves”, tinha tido a sua estreia frente ao Belenenses (1973/74), levaria o atacante, desde logo, de regresso à Taça UEFA. Mas muito mais do que as competições europeias, o que esta mudança traria para o jogador, seria o acréscimo de prestígio em Inglaterra.
Apesar do sucesso com a equipa londrina, a última época que por lá passaria, por razão de não ser tão utilizado, levá-lo-ia a procurar uma nova solução para a sua vida profissional. Numa altura em que, literalmente, já ia a caminho de Sunderland, recebe uma chamada avisando-o do interesse concreto do Everton. Peter Eastoe, que ia acompanhado pelo seu pai, decide então mudar de rota e dirige-se a Goodison Park. Ora, seria já nos últimos meses da temporada de 1978/79, que o atacante faria a mudança para a cidade de Liverpool. Esta nova realidade tornar-se-ia de tal forma positiva que, acho que o posso afirmar, seria ao serviço do Everton que Eastoe viveria os anos mais prolíferos.
Ao aproximar-se dos 30 anos de idade, Peter Eastoe, pensando que era o melhor para as derradeiras temporadas da sua carreira, toma a decisão de trocar o Everton pelo West Bromwich Albion. A opção mostrar-se-ia errada e, ao invés de se afirmar no seio do plantel, o avançado acabaria por passar o tempo do seu contrato em sucessivas cedências.
Já depois, sempre na senda dos empréstimos, ter passado por Leicester, Huddersfield, Walsall e “Wolves”, o avançado chega a Portugal. No Farense passa dois anos e tem a surpresa de, já no final da sua carreira, ter o prazer de partilhar o balneário com os dois melhores atletas com quem haveria de jogar – “Havia um moço que jogou comigo em Portugal, que tinha vindo do Barcelona, que se chamava Paco Fortes. Ele era muito pequeno, mas que conseguia fazer coisas com a bola, conseguia. Também lá estava um brasileiro nesse tempo, do qual não me consigo lembrar do nome, um avançado, que também era inteligente com a bola”*.
Peter Eastoe ainda regressaria a Inglaterra, para terminar a sua carreira nos amadores do Atherstone Town.


*Retirado da entrevista em www.bluekipper.com, a 18 de Agosto de 2013
*Penso que o jogador brasileiro a que se refere será Gil, podendo também ser César, ambos internacionais e que partilhariam o balneário com Peter Eastoe.

639 - STEVE HARKNESS

Marcava já algumas presenças na equipa principal do Carlisle, quando, numa partida da FA Youth Cup, fente ao Liverpool, Harkness consegue impressionar Kenny Dalglish. O escocês, antiga estrela do clube e, à altura, treinador principal em Anfield, decide contratá-lo.
É assim que Steve Harkness, apenas um adolescente, chega à cidade dos Beatles. Ainda distante da primeira equipa, tudo aquilo que prometia ser reflectia-se nas convocatórias para as selecções jovens do seu país. Contudo, a esperança que nele estava depositada, não se cumpria em chamadas à primeira equipa. Durante os dois anos seguintes, Harkness haveria de vestir a camisola das “Reservas” e nada, nem o estatuto de capitão dos sub-18 ingleses, haveria de alterar esse cenário.
Tudo mudaria com Graeme Souness ao comando dos “Reds”. A 27 de Agosto de 1991, dia do 20º aniversário de Steve Harkness, o técnico chama-o à estreia no escalão principal. Por essa altura, ele que tinha desenhado os primeiros anos da sua carreira pela polivalência, era já um lateral-esquerdo feito. A velocidade e a força que impunha no seu jogo, davam para disfarçar alguma debilidade técnica. Mesmo com essa fragilidade, a sua postura era muito apreciada pelos treinadores. A dita entrega, haveria de o manter no plantel, ainda que, na maioria das vezes, afastado das convocatórias.
A falta de presenças no “onze” do Liverpool, levaria a que Harkness pedisse a sua própria transferência. A solução encontrada, levando o atleta a representar Huddersfield e Southend United, acabaria por ser o empréstimo. Após estas cedências, o regressado defesa, finalmente, começa a conquistar o seu lugar. No entanto, uma grave lesão no final dessa temporada de 1995/96, acabaria por pôr em risco toda essa sua ascensão.
Passado um longo recobro, Harkness, já na época de 1997/98, volta à titularidade. Quando tudo estava a correr bem para si, é a chegada de Gérard Houllier (1998/99) que acaba por abalar todo um cenário idílico. Mais uma vez afastado das congeminações tácticas do Liverpool, o lateral vira-se para o estrangeiro. Quem o recebe de “braços abertos” seria alguém que, entusiasta das suas habilidades, um dia haveria de o apontar como o “Homem com que gostarias de estar nas trincheiras”.
O autor do estranho enaltecimento, Graeme Souness, era, por essa altura, o “timoneiro” do Benfica. Com o clube “encarnado” a atravessar o “reinado” de João Vale e Azevedo, a contratação do inglês tudo tinha para correr mal. Desde a sua apressada estreia, dias após a sua chegada, aos seus últimos momentos na “Luz”, onde, como diria o próprio, nem sapatilhas tinhas para treinar, Harkness passaria alguns meses em Lisboa.
Após um processo disciplinar, por alegadas ofensas aos dirigentes benfiquistas, o lateral regressa a Inglaterra. No Blackburn Rovers volta a trabalhar com Souness. Contudo, nem este reencontro serviria para reavivar a sua carreira. Daí em diante, até aos seus últimos dias como profissional, Harkness viveria num constante corrupio. Passaria pelo Sheffield Wednesday e acabaria por terminar a sua carreira nos escalões secundários, já ao serviço do modesto Chester City.

638 - PETER BARNES

A primeira parte da carreira de Peter Barnes, desde cedo anunciaria e, seria injusto dizer-se o contrário, cumpriu com a promessa de fazer do jovem futebolista um grande jogador. Com as cores do Manchester City, ao serviço do qual faria a sua formação, o extremo, logo na segunda temporada na categoria principal, seria eleito como o “Melhor Jovem” a actuar na liga inglesa.
Como um impulso, a referida distinção manteria as actuações de Barnes a um nível elevado. A equipa nacional inglesa, na qual o avançado já era presença assídua pelas “Esperanças”, começou, também ela, a ser testemunha das suas qualidades. Novembro de 1977, numa partida frente à Itália, marcaria o início de um percurso que contaria com mais de duas dezenas de internacionalizações e ao qual, para ser perfeito, apenas faltaria uma presença num dos grandes certames para selecções.
Internamente, mesmo sem grandes títulos a abrilhantar a sua carreira (lembramos que o Manchester City dos anos 70 não era o “colosso” de hoje em dia) Peter Barnes ainda conseguiria, durante a época de 1975/76, adornar o seu currículo com a vitória na Taça da Liga.
Apesar da sua ligação ao Manchester City ter sido, em termos de clubes, a mais longa, a separação acabaria mesmo por acontecer. Depois de nos “Citizens” ter participado em perto de centena e meia de desafios, nos quais se incliu a sua estreia nas competições europeias, Peter Barnes, para a temporada de 1979/80, vê Malcolm Allison, num recorde para os “Sky Blues”, vender o seu passe ao West Bromwich Albion (WBA).
As boas exibições de Peter Barnes, que, com o WBA, voltaria a atingir os lugares europeus, levariam a que outras equipas entrassem no seu concurso. Contudo, aquilo que prometia ser uma mudança para melhor, acabaria como um rotundo falhanço. Ao serviço do Leeds United, a adaptação que quiseram fazer dele como avançado-centro acabaria por se provar desastrosa. Resultado disso, ou não, o clube acabaria por enfrentar as agruras da despromoção e Barnes acabaria por ser cedido ao Real Betis de Sevilha.
A passagem por Espanha tornar-se-ia numa espécie de transição na sua vida como profissional. Daí em diante, Peter Barnes acabaria por nunca mais conseguir consolidar-se num só clube. Passaria por uma série de diferentes emblemas. Entre Austrália, Irlanda do Norte e Estados Unidos da América e, ainda, clubes como Manchester United, Coventry e, só para dar mais um exemplo, Sunderland, surgiria, nesse seu errante trajecto, Portugal e o Sporting Clube Farense.

AT HER MAJESTY'S PLEASURE 2016

A cumprir o segundo ano na diáspora, o “Cromo sem caderneta” não poderia deixar de assinalar essa data. Sendo Inglaterra a nova “sede” do blog, queremos, tal como o fizemos no ano anterior, mostrar aqueles que, de uma forma ou de outra, fizeram a ponte entre a “pátria” do futebol e Portugal. Assim, é desse modo que Março será, mais uma vez, “At Her Majesty’s Pleasure”!!!