366 - ADÃO

Nascido na cidade transmontana de Chaves, seria no Desportivo local que, na temporada de 1978/79, Adão subiria pela primeira vez a um relvado na condição de sénior. No entanto, a ligação ao clube tinha começado bem mais cedo, pois o seu pai, em tempos passados, havia sido um dos históricos jogadores da colectividade flaviense. Aliás, o laço ao progenitor seria tão importante para a sua actividade desportiva que o jovem Carlos Manuel Pereira Pinto, decidiria abdicar da própria identificação para, no mundo do futebol, passar a ser conhecido pelo nome do pai.
Depois do começo nas divisões secundárias, a transferência para o plantel de 1980/81 do Varzim, acompanhando a mudança do técnico José Carlos, antigo internacional sportinguista, seu treinador no Desportivo de Chaves e sogro, permitiria ao médio a estreia nos maiores palcos nacionais. Bem, isso não é, de todo, verdade! Adão, na condição de júnior, já tinha experimentado a camisola do FC Porto. Com os "Dragões" haveria de conseguir notoriedade suficiente para chegar, como avançado e como melhor marcador da equipa “azul e branca”, às convocatórias para as camadas jovens da selecção nacional. Contudo, desagradado com a ideia dos "Dragões" quererem, ao invés de promovê-lo à equipa principal, emprestá-lo a outro conjunto, o jogador decidiria não assinar o almejado contrato profissional, acabando por regressar à terra natal.
Onde Adão realmente conheceria o seu grande palco, viria a ser na cidade de Guimarães. Ao serviço do Vitória Sport Clube a partir da campanha de 1985/86, onde o destaque iria para o seu jogo tecnicista e com excelências no municiamento ofensivo das jogadas colectivas, as boas prestações levá-lo-iam à estreia na principal equipa da selecção portuguesa. A partida, um particular contra a Finlândia, seria disputado no contexto dos jogos de preparação para a campanha do Mundial de 1986, certame, para o qual chegaria a fazer parte de um primeiro grupo de atletas pré-convocados, mas onde não viria a marcar presença. Já a maioria das suas internacionalizações aconteceriam depois de disputado o torneio organizado no México. Na sequência do conhecido caso "Saltillo" e dos castigos impostos aos atletas por norma presentes, o médio passaria a ser um dos nomes habituais nas convocatórias para a "Equipa das Quinas" e as 11 internacionalizações conseguidas fariam dele o jogador com mais partidas disputadas por Portugal, enquanto atleta do mencionado emblema vimaranense.
Depois de disputar a final da Taça de Portugal de 1987/88, em que o Vitória Sport Clube perderia frente ao FC Porto, Adão decidiria rumar para sul e assinar contrato com o Belenenses. Logo nesse ano de estreia pelo conjunto do Restelo, o médio haveria de repetir a presença no Jamor. No entanto, ao contrário da experiência anterior, sairia ganhador do embate que, no termo da temporada de 1988/89, oporia a sua equipa à do Benfica.
Já após deixar Lisboa, a temporada de 1990/91 traduzir-se-ia pelo início da ligação do médio com o Penafiel. Nas 5 campanhas seguintes, que representariam os derradeiros anos de Adão como futebolista, o jogador, apesar de não ter conseguido acrescentar qualquer troféu ao palmarés, veria a sua importância a levá-lo a envergar a braçadeira de capitão da colectividade nortenha.

1 comentário:

jose disse...

Vi jogar o adao no varzim lembro-me dele e posso garantir que nao chegou a seleçao pelo sogro mas sim pela qualidade era grande jogador. bem haja pelo vosso trabalho