192 - FONSECA E CASTRO

Dizer que o Académico Futebol Clube, mais conhecido por Académico do Porto, começou pela vontade de um grupo de estudantes, até pela obviedade do nome, não há-de ser surpresa. O que realmente terá espantado, até mesmo o grupo de liceu que o idealizou, foi a popularidade com que a ideia foi acolhida. Porém, os tempos eram outros; o entusiasmo que movia os praticantes era apenas o desporto, o jogo, a competição. Encarada essa paixão como uma forma de divulgar, não só o “jogo da bola”, como uma maneira de disseminar a actividade física por entre os seus pares e – porque não? – por entre todos os portuenses, dois anos foi o tempo necessário para que o sonho ganhasse forma.
A 15 de Setembro de 1911, nasceu o novo emblema da “Invicta”. O dinamismo típico da juventude depressa catapultou o clube para outros projectos. Rapidamente, os seus dirigentes compreenderam a necessidade de encontrar infra-estruturas que dessem largo ao objectivo de formar, não só atletas, como pessoas. Apareceu o Estádio do Lima e a novidade de um relvado em Portugal.
É nesse contexto de saudável ambição que cresceu Fonseca e Castro, um desportista, avançado saído do futebol, a quem coube a responsabilidade de ser o primeiro elemento da agremiação estudantil a representar o país. A estreia deu-se em Lisboa, a 18 de Junho de 1925. No Lumiar, para medir forças, apresentaram-se em campo Portugal e Itália. A partida ficou na história, pois, com o 1-0 final, o resultado assinalou o encetar de vitórias da selecção nacional. Já o atacante, numa altura em que os jogos internacionais não aconteciam com a frequência a que hoje estamos habituados, voltou, por mais duas vezes, contra a Checoslováquia e frente à França, a ser convocado para envergar as cores lusas.

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