222 - MLYNARCZYK

Contava 27 anos de idade quando, ao assinar pelo Widzew Lódz, foi dada a Jozef Mlynarczyk a oportunidade para representar um dos emblemas de grande tradição na Polónia. Para ser mais correcto, aquele que veio a tornar-se num dos marcos mais importantes na sua carreira, foi precedido, um ano antes e quando ainda jogava ao serviço do Odra Opole, por outro de igual, ou até de maior, relevância, ou seja, a estreia pela selecção principal do seu país.
Apesar da internacionalização conseguida, faltavam títulos ao currículo do guardião. Curiosamente, a já referida mudança para a cidade de Lódz na temporada de 1980/81, acabou por empurrar o jogador de encontro a tal destino. Como elemento do "Czerwona Armia" (exército vermelho) as conquistas não demoraram muito a aparecer e as duas primeiras épocas do guardião no aludido clube vieram a coincidir com as duas primeiras vitórias, na história do clube, no Campeonato da Polónia.
Anos mais tarde, com o antigo "Bloco de Leste" a mostrar alguma abertura ao Ocidente, Mlynarczyk acabou por dar outro passo significativo na sua caminhada de futebolista. Ao aproveitar a montra que, dois anos antes, tinha sido o Mundial realizado em Espanha, o guarda-redes transferiu-se para o Bastia. A jogar no emblema da ilha da Córsega a partir da campanha de 1984/85, o atleta pouco tempo ficou por terras gaulesas. Já com a época seguinte em andamento e por razão da demanda do FC Porto em conseguir um nome que concorresse com Zé Beto, deu-se a sua mudança para Portugal.
Nos primeiros tempos de “Dragão” ao peito, ainda repartiu a titularidade com o guarda-redes português acima mencionado. Porém, apesar do inquestionável valor de ambos, a frieza que o polaco mostrava entre os postes começou a sobrepor-se à intempestividade do colega. Por altura da grande final de Viena, Mlynarczyk já era o dono do lugar à baliza. Essa razão, fê-lo tornar-se num dos grandes responsáveis pela conquista, disputada no derradeiro desafio com o Bayern de Munique, da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1986/87. Também frente ao Ajax e depois na peleja com o Peñarol, acabou por ser, logo na campanha seguinte, um pilar nas vitórias da Supertaça Europeia e da Taça Intercontinental. Essa glória além-fronteiras, a juntar aos títulos nacionais amealhados, ajudou o guardião a cimentar-se, aos olhos dos adeptos, como um dos seus ídolos e a cotar-se como um dos melhores a ter passado pelas Antas.
Após uma fractura na clavícula, a sua carreira veio a terminar em 1989. O reconhecimento pelo trabalho feito fê-lo passar, de imediato, para a equipa técnica. Nas novas funções, no papel de treinador de guarda-redes, ajudou a transformar num dos grandes nomes das redes portistas o “menino” que, quando ainda tomava conta das balizas “azuis e brancas”, emergiu das “escolas” do FC Porto. Por esse motivo é, ainda hoje, considerado como o grande mestre de Vítor Baía.

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