347 - ALBERTINO

Como já conseguiram adivinhar, até pela lógica imposta neste mês de Abril no "Cromo Sem Caderneta", Albertino é irmão do antigo internacional português Nélson. O que provavelmente não sabem, é que a hora de nascimento dos dois atletas não dista assim tanto tempo uma da outra. É verdade, Albertino e Nélson são gémeos!
Assim sendo, não é difícil de adivinhar que a condição de ambos deve ter servido, muitas vezes, para algumas comparações entre os percursos dos dois. Não houve assim tantas coisas em comum, é certo! No entanto, não deixa de ser curioso que ambos tenham feito carreira a jogar na mesma posição de campo, a lateral-direito, ou ainda o facto - menos transcendente - de terem terminado o percurso formativo no Salgueiros.
A partir daqui pouco pontos em comum poderemos encontrar. Depois da estreia sénior em 1989/90 e do empréstimo, na época seguinte, ao Mirandela, Albertino acabaria por consolidar-se como jogador no emblema de Paranhos. No entanto, apesar das suas qualidades como a velocidade, sentido táctico, responsabilidade e abnegação defensiva, que faziam dele, muito mais do que um jovem promissor, um elemento importante no seio do grupo de trabalho, o jovem jogador, com a presença de Pedro Reis, nunca chegaria a conquistar a titularidade absoluta. Nesse sentido, ao fim de vários anos a vestir o vermelho do clube portuense, o defesa decidiria rumar a outras paragens e, desse modo, surgiria a Académica de Coimbra na sua caminhada competitiva.
A actuar pelos "Estudantes" a partir de 1995/96, Albertino regressaria à divisão secundária do futebol luso. Porém, ao contrário do que possamos pensar, esta "descida de escalão" não seria uma má decisão. Ao serviço da "Briosa", o defesa-direito passaria a jogar com regularidade, ao ponto do interesse do Marítimo começar a tomar forma. Com o acordo para a transferência concluído, seria na Madeira que o lateral percorreria grande parte do caminho como futebolista profissional. Tendo a ligação aos “Insulares” começado na campanha de 1997/98, o atleta viveria 7 temporadas quase sempre ao mais alto nível e em que, entre outras coisas, começaria a habituar-se à luta pelos lugares de acesso às competições continentais.
Aos anos passados com os "Verde-Rubro", seguir-se-ia o regresso às divisões secundárias. Após as passagens por Marco e pelo Gondomar, o, por 1 vez, internacional sub-21 português, deixaria os emblemas profissionais, para, em paralelo às exibições em colectividades de menor monta, tirar o diploma em Osteopatia e, desse modo, puder ajudar o próximo - "Não imagina o orgulho que tenho, a felicidade que tenho, por ver os pacientes conforme eles vêm e conforme eles saem daqui"*.
Perto dos 40 anos, o apelo das origens fê-lo regressar, ainda na condição de atleta, ao Salgueiros. De volta ao primeiro emblema como sénior, o defesa passaria a traçar objectivos bem concretos - “O nosso intuito é regressar o mais rápido possível aos Nacionais (...). A alma do Salgueiros está a renascer, depois de ter estado nas cinzas, e está no bom caminho”**. Já depois desse primeiro passo cumprido, Albertino e o Salgueiros 08 militam, nesta época de 2012/13, na 3ª divisão, mas, por certo, com outras ambições e o desejo de devolver ao clube à glória do passado.

*retirado da reportagem transmitida a 4/08/2009, em www.rtp.pt
**retirado do artigo publicado a 08/12/2011, www.jn.pt

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