506 - PEDRO MENDES

A sua estreia na categoria sénior dar-se-ia ao serviço do Felgueiras. Um ano após este empréstimo, Pedro Mendes regressaria ao Estádio Afonso Henriques, a casa que o viu crescer. Foi então, com as cores do Vitória de Guimarães que o médio fez, praticamente, toda a sua formação. Logo desde os primeiros tempos, mostrou que a disciplina com se apresentava em campo era a sua maior arma. Passes certeiros, a maneira rápida como fazia circular o jogo e a faculdade de estar sempre no lugar certo, eram outros dos seus predicados e um aviso de que ali estava um futuro craque. Quem não descurou de tais sinais foram os responsáveis técnicos da Federação que, rapidamente, o começaram a convocar para os trabalhos das selecções jovens.
Quatro temporadas no Vitória de Guimarães, em que as exibições conseguidas, principalmente no último ano, valer-lhe-iam a chamada à principal "Equipa das Quinas", foram suficientes para que José Mourinho o quisesse a seu lado. Ora, numa equipa que acaba de vencer a Taça UEFA, as oportunidades dadas a um recém-chegado, por norma, não são muitas. Ao contrário do que seria normal, este facto não atemorizou Pedro Mendes. A sua resposta foi simples e passaria por uma exibição positiva a cada oportunidade oferecida. Aliás, a sua constância exibicional, outra das suas grandes marcas, faria dele um dos elementos de maior valia no seio do FC Porto. Se a isso juntarmos a sua polivalência dentro do meio campo, então é fácil entendermos porque é que num sector do terreno que, preferencialmente, era ocupado por Costinha, Maniche e Deco, Pedro Mendes haveria de ser um dos nomes com mais presenças.
O prémio para a dedicação que demonstrava, haveria de vir em forma de títulos. Campeonato, Supertaça e a Liga dos Campeões foram os troféus que nessa época de 2003/04, Pedro Mendes juntou ao seu currículo. Tais conquistas fizeram com que outros emblemas, olhassem para ele como um bom reforço. Quem levaria avante tal aposta, seria o Tottenham. Em Londres, logo à chegada, assumiria um papel principal no sector intermediário dos "Spurs". Utilizado com bastante frequência, a sua inteligência era como um bálsamo para os seus companheiros. Bons lances conseguiu, mas nenhum deles ficará na memória dos adeptos como aquele golo... aquele que nunca foi!!! A história conta-se depressa. Numa partida em Old Trafford, o resultado permanecia 0-0. Num rasgo de brilhantismo, percebendo que o guarda redes de Manchester Utd estava avançado, Pedro Mendes, do meio campo, remata à baliza. A bola entra e já depois de, inequivocamente, passar a linha de baliza, Roy Carrol dá-lhe uma sapatada para fora. Golo, por certo... todos o viram!!! Todos, não! O arbitro nada assinalaria!!!
Já segunda temporada em White Hart Lane, acabaria por ser madrasta para o jogador. Algumas lesões e poucas partidas jogadas, fariam com que o internacional português partisse em Janeiro de 2006. O destino foi o Sul. A ida para o Portsmouth, uma equipa que estava habituada a posições longes dos lugares cimeiros, poderia parecer um passo atrás na carreira de Pedro Mendes. Ironicamente, esta sua mudança coincidiria com um dos momentos históricos do clube, e a Taça de Inglaterra conquistada em 2008, acabaria por ser o seu único título conquistado em Inglaterra.
O capítulo seguinte ocorreria no sentido cardinal oposto. Na Escócia, agora ao serviço do Rangers, a sua estreia não poderia ter sido mais auspiciosa. Numa partida frente ao Hearts, Pedro Mendes começa por marcar um golo. Não satisfeito com o tento, acaba por rubricar uma exibição tal que o leva a vencer o "Man of the Match". Sucesso à chegada, sucesso também para o resto da temporada, com a equipa de Glasgow a embalar para a uma dupla conquista interna, a da Taça e a do Campeonato.
A Liga Escocesa voltaria a entrar para o rol títulos de Pedro Mendes. Contudo, o médio "luso" já não estaria presente no momento da entrega do novo troféu. A segunda metade dessa temporada de 2009/10, passá-la-ia já em Portugal. A apadrinhar o regresso do jogador de (quase) 31 anos estava agora o Sporting. No entanto, desengane-se quem pensou que a idade do atleta era, por essa altura, sinónimo de perda de qualidade. Muito pelo contrário! Tal facto ficaria provado dentro de campo, com Pedro Mendes a assegurar um papel relevante na manobra da equipa comandada por Carlos Carvalhal. As exibições de Pedro Mendes seriam de tal ordem boas, que Carlos Queiroz não teve dúvidas em convocar o médio para os trabalhos da selecção. Nessas duas derradeiras partidas de qualificação para o Mundial de 2010, o centrocampista seria titular e acabaria por ganhar o direito de estar presente na fase final, disputada na África do Sul.
O fim da carreira de Pedro Mendes, tal como o próprio sempre fez questão, seria passada no Vitória de Guimarães. Recebido em clima apoteótico, tudo apontava para mais uns anos brilhantes. O pior é que essa época de 2011/12, seria marcada por uma grave lesão, a qual, terminada a temporada, levaria o jogador a decidir-se pelo "pendurar das botas".

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