564 - PHIL WALKER


Tendo sido descoberto nas divisões amadoras, seria para a temporada de 1975/76 que, vindo do Epsom & Ewell, Phil Walker chegaria ao Millwall. Médio centro assertivo e de uma coragem ímpar, depressa conseguiria adaptar-se às exigências do futebol profissional britânico.
Ainda que nas divisões menos exigentes, a titularidade que rapidamente alcançaria, permitir-lhe-ia, logo na sua época de estreia pelos londrinos, acumular muitas partidas. Depois deste primeiro passo, e estando ele integrado no plantel de um dos históricos do desporto inglês, é normal que os seus sonhos apontassem para uma presença nas melhores competições. Contudo, por essa altura e, apesar de contar com nomes interessantes (por exemplo, Gordon Hill - chegaria a internacional inglês), o Millwall teimava em manter-se afastado dos patamares superiores.
Se a ambição de progredir na carreira é legítima para qualquer jogador, por certo, para Walker, não haveria de ser diferente. Ainda assim, e apesar da regularidade com que se apresentava no relvado, as suas capacidades pareciam não despertar o interesse de clubes de outra monta. Talvez à procura de uma estreia na maior divisão, Phil Walker, sem se afastar da sua cidade natal, muda-se para o Charlton. Aí, mais uma vez, o médio mostraria as suas qualidades.
 Lutador, como já fiz referência, Phil Walker não se perdia naquelas que seriam as suas principais funções dentro de campo. Muito mais do que um destruidor, também nele morava um futebolista de fino passe e de uma compreensão fantástica de todo o jogo. Essa sua faceta permitia que todo o centro do terreno fosse, tanto defensivamente, quanto no campo atacante, comandado por si.
Incrivelmente, depois de uma entrada auspiciosa no Charlton, Phil Walker começou a desaparecer das fichas de jogo. Com poucas presenças, é já no começo da década de 80, que o médio entra numa fase menos positiva da sua carreira. Esse decréscimo exibicional, leva-o a deambular por outros emblemas. O Gillingham e, em Hong Kong, o Eastern AA, seriam os passos que o fariam caminhar em direcção a Portugal. O Leixões abrir-lhe-ia as portas e, passados alguns meses, o Boavista chegaria à sua vida.
Depois de em Matosinhos ter recuperado o norte, Phil Walker, finalmente estava num clube que lhe permitiria sonhar com outros objectivos. A luta pelos lugares cimeiros da tabela e a participação nas competições europeias, seriam alguns dos prémios que o centrocampista conseguiria com esta sua mudança. Faltou-lhe um título. Mas para além disso, e bem mais importante do que qualquer troféu, o britânico ganharia a confiança, o respeito e a admiração de toda uma massa adepta. Os 7 anos que vestiu de xadrez, ele que chegaria ao clube bem perto dos 30 anos, permitir-lhe-iam ganhar, entre os atletas boavisteiros, o estatuto de "histórico".
Outra das suas características era a resiliência. Essa mesma, numa altura em que a maioria pensaria na reforma, fê-lo assinar pelo Maia. Tal contrato prolongaria a sua carreira durante mais 5 anos!!! Findo esse período, Phil Walker, ainda no mesmo emblema, daria início às suas tarefas de técnico. Depois de alguns anos como adjunto e de uma curta experiência como treinador principal, a vontade de continuar a orientar e formar atletas manteve-se. Esse querer haveria de o levar a abrir uma escola para novos talentos. Já de volta a Londres, a popularidade dos pupilos que aí vai formando, tem aumentado de dia para dia. O prestígio que tem conseguido é tal que o Fulham acabaria por o contratar para, ele próprio, ensinar os seus jovens a melhorar as suas aptidões.

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