593 - SERRA

Sendo um dos promissores atletas moldados nas escolas “arsenalistas”, Serra, de seu verdadeiro nome José Carvalho Gonçalves, por certo tinha a ambição de conseguir vingar na categoria principal do seu clube. Após terminar o percurso nas camadas jovens, um dos primeiros passos nessa afirmação dá-lo-ia, corria a temporada de 1980/81, numa partida frente ao Boavista.
Ora, para o referido jogo, contava o mesmo para a 30ª e definitiva ronda desse campeonato, o treinador Mário Lino decide dar uma oportunidade ao jovem médio. Ele que, preferencialmente, procurava colocar-se na ala dextra do sector intermediário, via o seu nome, pela primeira vez, a ser escrito no escalonamento inicial do Sporting de Braga.
Após o contacto inicial com os palcos da 1ª divisão, Serra, progressivamente, foi conquistando a sua importância no seio do plantel. A sua temporada de afirmação, e terceira como sénior, ocorreria para a campanha de 1982/83. Titular, a sua presença no “onze” bracarense mostrava um jogador que, sendo ainda novo, revelava maturidade suficiente para merecer a confiança dos seus treinadores. A todo esse traquejo não era alheio o trabalho efectuado ao nível das selecções nacionais. Tanto com a camisola das “Esperanças” portuguesas, como ao serviço do Sporting de Braga a carreira de Serra ia subindo degraus.
Um desses patamares atingi-lo-ia com a qualificação para as competições europeias. Por meio da presença na final da Taça de Portugal de 1982, onde os da “Cidade dos Arcebispos” claudicariam perante um imponente Sporting Clube de Portugal (4-0), o Sporting de Braga consegue um lugar na Taça dos Vencedores das Taças.
O sorteio acabaria por ditar que, para a primeira ronda da competição, Serra e os seus companheiros haveriam de medir forças com os britânicos do Swansea. Nesse embate feito a dois capítulos, o médio seria chamado a intervir em ambos os desafios. Por certo, a felicidade de se ver nessas andanças, haveria de andar de mãos dadas com um certo nervoso miudinho. Infelizmente, toda a algazarra satisfação dessa estreia, terminaria bem cedo. A equipa minhota, mesmo tendo vencido a 2ª mão, perderia no cômputo da eliminatória, acabando por ficar fora da competição.
Já contava com 7 anos ao serviço da principal equipa bracarense, quando se dá a “separação” entre o atleta e o emblema. Encerrado este capítulo na sua carreira, Serra acabaria por aceitar um convite vindo de Trás-os-Montes. De Chaves chegava agora, uma proposta de um grupo cheio de ambição. Esta avidez, resultado de um 5º lugar na época anterior (1986/87), dava pelo nome de Taça UEFA. Mas ao contrário das duas experiências anteriores (em 1984/85 jogaria contra o Tottenham), esta terceira participação tinha um tónico especial. É que sendo a estreia dos flavienses nestas andanças, era seguro que o seu nome ficaria na história do Desportivo de Chaves.
Vitória de Setúbal e Paços de Ferreira, sempre no patamar máximo do nosso futebol, seriam os passos seguintes de uma carreira que, se não lhe perdi o rasto, acabaria poucos anos depois de o atleta completar os 30 de idade. É o FC Amares que, nesse sentido, marca o fim da sua carreira. Contudo, Serra haveria de se manter ligado à modalidade e, nas camadas jovens do Sporting de Braga, acabaria por ganhar currículo como treinador.

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