644 - JOHN RICHARDS

Tendo assinado contrato para a temporada de 1969/70, a sua estreia com a camisola principal do Wolverhampton Wanderers dar-se-ia apenas na segunda metade dessa temporada. Ora, com tal começo, seria impossível a alguém adivinhar que John Richards iria transformar-se num dos maiores ídolos da história do clube!
Se o seu começo, até pela inexperiência da idade, pouco traria ao clube, a época de 1971/72 já mostraria um jogador bem diferente. Influente na manobra da equipa, o atacante, ao lado dos seus companheiros, acabaria por ter um papel fulcral nos sucessos do grupo. Muitos mais dos que nas competições internas, esse ano ficaria marcado pela carreira do “Wolves” naquela que viria a ser a 1ª edição da Taça UEFA. Tendo feito um dos tentos que, na 1ª ronda da competição, ajudaria a eliminar a Académica de Coimbra, John Richards acompanharia a sua equipa até à final dessa edição. Nos derradeiros jogos (lembre-se que a final era jogada a duas partidas), a força do grupo, que já tinha deixado pelo caminho a Juventus, não seria suficiente para enfrentar o Tottenham. John Richard não faria nenhum golo e o Wolverhampton sairia derrotado.
Apesar da chegada à final de uma competição europeia, no plano individual, a melhor época do atacante acabaria por ser a de 1972/73. Os 36 golos que conseguiria concretizar, acabariam por, definitivamente, pô-lo na “linha da frente” do “onze” inicial. Nesse sentido, a sua assiduidade daria à equipa o estímulo necessário para os sucessos vindouros. Como um elixir, a presença de John Richards nas áreas adversárias, empurraria a sua equipa para a tomada de dois importantes troféus. Na Taça da Liga de 1973/74, a sua importância seria fulcral e no Estádio de Wembley marcaria o golo que, no 1-0 frente ao Manchester City, selaria a vitória do “Wolves”.
Em 1979/80, os seus golos voltariam a ser importantes para nova conquista na Taça da Liga. Contudo, a curiosidade que, após tanto sucesso, tomaria conta da carreira de John Richards, seria sua constante ausência da equipa nacional. É verdade que a partir de meados da década de 70, o Wolverhampton Wanderers, com algumas descidas à mistura, deixaria de ter um papel tão relevante no cenário inglês. Ainda assim, como muitos concordarão, uma única internacionalização, isto na selecção principal, é muito pouco para um atleta da sua categoria.
Se os seus golos poucas vezes o levariam à camisola dos “Três Leões”, já no que diz respeito à sua equipa, a história é bem diferente. Com 194 “tiros” certeiros, John Richards tornar-se-ia no melhor marcador da história do clube. Esse recorde, entretanto ultrapassado por Steve Bull, juntamente com as 14 temporadas que passaria com as cores do “Wolves”, acabariam por fazer dele uma das lendas do clube.
Já depois de um curto empréstimo ao Derby County, e numa altura em que que já planeava o fim da sua vida nos relvados, o inglês chega a Portugal. Apesar de nunca ter jogado na nossa 1º divisão, o ponta-de-lança ainda conseguiria um papel importante nos triunfos de um clube. No Funchal, duas épocas seriam suficientes para que ajudasse o Marítimo na sua ambição primodivisionária. Essa promoção seria alcançada no final de 1984/85, época que marcaria o fim da carreira John Richards.
Depois de “pendurar as chuteiras”, o ex-jogador dedicar-se-ia à política. Mas após um curto período num governo local da zona de Wolverhampton, o antigo atleta voltaria ao futebol. Desta feita como dirigente, ficaria alguns anos ligado ao seu antigo clube. No “Wolves” ocuparia diversos cargos, até que, mais recentemente, passou a dedicar-se à gestão de uma empresa, com negócios no ramo da manutenção de relvados.

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