743 - FLÁVIO MEIRELES

Natural de Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, seriam os encontros entre o clube local e o Vitória de Guimarães que acabariam por transformar a vida de Flávio Meireles. Agradados com as suas capacidades, os responsáveis vimaranenses remeter-lhe-iam um convite para treinar à experiência. Confirmados os seus atributos, o jovem desportista, de apenas 14 anos, muda-se para a “Cidade Berço” e junta-se às “escolas” vimaranenses.
Já depois de completar a formação, a sua entrada na equipa principal seria tudo menos consensual. Essa transição, sem que conseguisse conquistar um lugar, levá-lo-ia a cirandar por emblemas como o Moreirense e o Fafe. Após esses primeiros anos, sempre a disputar as divisões inferiores do nosso futebol, Flávio Meireles ainda mereceria nova oportunidade. Apesar da chance dada, o desfecho acabaria por ser o mesmo. O médio defensivo ver-se-ia afastado do Vitória de Guimarães e, mais uma vez, no trilho dos emblemas que o tinham acompanhado nos primeiros anos de sénior.
No final de 2002/03, e numa altura em que, a título definitivo, estava ligado ao Moreirense, ressuscita-se o interesse do seu antigo emblema. Com 26 anos, Flávio Meireles era, por essa altura, um dos pilares do conjunto de Moreira de Cónegos e um dos principais responsáveis pela caminhada do emblema até à 1ª divisão. É nesse contexto que surge então a proposta para regressar ao Vitória de Guimarães – “Volto com grande orgulho ao clube do meu coração, pois foi o Vitória que me formou como jogador e como homem. Estou muito feliz pelo regresso e determinado em triunfar num plantel de grande qualidade e num clube cujas ambições são sempre altas. Ainda por cima, esta é uma época especial, pois vamos jogar no renovado estádio, que é praticamente novo, devido ao Europeu de 2004”*.
Já depois de concretizada a transferência, o jogador, ao contrário do que, até então, tinha acontecido, consegue consolidar-se no plantel e acaba por transformar-se numa das lendas do clube. Abnegado, a sua faceta combativa faz com que, rapidamente, conquiste um lugar no “onze” principal. Todavia, e comum a muitos jogadores de apanágios semelhantes, as suas características passam a valer-lhe a fama de agressivo. Ainda assim, e mesmo tendo em conta as frequentes admoestações, Flávio Meireles cimenta-se como um elemento preponderante. Consequência desse estatuto, torna-se num símbolo para colegas e adeptos e, nos anos vindouros, acompanha o Vitória de Guimarães em todos os altos e baixos do seu percurso.
Nisto de sucessos e desaires, o trinco viveria de tudo. Como mero jogador ou já com a responsabilidade de capitão, Flávio Meireles ajudaria a escrever vários capítulos da história do clube. A descida de divisão, em 2006, terá sido o pior momento. Depois, logo no ano do regresso ao escalão máximo do futebol português, veio a 3ª posição e a conquista de um lugar na pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Finalmente, e naquela que viria a tornar-se na sua derradeira época como futebolista (2010/11), vem a presença na final da Taça de Portugal.
Depois da partida no Estádio Jamor, em que o FC Porto derrotaria os minhotos, Flávio Meireles decide “pendurar as chuteiras”. Contudo, a paixão que tinha pelo clube, não o deixa afastar-se. Logo no começo da temporada seguinte, o antigo jogador assume o cargo de treinador-adjunto. Nessas funções, não chegaria a estar nem um ano, pois, em Maio de 2012, seria nomeado como director-desportivo.Já no referido cargo, ajudaria o Vitória de Guimarães à conquista da Taça de Portugal de 2012/13.

 
*retirado do jornal "Record", artigo de 19/06/2003

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