751 - CARRIÇO

Manuel Luís dos Santos, conhecido no mundo do futebol como Carriço, é um dos históricos jogadores do Vitória Futebol Clube. Tendo, no início dos anos 60, aparecido na categoria principal do emblema setubalense, seria também por essa altura que o jovem atleta participaria no primeiro grande êxito das selecções portuguesas. Escolhido por David Sequerra e orientado por José Maria Pedroto, Carriço marcaria presença em todos os jogos de Portugal no Torneio Internacional de Juniores de 1961. Como um dos indiscutíveis do “onze” luso, o jogador tornar-se-ia num dos pêndulos do grupo e extremamente importante na conquista do referido troféu.
Não foi só com as cores de Portugal que Carriço fez parte de uma excelsa geração. Ao lado de nomes como os de José Maria, Conceição, Jaime Graça ou Jacinto João o jogador ajudaria a construir uma das épocas áureas do Vitória de Setúbal. Podendo jogar a meio-campo, como em tarefas mais defensivas, era nas laterais que melhor desenvolvia o seu futebol. Tendo conseguido manter-se, ao longo da década de 60 e início da de 70, como um dos atletas mais utilizados no plantel sadino, o seu contributo para o sucesso do grupo seria decisivo.
Durante esse período, e sob a batuta de Fernando Vaz, o Vitória de Setúbal conseguiria a faceta de, por 4 vezes consecutivas, atingir o derradeiro jogo da Taça de Portugal. Desse rol de finais, do qual o clube sairia vitorioso por 2 vezes (1964/65; 1966/67), Carriço participaria em 3. Também no contexto das provas europeias, o seu currículo está bem preenchido. Resultado das boas campanhas conseguidas no Campeonato Nacional, as presenças na Taça das Cidades com Feira e, mais tarde, na Taça UEFA tornar-se-iam habituais. Durante essas campanhas, algumas das grandes potências do futebol cairiam a seus pés. Fiorentina, Inter de Milão, Leeds United, Olympique Lyonnais, Anderlecht ou Liverpool são alguns do clubes que claudicariam frente ao emblema da Foz do Sado.
Já a sua relação com a Selecção “A”, tendo em conta o valor que sempre mostrou em campo, acabaria por não ser tão estreita quanto o merecido. A estreia a 4 de Junho de 1969, num particular frente ao México, seria apenas o primeiro de 3 jogos feitos por Portugal. Essas internacionalizações acabariam por não reflectir o real valor da sua carreira. É certo que, durante o seu percurso como profissional, também Benfica e Sporting eram compostos por grupos de grandes jogadores. Ainda assim, e tendo sido essa a principal razão pela dificuldade em afirmar-se, fica-me a sensação que Carriço mereceria mais da “camisola das quinas”.

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