762 - ÂNDERSON POLGA

Já depois de terminar a sua formação no Grêmio de Porto Alegre, a capacidade que já demonstrava levou a que sua integração na equipa principal fosse encarada com normalidade. Tendo sido promovido em 1999, a sua adaptação a uma realidade competitiva bem diferente ocorreria com normalidade. Logo à 2ª temporada, Polga começa a conquistar o seu lugar no “onze” titular. A partir desse momento, a regularidade com que começaria a ser utilizado faria dele uma das grandes promessas do emblema do Rio Grande do Sul.
Central elegante, Ânderson Polga nunca necessitou de ser agressivo para conseguir jogar com eficácia. Quem também faria uma avaliação positiva ao seu desempenho, seriam os responsáveis pela selecção brasileira. Com Luiz Felipe Scolari aos comandos do “Escrete”, o defesa acabaria incluído no grupo de atletas convocados a disputar o Mundial de 2002. No certame organizado entre o Japão e a Coreia do Sul, Polga seria chamado a disputar dois encontros da fase de grupos. Apesar de ter entrado apenas nessas duas partidas, a sua participação seria suficiente para que, no final do torneio, também ele fosse responsável pela 5ª vitória do Brasil em Campeonatos do Mundo.
É já com este título no seu currículo que, da Europa, começam a surgir interessados na sua contratação. Fala-se no Benfica, mas acaba por ser o Sporting a conseguir convencer o atleta. Em 2003, já depois de ter conquistado 2 estaduais gaúchos e 1 Copa do Brasil, Polga ruma a Portugal. A Alvalade chega como o 1º atleta campeão do mundo a jogar no nosso país. Tendo em conta esse estatuto, não foi surpreendente a sua imediata inclusão no “onze” inicial. Durante os anos que se seguiriam, tirando algumas excepções, o defesa seria presença habitual no centro da defesa leonina. Ainda que sem grandes vitórias, as suas exibições contribuiriam bastante para a conquista de alguns troféus. Com Paulo Bento como técnico principal, e com Ânderson Polga titular em todas as finais, o Sporting conseguiria levar de vencidas 2 Taças de Portugal (2006/07; 2007/08) e 2 Supertaças (2007/08; 2008/09).
Na sua estadia por Lisboa, terá faltado a conquista de um Campeonato. Infelizmente, não foi essa a única decepção na sua passagem pelo nosso país. Em 2004/05 viveria a pior desilusão desses anos de “Leão” ao peito. Tendo o conjunto leonino conseguido chegar ao derradeiro jogo da Taça UEFA, a esperança de uma conquista europeia era grande. Mesmo com a final a ser disputada no Estádio de Alvalade, o Sporting não conseguiria bater o CSKA de Moscovo. Para piorar o desgosto do atleta, José Peseiro deixá-lo-ia no banco, impedindo-o de disputar essa importante partida.
Dizem que depois de ter sido suplente nessa final, a sua relação com o treinador degradou-se. Com quem também nunca teve uma relação fácil, foi com os adeptos. Apesar de ter estado quase 9 épocas ao serviço do clube, e de ter chegado a envergar a braçadeira de capitão, Ânderson Polga nunca conseguiu reunir consenso entre a massa adepta. Umas vezes aplaudido, outras assobiado, a verdade é que o defesa marcou uma temporada no Sporting. Aquando da sua partida, o jogador confessaria a sua paixão pelo emblema “verde e branco” –"Na minha carreira só tive dois clubes, Grémio e Sporting. É uma mescla de sentimentos, uma emoção muito grande. Estou orgulhoso por ter jogado no Sporting e honrado pelo carinho do clube e dos adeptos”*.
O seu regresso ao Brasil, levá-lo-ia a dar o derradeiro passo da sua carreira. Num negócio curioso, Ânderson Polga acabaria por assinar pelo São José de Porto Alegre, para, logo de seguida, ser emprestado ao Corinthians. Com a equipa de São Paulo, nessa que seria a sua última temporada como profissional, o defesa faria parte do grupo que disputou e venceu o Mundial de Clubes de 2012.

 
*retirado do artigo de Mário Aleixo, em www.rtp.pt, publicado a 14/05/2012

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