768 - ROBERT JONQUET

Depois de ter mudado de residência para a cidade de Reims, onde o seu pai abriria uma barbearia, o jovem Robert Jonquet entra para as “escolas” do clube local. Tendo já passado por outros emblemas, é no Stade de Reims que acaba a sua formação. Ora, terminado esse capítulo, é também na referida equipa que o defesa faz a passagem para o patamar sénior.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial na Europa, o campeonato francês retoma o seu rumo. Foi exactamente nessa temporada de 1945/46 que Jonquet, treinado pelo antigo internacional gaulês Albert Batteux, faz a sua estreia na equipa principal. Sendo um defesa muito mais aprimorado que os restantes colegas de posição, a sua ascensão seria rápida. Elegante e capaz de tratar a bola com igual graciosidade, por norma, eram dele os primeiros passes no desenvolver das jogadas ofensivas. Essa sua capacidade, tal como a segurança defensiva que transmitia, ajudá-lo-ia a tornar o seu clube num dos melhores conjuntos franceses dos anos 50.
Para ser mais exacto, a soberania do Stade de Reims começaria ainda no final da década de 40. Na temporada de 1948/49, o emblema da zona de Champagne ganha o primeiro campeonato da sua história. O clube, tendo Jonquet como esteio defensivo, para além de vencer mais 4 edições da dita prova, conquistaria ainda 2 Taças de França e 3 Supertaças. Todavia, o sucesso não seria alcançado apenas nas competições internas. Aliás, o estatuto que a equipa conseguiria alcançar, reflexo de planteis que, ao longo dos anos, contaria não só com o central, mas também com craques como Kopa, Piantoni, Hidalgo ou Fontaine, seria resultado das excelsas campanhas continentais. Nesse campo, a Taça Latina conquistada no Estádio Nacional (1953), precederia mais uma final perdida com o Real Madrid (1955). Depois, e apesar de novas derrotas frente aos “Merengues”, os franceses marcariam presença na final da Taça dos Campeões Europeus de 1956 e 1959.
Também ao serviço da selecção francesa, Robert Jonquet seria digno de grandes louvores. Após a sua estreia a 17 de Dezembro de 1953, partida frente ao Luxemburgo, o defesa é chamado a disputar os Mundiais de 1954 e 1958 e o Europeu de 1960. Apesar dos bons desempenhos em todos os torneios, aquele que ainda perdura na memória dos adeptos é o Campeonato do Mundo organizado pela Suécia. Na disputa do dito certame, a França atingiria as meias-finais. Já no referido jogo, os gauleses seriam eliminados pelo Brasil, onde brilhava um jovem atleta de seu nome Pelé. A dúvida que ainda paira no ar é: o que teria acontecido se, nessa partida, Jonquet não tivesse contraído uma grave lesão? Bem, o que nos contam as crónicas, é que os “Les Bleus” estavam a equilibrar a contenta. É então que, com o “placard” a marcar 1-1, Vavá atinge o defesa, fracturando-lhe a perna. A partir desse momento, a circunstância altera-se e a “Canarinha” acaba por vencer o desafio.
Seria depois de todas essas façanhas que, em 1960, Robert Jonquet deixa o seu clube para envergar outras cores. No Strasbourg disputaria os últimos jogos como futebolista e daria os primeiros passos na carreira de treinador. No desempenho dessas novas tarefas, e longe da ribalta que viveu dentro de campo, o antigo internacional regressaria ainda ao Stade de Reims. Depois, desiludido com a faceta capitalista do desporto, passaria apenas a colaborar com clubes amadores.

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