810 - NIVALDO

Já depois de, nas categorias jovens do Sport Recife, ter terminado o seu percurso formativo, Nivaldo juntar-se-ia à equipa sénior do clube. Logo nesse ano de estreia (1977), ele que também tinha conseguido o mesmo título a jogar pelos juniores, sagra-se campeão de Pernambuco. Curiosamente, a temporada seguinte ficaria marcada por uma contenda entre o seu emblema e a Federação Pernambucana de Futebol. O desentendimento, com a recusa da colectividade em participar nos Estaduais, levaria a que vários atletas procurassem outros destinos. Por empréstimo, o jogador acabaria por passar pela Portuguesa dos Desportos e, já depois de resolvida a referida altercação, ainda jogaria pelo Cruzeiro de Belo Horizonte.
Após o regresso ao Sport Recife, onde ainda conquistaria o Estadual de 1980, surge o convite do Vitória de Guimarães. Por intermédio de António Pimenta Machado, primo do, à altura, Presidente Pimenta Machado, Nivaldo acerta tudo com os minhotos. Na “Cidade Berço”, o atleta confirma todas as qualidades que já tinha evidenciado no seu país natal. Já depois de ter sido devolvido à sua posição original, ele que nos seus primeiros anos como profissional seria adaptado a lateral, o médio rapidamente conseguiria um lugar no meio-campo. As suas prestações seriam de tal forma convincentes que, muito para além de tornar-se num dos indiscutíveis no alinhamento inicial, Nivaldo começaria a ser cobiçado por emblemas de outra monta.
Após 4 temporadas no antigo Municipal de Guimarães, e apesar do desejo do Portimonense, o Benfica consegue convencê-lo a mudar-se para a capital. Contudo, e tendo a sua contratação tido o aval de Sven-Göran Eriksson, a saída do técnico sueco para a Fiorentina haveria de causar alguns problemas ao centrocampista – “O Benfica, foi o sonho que virou pesadelo, este enorme clube do futebol mundial, sonhou comigo vários anos, como eu também sonhei, no entanto, o momento que escolhemos para concretizar o casamento, foi o pior possível, neste ano (1984) o clube resolveu trazer a Portugal, o pior treinador que existia em toda Europa. Não vou perder tempo com ele, o nome dele, é Pal Csernai!”*.
A curta passagem pelo Estádio da “Luz”, com o atleta a ser muito pouco utilizado, serviria apenas de interlúdio para um novo capítulo na sua carreira. Já depois de um primeiro “namoro” com os algarvios, a saída do Benfica permitiria ao atleta viajar para Sul. Nessa temporada de 1985/86, e tendo já disputado as provas europeias pelos vimaranenses e “Encarnados”, a presença do Portimonense na Taça UEFA seria bem mais especial. Tendo entrado em campo nas duas partidas frente ao Partizan de Belgrado, Nivaldo acabaria por entrar na história do clube que, na referida campanha, fazia a sua estreia em andanças internacionais.
Em 1991, ao serviço do União de Leiria, o atleta decidiria ser a hora certa para pôr um ponto final no seu percurso como futebolista. Todavia, e após regressar ao Brasil, o antigo “trinco” continuaria ligado à modalidade. Em parceria com a sua esposa, criaria uma empresa dedicada às actividades turísticas. Em paralelo, e credenciado pela FIFA, Nivaldo fundaria uma agência dedicada à representação de novos “craques”.


*retirado da entrevista de Pedro Simões, publicada em http://blogdoportimonense.blogspot.pt, a 17/10/2007

Sem comentários: