814 - ABEL

Formado nas “escolas” do Penafiel, as qualidades de Abel fariam com que conseguisse destacar-se dos demais colegas da “formação”. Rápido, com boa técnica e assertivo nas missões ofensivas e defensivas, o jovem atleta caracterizava-se pela elegância com que abordava todos os lances do jogo.
Tendo a sua estreia na equipa sénior ocorrido no decorrer da temporada 1997/98, à segunda campanha no referido patamar já Abel era um dos principais esteios da equipa duriense. Ainda que a disputar os escalões secundários dos nossos campeonatos, o defesa rapidamente começa a merecer a atenção de outras colectividades. O potencial exibido era de tal forma evidente que o Vitória de Guimarães, um dos maiores emblemas do nosso futebol, decide apostar na sua contratação para a época de 2000/01. Logo à chegada à “Cidade Berço”, ele que era apenas uma esperança, torna-se numa das principais apostas do clube. Numa época bastante conturbada, sublinhada pelas várias mudanças de treinador, o lateral haveria de conseguir manter a constância exibicional, conquistando a um lugar no “onze” inicial.
Já na campanha seguinte, e ainda sob o comando de Augusto Inácio, o atleta, muito para além de manter o estatuto de titular, conseguiria ser chamado aos trabalhos da selecção “B” de Portugal. Curiosamente, é ainda sob a batuta do antigo internacional “luso”, que o jogador começa a perder algum espaço no seio do plantel vimaranense. Também a chegada de Jorge Jesus pouco alteraria essa sua condição. É então que ocorre uma reviravolta na sua carreira. Ao trocar o Vitória de Guimarães por um dos seus maiores rivais, Abel passa a vestir as cores do Sporting de Braga. No novo clube, rapidamente consegue recuperar a sua cotação e, no espaço de temporada e meia, volta a ser um dos laterais de maior valor na Liga portuguesa.
Tendo ficado evidente esse próximo passo, o novo capítulo da carreira de Abel só poderia ser escrito ao serviço de um dos denominados “3 grandes”. Essa mudança ocorreria a meio da temporada de 2005/06 e a experiência seria de tal forma agradável que, aquilo que tinha começado como um empréstimo, transformar-se-ia na compra em definitivo do seu “passe”. Com Paulo Bento à frente do Sporting, e mesmo com a chegada de novos treinadores, a sua presença nas fichas de jogo manteve-se bastante elevada. Também em termos de títulos, esta fase seria a mais prolífera. As vitórias na Taça de Portugal (2006/07; 2007/08) e na Supertaça (2007/08; 2008/09) seriam os momentos mais altos do seu percurso como atleta.
Quando já tinha completado os 32 anos de idade, uma grave lesão precipita o fim da sua carreira como futebolista. A rotura dos ligamentos cruzados, numa altura em que também se falava da sua passagem para os quadros técnicos do clube, faz com que Abel responda positivamente ao convite do então Presidente Godinho Lopes. O antigo defesa passa a desempenhar tarefas nas “camadas jovens” e, como treinador-principal dos juniores “leoninos”, consegue conquistar o Campeonato Nacional de 2011/12.
Já depois de ter sido dispensado por Bruno de Carvalho de treinador da equipa “B” do Sporting, Abel aceita idênticas funções no Sporting de Braga. Desde 2014 ao serviço dos “Guerreiros do Minho”, as prestações medíocres da principal equipa “arsenalista” na temporada transacta (2016/17) levariam a que assumisse o comando desse grupo. A primeira experiência, ainda que interinamente, levá-lo-ia a vencer os “Leões” em pleno Estádio de Alvalade. Já mais para o final da temporada, em substituição de Jorge Simão, assumiria o cargo em definitivo e já com olhos postos nos desafios desta nova época (2017/18).

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