833 - JORGE

Com uma carreira ligada maioritariamente ao Torreense, é curioso que a sua estreia no escalão máximo esteja associada a outro emblema. Ora, já depois de, nos regionais “alfacinhas”, ter vestido a camisola do CDUL e de, anos mais tarde, ter dado início à sua história no clube de Torres Vedras, é no centro do país que consegue estrear-se na 1ª divisão. Na Académica de Coimbra, para a temporada de 1984/85, o guardião acabaria por não lograr de muitas oportunidades. Com Marrafa a titular e ainda com o jovem Vítor Nóvoa à sua frente, Jorge acabaria por ser a 3ª escolha para os responsáveis técnicos da “Briosa”. Mesmo não sendo visto como uma prioridade no escalonamento da equipa, o guarda-redes acabaria por ter a sua chance. Num desafio referente à 2ª jornada do Campeonato Nacional, entraria ao minuto 65, numa partida que terminaria com a vitória do Sporting por 2-3.
Depois da fugaz passagem pelos “Estudantes”, voltar ao Torreense faria dele um dos históricos do clube. Esses 7 anos, passados na sua grande maioria a disputar a 2ª divisão e divisão de honra, terminaria num momento memorável para o emblema saloio. Sendo também um dos grandes pilares da campanha de promoção, o guarda-redes haveria de estar presente no regresso da colectividade aos palcos maiores do nosso futebol. No entanto, a sorte não sorriria ao atleta. Mesmo sendo tido como um dos elementos mais influentes no plantel, a prioridade de Manuel Cajuda para a baliza acabaria por ser Elísio. Mais uma vez, Jorge, que até começaria essa temporada de 1991/92 como o dono da camisola nº1, acabaria como segunda escolha e seria chamado à titularidade apenas por 4 ocasiões.
Talvez por não estar contente com a sua condição de suplente, a verdade é que, terminada a referida época primodivisionária, Jorge deixaria o Estádio Manuel Marques. Numa altura em que o seu trajecto como futebolista profissional já fazia adivinhar um fim próximo, o guarda-redes entraria numa fase de verdadeira alternância. Depois de ter assinado contrato com o Lourinhanense, ainda voltaria a defender as redes do Torreense. Essas 2 últimas temporadas no emblema do Oeste ajudariam, na soma de 3 diferentes ocasiões, a um cômputo de 11 anos ao serviço do clube. O final da sua caminhada aconteceria nos finais dos anos 90 e, com mais um regresso, após envergar as cores do já referido emblema da Lourinhã.

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