903 - RYAN GIGGS

Filho do jogador de rugby, e internacional galês Danny Wilson, Ryan Giggs haveria de escolher os pés como ferramenta principal para manobrar a bola. No entanto, e com toda a ironia que tal acarreta, seria a carreira do pai que acabaria por ter grande influência no seu trajecto profissional. Ora, quando era apenas uma criança, a transferência do seu progenitor para o Swinton RLFC levá-lo-ia para a Grande Manchester. Sendo um apaixonado pelo futebol, o jovem praticante teria a primeira oportunidade nos “Citizens”. Curiosamente, seria nos grandes rivais do United, para onde seria transferido passados alguns anos, que faria toda a sua caminhada sénior e onde conquistaria os mais diversos troféus.
Tendo evoluído junto com a fornada que ficaria conhecida como a “Class of 92”, seria ao lado de Gary Neville, Phill Neville, Paul Scholes, Nicky Butt e David Beckham que o extremo apareceria na primeira equipa do Manchester United. Apesar do baptismo do grupo ter sido inspirado na vitória na FA Youth Cup de 1992, a estreia de Ryan Giggs com a principal camisola dos “Red Devils” aconteceria na temporada de 1990/91. Nas mãos de Sir Alex Ferguson, o consagrado “manager” escocês, não tardou muito até que o seu nome passasse a figurar como um dos elementos mais utilizados do plantel. Pelo lado esquerdo do ataque, o destaque que mereceria seria de tal ordem que, logo na segunda e terceira época como sénior, haveria de vencer o “PFA Young Player of the Year”.
Os prémios que, nesses primeiros anos, fariam dele uma revelação no futebol britânico, haveriam de ser um prenúncio para uma carreira recheada de êxitos. Tantos sucessos teriam sempre, como é lógico, de ficar associados a uma das mais brilhantes páginas da história do Manchester United. Durante o tempo em que representou a equipa, atingiu números que conseguirão espantar qualquer um. Podemos começar com as 24 temporadas que passou com a camisola sénior do clube. Depois, temos ainda os 963 jogos seniores pelos “Red Devils” que adicionadas às partidas feitas pelas selecções (sim, plural!!!), ultrapassam as 1000 partidas. Claro está que falta aqui referir o número mais importante. Esse, um cômputo de 34 títulos, faz dele o atleta mais premiado colectivamente no universo britânico.
Nessa sua longa carreira, como é fácil de desvendar, Ryan Giggs vestiu outras camisolas. Agora, o que não é difícil de adivinhar é que, no que a selecções diz respeito, o extremo haveria de vestir 3 camisolas diferentes. Ainda nos “Schoolboys”, a sua escolha recairia pela Inglaterra. Contudo, a ligação que sempre nutriu pela sua nação natal faria com que, ainda nos sub-18, passasse a representar o País de Gales. Pelos “Dragões” faltou ao jogador disputar uma das grandes competições dedicadas às equipas nacionais. No entanto, uma excepção concedida por altura das olimpíadas de 2012, faria com que tivesse a honra de capitanear a Grã-Bretanha nos Jogos disputados em Londres.
Com a sorte de nunca ter sofrido uma lesão grave, a longevidade de Ryan Giggs no desporto também é devida a muita disciplina. Por outro lado, no campo, seriam tudo menos as regras que fariam dele um dos melhores futebolistas de todos os tempos. O atacante foi um virtuoso. Excelso na maneira como lia o jogo, o pé esquerdo, fosse no passe ou no remate, tratava a bola com delicadeza. Essas suas características permitir-lhe-iam, não só marcar muitos golos, como municionar os seus colegas de área. As 162 assistências dar-lhe-iam mais um recorde que, desde o seu afastamento dos relvados em 2014 (a meses de completar 41 anos de idade), ainda não foi batido.

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