913 - MALDINI

Sair da sombra de um nome como o de Cesare Maldini não é tarefa fácil. Todavia, o jovem Paolo, muito mais do que extinguir-se no estatuto do antigo craque, construiria uma carreira que em nada ficaria a dever à do seu pai.
Ainda que assolado pelas mais que certas comparações, a certeza das suas qualidades emergiria durante a sua caminhada formativa. À custa dessas características, Nils Liedholm, outra lenda na história “Rossoneri”, chamá-lo-ia à principal equipa do AC Milan. Essa partida inicial, quando apenas contava 16 anos de idade, seria mais um passo para que conseguisse um lugar no plantel sénior. Contudo, e mesmo tendo em conta a estreia precoce, poucos estariam à espera do que a temporada seguinte traria. Sem a experiência que justificasse tal opção, Maldini, no decorrer da campanha de 1985/86, apareceria como titular dos milaneses. Começando pelo lado direito da defesa, a sua polivalência depressa o faria ocupar outras posições. Nos anos seguintes, tal como no que restaria da sua carreira, o atleta também seria chamado a jogar à esquerda e no centro do sector mais recuado.
Apesar de a polivalência estar erradamente associada à incapacidade de certos atletas conseguirem mostrar excelsos predicados, o jovem atleta seria o perfeito exemplo de que tal não é verdadeiro. Nessa realidade, o defesa tornar-se-ia num pilar dos sucessos do AC Milan. No términus dos anos 80 e chegando a entrar pelo novo milénio adentro, o emblema italiano, à custa de uma enorme constelação de craques, cimentar-se-ia como a maior potência no futebol europeu. Ao lado de nomes como Baresi, Costacurta, Donadoni, Gullit, van Basten, Rijkaard, entre tantos outros, Maldini veria o seu palmarés colorir-se com inúmeros troféus. Tendo vencido o primeiro “Scudetto” em 1987/88, outos títulos seguir-se-iam a essa conquista da Serie A. Internamente, o sucesso das equipas que integrou levá-lo-iam a acrescentar ao seu currículo outros 6 Campeonatos italianos, 1 “Coppa”de Itália e 5 “Supercoppas”. Claro está que as competições internacionais também seriam prolíferas. Nesses terrenos, para além das vitórias em 4 Supertaças da UEFA, 2 Taças Intercontinentais ou 1 Mundial de clubes, há que destacar as 5 “Champions” vencidas*.
Também pela selecção, Madini conseguiria merecer o devido destaque. Com a estreia a acontecer em Março de 1988, a sua ligação à “Squadra Azzurra” prolongar-se-ia por cerca de 14 anos. Todavia, no que a títulos diz respeito, a sua história seria um pouco diferente da vivida no clube. Tendo participado em 4 Mundiais e 3 Europeus, o defesa não lograria ganhar qualquer um dos troféus disputados. Ainda assim, a sua importância é incontestável. Se mais provas fossem necessárias, bastariam as 126 partidas em representação de Itália para atestar o tamanho do seu vulto.
Nisto de números há também que acrescentar aqueles que o atleta conseguiria ao serviço do seu emblema. Sem nunca ter trocado de camisola, os 902 jogos feitos pelo clube deixá-lo-iam, em muitas frentes, na liderança. Ora, para além de não haver atleta com mais jogos feitos pelos “Rossoneri”, é também dele o recorde de partidas conseguidas na Serie A. A longevidade da sua carreira também permitiria ultrapassar algumas barreiras. Uma delas viria logo com a estreia, fazendo dele o mais jovem de sempre a envergar a camisola dos milaneses. A segunda chegaria com o fim do seu percurso como futebolista. Os 24 anos e 132 dias como profissional fariam dele o atleta que durante mais tempo defendeu o AC Milan.
Depois de retirado das competições, e de sempre ter afirmado que as funções de treinador não eram para si, Maldini não conseguiria manter-se afastado do desporto. Em 2015 compraria parte dos Miami FC, colectividade que disputa a North American Soccer League. Paralelamente, e alimentando outra das suas paixões competitivas, participaria no torneio de pares da edição de 2017 do Aspria Tennis Cup. Finalmente, e já no começo desta temporada de 2018/19, aceitaria o convite para ocupar o cargo de director do AC Milan.

*incluídas 2 Taças dos Campeões Europeus.

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