924 - KALADZE

Com a estreia pela selecção a acontecer num “particular” frente ao Chipre, seria também com as cores da Geórgia que, um ano e meio depois desse “amigável”, Kaladze despertaria a atenção de vários emblemas europeus. Nesse “zero a zero” conseguido frente à Itália em Setembro de 1997, muitos atestariam que a figura maior do jogo tinha sido um jovem defesa saído do Dínamo de Tbilisi. Como tal, não tardaria muito até que uma proposta fizesse o jogador mudar de cores e de campeonato. O emblema que se seguiria seria o Dínamo de Kiev e as participações nas competições europeias empurrá-lo-iam, em definitivo, para um caminho recheado de sucessos.
Mesmo tendo feito parte do percurso formativo como avançado, ter recuado no terreno de jogo faria com que as suas melhores características emergissem. Claro que esses primeiros anos passados no Lokomotiv Samtredia, emblema presidido pelo seu pai, em muito contribuiriam para os seus desempenhos. Ainda que tido como um futebolista capaz de marcações implacáveis e, por vezes, muito duro nas suas acções, as temporadas nos escalões juvenis acabariam por dar-lhe a técnica que a maioria dos colegas de profissão não possuía.
Com o seu crescimento e com a confirmação do potencial apresentado na fase inicial da carreira, outros saltos pareciam estar na eminência de acontecer. No entanto, e ao contrário de muitos atletas, não seria necessário a mudança para um dos “gigantes” do futebol mundial para que os títulos começassem a chegar ao currículo de Kakha Kaladze. Tendo conseguido estrear-se no patamar sénior com apenas 16 anos, entre a temporada de 1993/94 e 2000/01 o defesa somaria no seu palmarés 5 Campeonatos e 4 Taças da Geórgia, seguindo-se 3 Ligas e 3 Taças Ucranianas.
Claro está, a mudança para o AC Milan em 2001, dar-lhe-ia outra projecção. Começando pelos valores da transferência, cujos 16 milhões de euros valer-lhe-iam o título de jogador mais caro de sempre na história do futebol georgiano, os troféus conquistados, compreensivelmente de outra monta, elevá-lo-iam à condição de estrela. Todavia, a sua chegada a San Siro não o poria imediatamente nos píncaros da glória. A presença no plantel de Maldini, Costacurta, Chamot ou Roque Júnior fariam com que ainda passasse algumas vezes pelo banco de suplentes. Ainda assim, Kaladze tinha uma enorme arma. A polivalência que exibia, resultado da sua admirável técnica e compreensão de todas as dinâmicas, permitir-lhe-ia jogar bem em diferentes lugares. Podendo posicionar-se no centro ou esquerda da defesa, tal como nas funções de “trinco”, o internacional georgiano acabaria por ter uma enorme vantagem, conseguindo, durante as campanhas seguintes assegurar várias presenças em campo.
Mesmo tendo sido veiculada, inclusive pelo atleta, uma possível transferência para o Chelsea, a verdade é que tal nunca viria a concretizar-se. Depois de nas primeiras temporadas na “Serie A”, resultado das poucas oportunidades conseguidos, o defesa ter revelado o desejo em mudar de clube, os anos seguintes seriam completamente diferentes. Uma vez acostumado às exigências do “Calcio”, Kaladze transformar-se-ia num elemento de grande importância para o plantel. Nesse sentido, em 9 anos e meio como jogador do AC Milan, a sua contribuição resultaria em 1 Scudetto, 1 Coppa de Itália, 1 Supercoppa, 2 “Champions”, 2 Supertaças UEFA e 1 Mundial de clubes.
Após ter terminado a sua carreira com 2 temporadas no Genoa, o antigo defesa haveria perpetrar uma radical mudança de vida. Tendo posto de lado o desporto, o regresso à sua Geórgia natal revelaria o político Kakha Kaladze. Como membro do Georgian Dream–Democratic Georgia, em Outubro de 2012 seria nomeado Ministro da Energia. Já em 2017, seria eleito como Presidente da Câmara de Tbilisi.

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