934 - SKUHRAVÝ

Descoberto pelo Sparta de Praga nas “escolas” do modesto Prerov Nad Labem, seria no histórico emblema da capital que Skuhravý terminaria a sua formação como jogador. A transição feita na época de 1982/83, e tendo em conta que o atacante era visto como uma das maiores promessas do clube, acabaria por desapontar algumas pessoas. No entanto, os responsáveis da equipa sabiam que as suas qualidades não tinham desaparecido. A aposta na sua progressão manter-se-ia e, depois de 2 temporadas em que pouco seria utilizado, a solução encontrada levá-lo-ia a um empréstimo de 2 anos.
A evolução demonstrada no Rudá Hvezda Cheb surpreenderia até os mais cépticos. Dono de um físico imponente, o seu “faro” para o golo também o asseveraria como um dos bons avançados a actuar no país. Tal seria a qualidade das suas exibições que, antes de voltar ao Sparta, Skuhravý seria chamado à principal selecção da Checoslováquia. Esse particular disputado frente à Polónia em Setembro de 1985, serviria para reforçar a ideia que não tardaria muito até que o emblema titular do seu “passe” desse instruções para o seu regresso.
De volta ao emblema de origem, as 4 temporadas seguintes serviriam para a sua consagração. O ponta-de-lança, que pelo clube já contava com a vitória no Campeonato e Taça de 1983/84, viria o seu palmarés crescer imenso. Num grupo recheado de internacionais, como Chovanec, Jirí Novotny, Jan Stejskal, Nemecek, Bilek, entre tantos outros, os sucessos chegariam em catadupa. Mais 4 Campeonatos e 2 Taças acabariam por ser o saldo desse seu regresso.
Mesmo tendo em conta todas essas vitórias, o momento que realmente lançaria o atleta para os escaparates do futebol seria o Campeonato do Mundo de 1990. Com o Sparta a não conseguir ir muito além nas provas continentais, o torneio disputado em Itália seria a oportunidade para Skuhravý demonstrar que as suas qualidades mereciam outros desafios. Com 5 golos concretizados durante o torneio, só o italiano Salvatore Schillaci conseguiria ultrapassar o avançado checo. Esse 2º posto na tabela dos Melhores Marcadores, levaria a que alguns emblemas das principais ligas europeias o arrolassem como prioridade na lista de contratações. Não tardou muito a que os convites tomassem corpo e seria no “Calcio” que, a partir desse capítulo, o atleta daria continuidade à sua carreira.
As portas abertas pelo Genoa elevá-lo-iam à condição de estrela. Para isso muito contribuiriam as boas exibições do colectivo onde, no ataque, faria dupla com o uruguaio Carlos Aguilera. Essa parceria seria um dos principais pilares para o 4º lugar alcançado na temporada de 1990/91. A classificação para as provas europeias levaria o conjunto a mais uma bela campanha. Na Taça UEFA do ano seguinte, os “Rossoblu” encetariam uma caminhada que levaria o conjunto a atingir as meias-finais. Nessa aventura, também os golos de Skuhravý contribuiriam para que equipa progredisse na prova e ultrapassasse Real Oviedo, Dínamo de Bucareste, Steaua de Bucareste e até o Liverpool. Contudo, tal como noutros cenários competitivos, a maior contribuição do avançado viria do seu físico. Capaz de, no alto do seu 1,93m e quase 100kg, dar cabo de uma defesa, o cansaço que impunha aos adversários eram uma porta aberta para as rápidas ofensivas do companheiro sul-americano.
A dupla manter-se-ia apenas durante essas duas primeiras temporadas. Outros chegariam como o holandês John van’t Schip ou o nipónico Kazu Miura. Ainda assim, os resultados acabariam por não ser tão prolíferos quanto aqueles alcançados pelo consórcio checo/uruguaio. O reflexo ver-se-ia também nas prestações colectivas. O Genoa passaria os anos seguintes a lutar pela permanência. Skuhravý, parecendo acompanhar a descida de rendimento do clube, também entra em declínio. Aos poucos, o avançado começa a aparecer nos jornais mais por aquilo que fazia fora dos campos, do que dentro deles. As manchetes referentes às noitadas ou aos acidentes rodoviários seriam mais frequentes que aquelas que noticiavam as boas exibições do atleta. A descida do clube à “Serie B” pioraria todo esse cenário e, já no decorrer da temporada de 1994/95, é negociada a sua saída.
É Pedro Santana Lopes, à altura o Presidente do Sporting, que abençoaria as negociações que conduziriam o ponta-de-lança ao Sporting. Em Alvalade, Skuhravý continuaria na senda das exibições discretas. Bem longe dos tempos que o haviam notabilizado, a meia época feita ao serviço dos “Leões” resultaria apenas em 4 partidas disputadas. Na verdade, o maior destaque que conseguiria da imprensa nacional seria, mais uma vez, a notícia de outro carro espatifado.
A mudança para o Viktoria Zizkov em 1997/98, selaria o fim da sua carreira como futebolista. Ainda que ligado à modalidade, as suas aparições no futebol têm estado mais relacionadas com o comentário desportivo. Paralelamente, tem dado a sua ajuda a discretos emblemas italianos. No Ischia Isolaverde ficaria encarregue pelas camadas jovens; no Real Vicenza seria consultor técnico; e no Varazze seria contratado para “manager”.

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