1001 - DAVID BYRNE

Nascido em Inglaterra e criado na África do Sul, seria nos Estados Unidos da América que David Byrne – não confundir com o músico dos Talking Heads – começaria a sua carreira profissional. Ora, tanta mudança explicar-se-ia, pelo menos nos primeiros anos da sua vida, com percurso do seu pai. Tendo como progenitor o avançado Johnny Byrne, astro maior do Crystal Palace, West Ham e também da selecção inglesa, a mudança deste para Durban levá-lo-ia a crescer no hemisfério sul.
Nisso de legados, passados poucos anos após o fim da carreira do pai, David Byrne encetaria a dele. Tendo viajado para a América do Norte, começaria por disputar a National American Soccer League. Outra particularidade dessa sua etapa prender-se-ia com o facto de muitos clubes, à custa dos mesmos atletas, competirem na vertente de campo e na de pavilhão. Desse modo, tanto com os Atlanta Chiefs, tal como ao serviço dos Toronto Blizzard, o avançado acabaria por experimentar as duas variantes.
Logo após a sua chegada na temporada de 1979/80, passando pela mudança de emblema em 1981/82, os números que o atacante começaria a registar, alimentariam o seu estatuto de bom jogador. Já como um dos principais atletas da liga, e em sentido contrário ao que era normal para época, o avançado decidiria deixar a América para tentar a sorte na Europa. No Estoril-Praia, David Byrne encontraria a oportunidade que tanto almejava. Com Mário Wilson aos comandos do conjunto “canarinho”, o atacante transformar-se-ia numa das grandes apostas da equipa técnica. Tendo conseguido estrear-se à 11ª jornada e logo frente ao Sporting, o seu nome tornar-se-ia habitual no escalonamento do “onze” inicial.
A boa prestação na temporada de 1983/84, levaria a que outros emblemas em Portugal mostrassem algum interesse na sua contratação. Nesse sentido, o Belenenses transformar-se-ia, logo na campanha seguinte, no seu novo clube. Com os da “Cruz de Cristo”, cuja estreia mais uma vez seria apadrinhada pelo Sporting, David Byrne voltaria a mostrar boas qualidades. Mesmo sem ser um goleador nato, a verdade é que a sua presença na equipa titular constituir-se-ia como uma constante. Orientado pelo inglês Jimmy Melia, o avançado ajudaria o emblema do Restelo a atingir o 6º posto na classificação final do Campeonato.
Porém, e sem uma razão bem visível, David Byrne, após a temporada vivida em Lisboa, jamais voltaria a vestir as cores de um clube europeu. O seu regresso à América do Norte levá-lo-ia às rotinas vividas nos primeiros anos como futebolista. Entre os campos e os pavilhões, o avançado retornaria aos números que, mormente na variante “indoor”, tinham feito dele uma referência. Com passagens por diferentes ligas nos Estados Unidos da América e Canadá, o jogador acabaria por envergar as camisolas de equipas como os Minnesota Strikers, Baltimore Blast, Wichita Wings e, no futebol “11”, dos Tampa Bay Rowdies e dos Toronto Blizzard.
Os últimos anos como profissional, levá-lo-iam a regressar à África do Sul. Numa fase em que pensava na futura carreira de técnico, tempo ainda para jogar nos Hellenic FC, clube também representado pelo seu pai. Já como treinador, a sua trajectória haveria de ser edificada no referido país africano. Tendo tido diversas passagens como adjunto, destaque para as suas experiências como o principal comandante dos Black Leopards ou dos Avendale Athletico.

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