1100 - GUTO

Num percurso formativo que transportaria o jogador por diferentes emblemas, seria a entrada no XV de Jaú que, em 1981, proporcionaria ao atleta o primeiro grande salto na sua caminhada. No emblema paulista, duas semanas após a integração nos juniores, a qualidade do trabalho por si apresentado faria com que a promoção ao conjunto principal fosse inevitável. Dando jus a uma rápida ascensão, os anos seguintes levá-lo-iam ao radar da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e às convocatórias para as jovens selecções. Ainda sob a alçada do emblema do Estado de São Paulo, participaria na edição de 1983 do Campeonato sul-americano sub-20 e ajudaria à vitória do “Escrete” na competição.
Depois da glória dessa primeira conquista internacional, os responsáveis do Flamengo, ainda em 1983, decidir-se-iam pela sua contratação. Passado pouco tempo, mais uma vez com as cores dos sub-20 “canarinhos”, Guto acrescentaria outro troféu ao palmarés pessoal. No Mundial da categoria, seria chamado pelo técnico Jair Pereira para disputar o torneio organizado no México. O Brasil voltaria a sair vitorioso e, ao lado de nomes conhecidos do futebol português, casos do lateral Heitor ou do guarda-redes Hugo, o central começaria a alicerçar a sua fama.
Para o crescimento da sua popularidade também contribuiriam as prestações conseguidas com as cores do Flamengo. Mesmo não sendo um dos titulares indiscutíveis, a sua presença no plantel seria bastante importante para a glória do conjunto “carioca”. As vitórias na Taça Guanabara de 1984, no Estadual do Rio de Janeiro de 1986 e no “Brasileirão” de 1987, tornar-se-iam em importantes marcos da sua carreira. Outros números, como as 126 partidas disputadas pelo “Mengão”, seriam igualmente relevantes para cimentar o defesa na memória colectiva dos “rubro-negros”. Tudo combinado, traria ao jogador a almejada oportunidade de jogar na Europa. Curiosamente, a sua mudança seria para um clube que, tendo em conta o seu currículo, acabaria por afigurar-se um pouco modesto.
Com o “O Elvas” a disputar o patamar máximo do futebol luso, a época de 1987/88 permitiria a Guto a estreia na 1ª divisão. Mesmo ao destacar-se como um dos elementos mais importantes da colectividade alentejana, a despromoção da equipa no final da referida temporada arrastaria também o defesa para os escalões inferiores. Continuaria no clube por mais 3 anos para, em 1991/92, chegar a um acordo com o Belenenses. A transferência para o Restelo, ainda que dentro do mesmo patamar competitivo, permitiria ao defesa sonhar com o regresso ao convívio dos “grandes”. A subida aconteceria 1 ano após a mudança para Lisboa e tal facto como que relançaria a sua carreira. Já com a “Cruz de Cristo” ao peito, o central consagrar-se-ia como um dos bons intérpretes do Campeonato Nacional. Igualmente forte no desarme, no sentido posicional e na marcação homem-a-homem, a constância das suas exibições levariam o brasileiro a ser visto como um dos melhores jogadores das nossas competições. Manteria esse estatuto no ano seguinte, mas, de forma surpreendente, o Verão de 1994 traria o fim da sua ligação a Portugal.
De volta ao Brasil, o defesa passaria a representar o Vitória Bahia, para posteriormente ainda vestir a camisola do Paraná Clube e do Rio Branco de Andradas. Em 1996, depois de pôr um ponto final na sua carreira, Guto deixaria o futebol e passaria a gerir o investimento feito por si, no ramo imobiliário.

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