1243 - NELINHO

Destacar-se-ia nas “escolas” do Palmense, onde, durante um embate frente às também jovens “Águias”, chamaria a atenção dos responsáveis pelos “Encarnados”. Porém, finda a formação no popular emblema da Freguesia de São Domingos de Benfica, Nelinho, por empréstimo, arrepiaria caminho em direcção ao Tramagal. No emblema ribatejano, a militar na Zona Norte da 2ª divisão de 1968/69, conseguiria destacar-se pela velocidade e capacidade técnica. Com tão bons predicados, não tardariam a aparecer outros clubes interessados no seu concurso. Tirsense, Beira-Mar, Famalicão e Boavista apareceriam na linha da frente, mas o extremo-direito, dando seguimento a uma conversa com um atleta da colectividade aveirense, o “Magriço” José Pereira, escolheria fardar de amarelo e preto.
Mantendo a ligação contratual ao emblema que o tinha formado, Nelinho ainda passaria 2 temporadas no Beira-Mar. Na última campanha desse par, transformar-se-ia numa das grandes figuras do clube na conquista do Campeonato Nacional da 2ª divisão de 1970/71 e na consequente promoção do emblema de Aveiro ao escalão máximo. No defeso seguinte, com a Académica de Coimbra e o Vitória de Guimarães já no seu encalço, o Benfica resolveria avançar para a sua contratação. Pagos os 1500 contos do acordo feito com o Palmense e com o atacante sem lugar no grupo à guarda de Jimmy Hagan, seria tomada a decisão de, por mais um ano, pôr o atacante a rodar. Ainda faria testes no Belenenses, mas com o plantel dos “Azuis” fechado e com a vontade do atleta em regressar ao Estádio Mário Duarte, o extremo acabaria por estrear-se no patamar maior do futebol luso ao serviço dos “Aurinegros”.
A entrada na “Luz” aconteceria na preparação da temporada de 1972/73 e numa altura em que aos comandos da equipa benfiquista ainda estava o técnico inglês referido no parágrafo anterior. Porém, a presença no sector mais ofensivo de craques como Eusébio, Vítor Baptista, Jordão, Simões ou Nené, faria com que Nelinho fosse pouco utilizado. Com a chegada do treinador Milorad Pavic para a campanha de 1974/75, a situação do avançado pioraria e a solução encontrada levaria o jogador a novo empréstimo. Após a passagem pelos espanhóis do Ourense, o regresso ao plantel “encarnado” começaria a mudar o paradigma do atleta. Com Mário Wilson passaria a ser utilizado com outra regularidade, para, já na época de 1976/77, vir a tornar-se num dos favoritos de John Mortimore. Contudo, nem essa ascensão acabaria valorizada pelos dirigentes das “Águias” e, na altura de renovar o contrato, a relação entre o atleta e o clube conheceria o fim.
Com a titularidade no “onze” do Benfica a apontar a outros voos, Nelinho acabaria por chegar às cogitações da Selecção Nacional. Com a estreia com a “camisola das quinas” a acontecer a 30 de Março de 1977, a lista feita por Juca para o “particular” frente à Suíça, encetaria um trajecto que traria outras convocatórias ao seu currículo. Por outro lado e com as negociações entre as “Águias” e o avançado a não chegarem a “bom-porto”, outros emblemas começariam a “namorar” o atleta. Com o Sporting Clube de Portugal a posicionar-se na corrida, seria, no entanto, o Sporting de Braga a convencer o jogador. Com o palmarés pessoal recheado pela conquista de 3 Campeonatos Nacionais, partiria em direcção ao Minho onde seria apresentado como reforço do plantel de 1977/78. As boas exibições mantê-lo-iam como um elemento de grande valor e tal facto reflectir-se-ia nas restantes convocatórias que dividiriam um total de 4 internacionalizações, metade para cada lado, entre a equipa “A” e o conjunto “B” de Portugal.
Ao findar a ligação com os “Guerreiros” no final da temporada de 1979/80, Marítimo, Farense e Grupo Desportivo Portalegrense preencheriam os derradeiros 4 anos da caminhada competitiva de Nelinho. Ainda experimentaria o papel de treinador, por exemplo, ao serviço do Clube Desportivo e Recreativo de Massamá. Contudo, seria em lides afastadas do futebol que o antigo jogador passaria a apostar e no Bairro da Boavista, local onde cresceu, abriria um cabeleireiro e uma padaria.

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