1487 - VÍTOR URBANO

Concluído o percurso formativo ao serviço dos juniores do Beira-Mar, Vítor Manuel Perdigão Urbano decidiria, com os estudos superiores em mente, deixar o emblema aveirense para, em paralelo com a frequência no Curso de Direito da Universidade de Coimbra, continuar a prática do futebol inserido no plantel do Grupo Desportivo da Gafanha de 1971/72. Seguir-se-ia, na temporada seguinte, o Oliveira do Bairro Sport Clube e, após suspender as actividades académicas, o regresso aos “Auri-negros”.
De volta ao Beira-Mar, a temporada de 1975/76 daria a Vítor Urbano a oportunidade de disputar a 1ª divisão. Inicialmente sob a orientação do treinador Frederico Passos, para, após a 6ª jornada do Campeonato Nacional passar para a intendência de Fernando Vaz, o defesa-central, ainda longe de conseguir afirmar-se como um dos titulares, estrear-se-ia naquele que é o escalão máximo do futebol português. Na época seguinte, juntamente com os seus colegas de equipa, manter-se-ia nas pelejas primodivisionárias e acabaria a partilhar o balneário com um ilustre nome do futebol mundial, o “king” Eusébio. No entanto, com os aveirenses a não conseguirem fugir à despromoção, o termo da campanha de 1976/77 coincidiria também com o fim da sua passagem pela principal competição do calendário luso.
Talvez à procura de outro género de oportunidades, depois de mais uma época a representar as cores do Beira-Mar, Vítor Urbano encetaria um périplo a levá-lo a envergar a camisola de outras colectividades. Após o Alba de 1978/79, o defesa, na campanha de 1979/80, prosseguiria o seu percurso profissional ao serviço do Sporting da Covilhã. Nos “Leões da Serra”, onde ainda permaneceria mais uma época, o jogador viria a encontrar-se com José Domingos, antigo colega no emblema aveirense e a pessoa que, mais adiante, viria a mudar-lhe o rumo no futebol.
Ainda a reboque do treinador aludido no parágrafo anterior, Vítor Urbano passaria, em 1981/82, pelo União de Coimbra. O Campo da Arregaça emergiria um ano antes de o atleta retornar à casa onde havia feito grande parte da caminhada competitiva. De novo ao serviço do Beira-Mar, o defesa-central, a partir da temporada de 1982/83, muito mais do que o conduzir a carreira para os derradeiros capítulos enquanto futebolista, iria também encetar outras actividades dentro do “universo da bola”. Essa mudança surgiria quando, em 1984, acabaria por aceitar o convite de José Domingos para, em paralelo às actividades de atleta, passar também a dirigir os juniores e, por fim, ser adjunto da equipa principal.
Nas andanças como técnico, a experiência inicial de Vítor Urbano como treinador-principal, ao substituir o belga Jean Thissen no comando do conjunto sénior do Beira-Mar, surgiria no decorrer da temporada de 1989/90. Logo na época seguinte, o antigo defesa alcançaria alguns dos maiores brilharetes conseguidos durante a carreira e depois do 6º posto no Campeonato Nacional da 1ª divisão, a melhor classificação na história da colectividade aveirense, o termo da mencionada época traria ao seu currículo a final da Taça de Portugal. Já no Jamor, frente ao FC Porto, os “Auri-negros”, com um golo de Abdelghani, ainda levariam o encontro para o prolongamento. Porém, o poderio dos “Dragões” assumiria um papel determinante no desfecho da partida e o tão almejado troféu sairia do Estádio Nacional em direcção à “Cidade Invicta”.
No resto da carreira como treinador, num trajecto caracterizado pela longevidade, Vítor Urbano teria ainda a oportunidade de orientar outras equipas no escalão máximo. Paços de Ferreira e Desportivo de Chaves seriam essas colectividades. Claro que, numa caminhada tão extensa, outros emblemas surgiriam no seu caminho, nomeadamente os históricos União da Madeira, Vizela, Olhanense ou a Sanjoanense. Por fim falta fazer referência à sua passagem por África onde, para além dos anos passados à frente de diversos emblemas moçambicanos, ainda contaria com uma experiência no Burquina Faso.

Sem comentários: