Terá sido uma copiosa derrota por 7-1 no Funchal, frente ao Marítimo, que fez com que o FC Porto virasse a sua atenção para um atacante do emblema madeirense, que parecia fazer o que queria da bola. Esse jogador chamava-se Artur de Sousa, “Pinga” de alcunha.
A vontade de trazê-lo para a “Cidade Invicta” foi de tal ordem, que os dirigentes do FC Porto não viram qualquer problema quando a transferência começou a entrar por certos atalhos obscuros. Depois de algumas trapaças, falsificações de documentos e outras patifarias, Pinga passou a vestir de “azul e branco”!
Já no Porto, trapalhadas à parte, demorou pouco tempo até o avançado revelar a sua magia. A sua maneira tecnicista sobressaiu; a dedicação ao jogo também nunca foi descurada; a sua disciplina fazia com que, com o mesmo afinco com que atacava e passava um adversário, voltasse a correr para a defesa da sua baliza. Nessa senda crescente, a glória da primeira chamada à Selecção Nacional chegou quando contava 21 anos. Apesar da derrota frente à Espanha, a sua exibição foi de tal forma marcante que todos os jogadores adversários, para além de apelidarem o avançado como talentoso, acabaram a peleja a aplaudir o seu desempenho.
A sua fama começou a transpor fronteiras e a confirmação do seu talento chegou quando ele, Valdemar Mota e Acácio Mesquita destroçaram o First de Viena. A exibição frente àquele que era visto, à altura, como o “Dream Team” europeu, fê-lo andar nas bocas do mundo. Com a partida a realizar-se perto da hora de almoço, o desempenho do trio ofensivo foi de tal modo arrebatador, que acabou por ficar conhecido como "Os Três Diabos do Meio-Dia".
A propósito dessa e de outras exibições, Pinga chegou a dizer: "Nós os três... Aquilo é que era jogar... Que desculpem a vaidade, mas parece-me que nunca mais se arranjam três rapazes da bola tão intimamente ligados a acertar na borracha. Se até nós, às vezes, nem sabíamos como aquilo era..."*.
O avançado retirou-se já tinha passado os 36 anos. A idade já pesava e uma lesão num menisco, operada meses antes, ajudou na sua decisão. A despedida foi apoteótica e a 7 de Julho de 1946, por entre grande comoção, aplausos de pé e gritos entoando o seu nome, Pinga, arrebatado pela homenagem que estavam a prestar-lhe, abandonou o Estádio do Lima com os olhos lavados em lágrimas.
*retirado do artigo publicado em https://estrelas-do-fcp.blogspot.com, a 24/03/2008
A vontade de trazê-lo para a “Cidade Invicta” foi de tal ordem, que os dirigentes do FC Porto não viram qualquer problema quando a transferência começou a entrar por certos atalhos obscuros. Depois de algumas trapaças, falsificações de documentos e outras patifarias, Pinga passou a vestir de “azul e branco”!
Já no Porto, trapalhadas à parte, demorou pouco tempo até o avançado revelar a sua magia. A sua maneira tecnicista sobressaiu; a dedicação ao jogo também nunca foi descurada; a sua disciplina fazia com que, com o mesmo afinco com que atacava e passava um adversário, voltasse a correr para a defesa da sua baliza. Nessa senda crescente, a glória da primeira chamada à Selecção Nacional chegou quando contava 21 anos. Apesar da derrota frente à Espanha, a sua exibição foi de tal forma marcante que todos os jogadores adversários, para além de apelidarem o avançado como talentoso, acabaram a peleja a aplaudir o seu desempenho.
A sua fama começou a transpor fronteiras e a confirmação do seu talento chegou quando ele, Valdemar Mota e Acácio Mesquita destroçaram o First de Viena. A exibição frente àquele que era visto, à altura, como o “Dream Team” europeu, fê-lo andar nas bocas do mundo. Com a partida a realizar-se perto da hora de almoço, o desempenho do trio ofensivo foi de tal modo arrebatador, que acabou por ficar conhecido como "Os Três Diabos do Meio-Dia".
A propósito dessa e de outras exibições, Pinga chegou a dizer: "Nós os três... Aquilo é que era jogar... Que desculpem a vaidade, mas parece-me que nunca mais se arranjam três rapazes da bola tão intimamente ligados a acertar na borracha. Se até nós, às vezes, nem sabíamos como aquilo era..."*.
O avançado retirou-se já tinha passado os 36 anos. A idade já pesava e uma lesão num menisco, operada meses antes, ajudou na sua decisão. A despedida foi apoteótica e a 7 de Julho de 1946, por entre grande comoção, aplausos de pé e gritos entoando o seu nome, Pinga, arrebatado pela homenagem que estavam a prestar-lhe, abandonou o Estádio do Lima com os olhos lavados em lágrimas.
*retirado do artigo publicado em https://estrelas-do-fcp.blogspot.com, a 24/03/2008
1 comentário:
As tais trapalhanças á moda dos corruptos.
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