Com um arranque de carreira vitorioso, George Weah acabaria por vencer vários troféus na Libéria. A “dobradinha” ao serviço do Mighty Barrolle e, já no Invincible Eleven, a repetição da vitória no Campeonato, permitiriam ao atleta preencher o seu currículo com os primeiros títulos colectivos. Nesses capítulos iniciais, seria com as cores do último clube referido que, após ter marcado 24 golos em 23 partidas, despertaria o interesse de clubes no estrangeiro. Todavia, ainda não tinha chegado a hora de partir para a Europa. Seguir-se-iam curtas passagens pelos costa-marfinenses do Africa Sports e pelos Camarões, onde seria campeão ao serviço do Tonnerre Yaoundé.
A jogar no clube camaronês, diz-se que o conselho do seleccionador daquele país, o francês Claude Le Roy, levaria Arsène Wenger a estudar as qualidades do avançado. O treinador, à altura a orientar o AS Monaco, rapidamente chegaria à conclusão que tinha encontrado uma estrela – "Weah foi uma revelação. Ele foi como o ovo de chocolate que uma criança descobre no seu jardim, no Domingo de Páscoa. Eu nunca vi outro jogador a explodir para o palco mundial como ele o fez”*.Todavia, nos 4 anos passados ao serviço dos monegascos, o atacante ganharia apenas 1 Taça de França. Decidir-se-ia, então, pela mudança para a capital gaulesa. Ao assinar pelo Paris Saint-Germain, e com as participações na “Champions”, começaria a ganhar bastante notoriedade. Com um físico poderoso e uma velocidade excepcional, os seus ataques passariam a ser tidos como uma arma mortífera e os seus golos adorados em toda a parte.
Em termos de troféus, seria em Paris que, em 1993/94, haveria de conquistar a “Ligue 1”. Na época seguinte, a última no “Parc des Princes”, ganharia o título de Melhor Marcador da Liga dos Campeões e aguçaria o apetite de outros colossos europeus. O AC Milan acabaria por ganhar essa corrida e, uma vez em Itália, Weah rapidamente confirmaria o seu estatuto de astro maior do futebol mundial. Logo na temporada de estreia, a de 1995/96, o avançado receberia uma série de louvores. Para além de ajudar a vencer a Serie A, seria também eleito o Futebolista Africano do Ano da CAF, o Melhor Jogador do Mundo da FIFA e ganharia o Ballon d’Or da France Football.
Seria ao serviço do emblema milanês que, na sua carreira desportiva, Weah atingiria o apogeu. Contudo, seria também com os “Rossoneri” que haveria de viver um episódio deveras controverso. Numa deslocação ao Estádio das Antas, Jorge Costa e o ponta-de-lança desentender-se-iam durante e após o final do jogo. Ainda no decorrer da partida, uma pisadela do defesa na mão do avançado, haveria de desencadear uma “troca de mimos”. Já no túnel de acesso aos balneários, tudo terminaria com o nariz do futebolista “azul e branco” a ser partido à cabeçada. No rescaldo da contenda, o atacante acusaria o portista de ofensas racista. Já o atleta português falaria de uma emboscada feita de forma cobarde. Como castigo pelo incidente, o internacional liberiano seria penalizado com o afastamento, por 6 partidas, das competições europeias. Curioso seria o que viria a seguir. Mesmo com a aplicação de tão dura punição, nesse ano de 1996, a FIFA galardoaria o elemento do AC Milan com o prémio “Fair Play”.
Mantendo-se em Milão até ao Verão de 2000, Weah teria tempo para ainda erguer o "Scudetto" de 1998/99. Ao deixar o “Calcio”, a carreira do avançado entraria na derradeira fase. Num périplo que, em constantes mudanças, levaria o ponta-de-lança a vestir as camisolas do Chelsea, do Manchester City e do Olympique Marseille, a sua caminhada acabaria por conhecer o fim nos Emirados Árabes Unidos e depois de representar o Al-Jazira.
Apesar de profissionalmente afastado de África, a verdade é que Weah nunca esqueceria o seu país. Muito mais do que jogar pela sua selecção, o desportista faria tudo para ajudar o seu povo. Longe da pobreza que, resultado de uma terrível guerra civil, destruiria a existência de milhares de pessoas, a estrela do futebol mundial demonstraria sempre uma vontade enorme para lutar contras as débeis condições vividas pelos seus conterrâneos. Mesmo ao participar em inúmeras iniciativas de solidariedade ou ao aceitar o papel de Embaixador da Boa-Vontade da UNESCO, o antigo avançado mostraria o desejo de contribuir ainda mais. Em 2005, o cidadão George Manneh Oppong Weah candidatar-se-ia às eleições Presidenciais da Libéria. Acabaria por perder na segunda volta, mas com a promessa de nunca desistir do sonho de, um dia, ser eleito**.
*retirado do artigo “Small countries, big names”, publicado em www.fifa.com, a 24/07/2009
**a 22 de Janeiro de 2018, depois de vencer de vencer o escrutínio de 2017, Weah tomaria posse como Presidente da Republica da Libéria
A jogar no clube camaronês, diz-se que o conselho do seleccionador daquele país, o francês Claude Le Roy, levaria Arsène Wenger a estudar as qualidades do avançado. O treinador, à altura a orientar o AS Monaco, rapidamente chegaria à conclusão que tinha encontrado uma estrela – "Weah foi uma revelação. Ele foi como o ovo de chocolate que uma criança descobre no seu jardim, no Domingo de Páscoa. Eu nunca vi outro jogador a explodir para o palco mundial como ele o fez”*.Todavia, nos 4 anos passados ao serviço dos monegascos, o atacante ganharia apenas 1 Taça de França. Decidir-se-ia, então, pela mudança para a capital gaulesa. Ao assinar pelo Paris Saint-Germain, e com as participações na “Champions”, começaria a ganhar bastante notoriedade. Com um físico poderoso e uma velocidade excepcional, os seus ataques passariam a ser tidos como uma arma mortífera e os seus golos adorados em toda a parte.
Em termos de troféus, seria em Paris que, em 1993/94, haveria de conquistar a “Ligue 1”. Na época seguinte, a última no “Parc des Princes”, ganharia o título de Melhor Marcador da Liga dos Campeões e aguçaria o apetite de outros colossos europeus. O AC Milan acabaria por ganhar essa corrida e, uma vez em Itália, Weah rapidamente confirmaria o seu estatuto de astro maior do futebol mundial. Logo na temporada de estreia, a de 1995/96, o avançado receberia uma série de louvores. Para além de ajudar a vencer a Serie A, seria também eleito o Futebolista Africano do Ano da CAF, o Melhor Jogador do Mundo da FIFA e ganharia o Ballon d’Or da France Football.
Seria ao serviço do emblema milanês que, na sua carreira desportiva, Weah atingiria o apogeu. Contudo, seria também com os “Rossoneri” que haveria de viver um episódio deveras controverso. Numa deslocação ao Estádio das Antas, Jorge Costa e o ponta-de-lança desentender-se-iam durante e após o final do jogo. Ainda no decorrer da partida, uma pisadela do defesa na mão do avançado, haveria de desencadear uma “troca de mimos”. Já no túnel de acesso aos balneários, tudo terminaria com o nariz do futebolista “azul e branco” a ser partido à cabeçada. No rescaldo da contenda, o atacante acusaria o portista de ofensas racista. Já o atleta português falaria de uma emboscada feita de forma cobarde. Como castigo pelo incidente, o internacional liberiano seria penalizado com o afastamento, por 6 partidas, das competições europeias. Curioso seria o que viria a seguir. Mesmo com a aplicação de tão dura punição, nesse ano de 1996, a FIFA galardoaria o elemento do AC Milan com o prémio “Fair Play”.
Mantendo-se em Milão até ao Verão de 2000, Weah teria tempo para ainda erguer o "Scudetto" de 1998/99. Ao deixar o “Calcio”, a carreira do avançado entraria na derradeira fase. Num périplo que, em constantes mudanças, levaria o ponta-de-lança a vestir as camisolas do Chelsea, do Manchester City e do Olympique Marseille, a sua caminhada acabaria por conhecer o fim nos Emirados Árabes Unidos e depois de representar o Al-Jazira.
Apesar de profissionalmente afastado de África, a verdade é que Weah nunca esqueceria o seu país. Muito mais do que jogar pela sua selecção, o desportista faria tudo para ajudar o seu povo. Longe da pobreza que, resultado de uma terrível guerra civil, destruiria a existência de milhares de pessoas, a estrela do futebol mundial demonstraria sempre uma vontade enorme para lutar contras as débeis condições vividas pelos seus conterrâneos. Mesmo ao participar em inúmeras iniciativas de solidariedade ou ao aceitar o papel de Embaixador da Boa-Vontade da UNESCO, o antigo avançado mostraria o desejo de contribuir ainda mais. Em 2005, o cidadão George Manneh Oppong Weah candidatar-se-ia às eleições Presidenciais da Libéria. Acabaria por perder na segunda volta, mas com a promessa de nunca desistir do sonho de, um dia, ser eleito**.
*retirado do artigo “Small countries, big names”, publicado em www.fifa.com, a 24/07/2009
**a 22 de Janeiro de 2018, depois de vencer de vencer o escrutínio de 2017, Weah tomaria posse como Presidente da Republica da Libéria
1 comentário:
Quem não se lembra do golo que este grande jogador marcou ao Chievo, um tal golo que vai com a bola controlada nos pés de uma área à outra? Muita gente não se recordará, com certeza.
E quem não se lembra de quando este grande avançado partiu o nariz ao Jorge Costa? Muito pouca gente não se recordará.
Um grande obrigado por todos estes bons momentos de futebol, especialmente o segundo supramencionado.
(Publicado no Facebook, a 2 de Fevereiro de 2011)
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