Corria o Verão de 1990 e para os seniores do Estrela da Amadora era promovido um tal rapaz, alto e esguio, que já nessa altura era presença habitual nas selecções jovens nacionais. Aliás, seria mesmo com a "camisola das quinas" que Abel Xavier, um ano após a sua estreia na equipa da Linha de Sintra, atingiria, pela primeira vez, a ribalta. Falo, está claro, na final do Campeonato do Mundo sub-20 disputada em Lisboa e onde, com a 2ª leva da emergente "Geração d'Ouro", Portugal revalidaria o título mundial da categoria.
Passados 2 anos sobre a referida vitória, o inevitável aconteceria à jovem promessa lusa. Um dos ditos "3 grandes", nesse caso o Benfica, assumiria a sua contratação. Na "Luz" nada seria fácil para si. Aproveitando a sua polivalência, o habitual médio-defensivo, seria deslocado para a direita da defesa “encarnada”, de forma a colmatar um défice de jogadores para essa posição. Apesar das "Águias" terem ganho o Campeonato, as suas exibições, nas quais foi quase sempre titular, nunca chegariam a convencer o público, sendo mesmo considerado um dos elementos mais fracos da equipa campeã. Mais um ano passou e apanhado na purga que Artur Jorge preparou para o balneário da "Luz", Abel Xavier seria emprestado ao Bari, emblema da Serie A italiana, onde acabaria por ser pouco utilizado.
Depois da experiência no “calcio”, o regresso ao Benfica não aconteceu. Talvez por falta de vontade de ambas as partes em dar continuidade à ligação encetada 3 anos antes, a solução encontrada para a carreira do jogador acabou por ser a proposta feita pelo Real Oviedo. Em Espanha, Abel Xavier deu seguimento à sua diáspora que, pelo globo do futebol, raramente trouxe estadias superiores a um ou dois anos por emblema. A excepção foi a sua passagem pelos ingleses do Everton, 3 temporadas, durante a qual conseguiu o maior número de presenças em jogos num só clube e onde, por jogar maioritariamente a defesa-central, conseguiu as suas melhores prestações.
Foi também por altura da sua primeira presença em Inglaterra, que viveu um dos episódios mais penalizantes da carreira. Estávamos em 2000; disputava-se o Europeu de selecções organizado pela Bélgica e Holanda; a partida era a das meias-finais e o adversário a França. Já durante o prolongamento, um cruzamento de Wiltord acabaria interceptado por Abel Xavier. Na sequência do lance seria assinalada uma grande penalidade, por suposta "mão na bola" do defesa português. A confusão nascida daquele que ainda hoje é considerado um dos lances mais polémicos do torneio, resultaria no castigo de vários jogadores. Ainda assim, a pena de Abel Xavier, que começaria por nove meses, acabaria, após recurso, por ser reduzida para meio ano.
Em 2002, na transferência para o Liverpool, o jogador daria o seu derradeiro passo em crescendo. De seguida, e ainda com relevantes passagens pelo Galatasaray, Hannover e Roma, a carreira do atleta entraria em progressivo declínio. O seu ocaso seria acicatado por um polémico caso de doping. Mesmo ao alegar inocência, Abel Xavier nunca conseguiria provar a mesma. A pena lida no decorrer da temporada de 2005/06, decretaria um ano de suspensão e interromperia as suas prestações com as cores do Middlesbrough.
A sua última viagem seria para os Estados Unidos da América. Em Los Angeles, ao serviço dos LA Galaxy, encontrar-se-ia não só com David Beckham, mas também com todo o "glamour" de Hollywood. Na "pátria do cinema", o seu excêntrico visual não passaria despercebido e, acabado o futebol, seria convidado para, numa película, representar o papel de vilão. No entanto, as mudanças na sua vida não acabariam por aqui. Após um primeiro contacto com a religião muçulmana que, segundo o mesmo, ajudou-o a ultrapassar períodos difíceis na sua passagem pela Turquia, Abel decidiria converter-se ao Islão e mudar o seu nome para Faisal.
Em suma, Abel Xavier foi um verdadeiro fenómeno das migrações futebolísticas: 2 confederações, 8 campeonatos as 12 equipas diferentes representadas durante os 18 anos da sua carreira profissional, conferem-lhe o estatuto de verdadeiro "globetrotter"!
Passados 2 anos sobre a referida vitória, o inevitável aconteceria à jovem promessa lusa. Um dos ditos "3 grandes", nesse caso o Benfica, assumiria a sua contratação. Na "Luz" nada seria fácil para si. Aproveitando a sua polivalência, o habitual médio-defensivo, seria deslocado para a direita da defesa “encarnada”, de forma a colmatar um défice de jogadores para essa posição. Apesar das "Águias" terem ganho o Campeonato, as suas exibições, nas quais foi quase sempre titular, nunca chegariam a convencer o público, sendo mesmo considerado um dos elementos mais fracos da equipa campeã. Mais um ano passou e apanhado na purga que Artur Jorge preparou para o balneário da "Luz", Abel Xavier seria emprestado ao Bari, emblema da Serie A italiana, onde acabaria por ser pouco utilizado.
Depois da experiência no “calcio”, o regresso ao Benfica não aconteceu. Talvez por falta de vontade de ambas as partes em dar continuidade à ligação encetada 3 anos antes, a solução encontrada para a carreira do jogador acabou por ser a proposta feita pelo Real Oviedo. Em Espanha, Abel Xavier deu seguimento à sua diáspora que, pelo globo do futebol, raramente trouxe estadias superiores a um ou dois anos por emblema. A excepção foi a sua passagem pelos ingleses do Everton, 3 temporadas, durante a qual conseguiu o maior número de presenças em jogos num só clube e onde, por jogar maioritariamente a defesa-central, conseguiu as suas melhores prestações.
Foi também por altura da sua primeira presença em Inglaterra, que viveu um dos episódios mais penalizantes da carreira. Estávamos em 2000; disputava-se o Europeu de selecções organizado pela Bélgica e Holanda; a partida era a das meias-finais e o adversário a França. Já durante o prolongamento, um cruzamento de Wiltord acabaria interceptado por Abel Xavier. Na sequência do lance seria assinalada uma grande penalidade, por suposta "mão na bola" do defesa português. A confusão nascida daquele que ainda hoje é considerado um dos lances mais polémicos do torneio, resultaria no castigo de vários jogadores. Ainda assim, a pena de Abel Xavier, que começaria por nove meses, acabaria, após recurso, por ser reduzida para meio ano.
Em 2002, na transferência para o Liverpool, o jogador daria o seu derradeiro passo em crescendo. De seguida, e ainda com relevantes passagens pelo Galatasaray, Hannover e Roma, a carreira do atleta entraria em progressivo declínio. O seu ocaso seria acicatado por um polémico caso de doping. Mesmo ao alegar inocência, Abel Xavier nunca conseguiria provar a mesma. A pena lida no decorrer da temporada de 2005/06, decretaria um ano de suspensão e interromperia as suas prestações com as cores do Middlesbrough.
A sua última viagem seria para os Estados Unidos da América. Em Los Angeles, ao serviço dos LA Galaxy, encontrar-se-ia não só com David Beckham, mas também com todo o "glamour" de Hollywood. Na "pátria do cinema", o seu excêntrico visual não passaria despercebido e, acabado o futebol, seria convidado para, numa película, representar o papel de vilão. No entanto, as mudanças na sua vida não acabariam por aqui. Após um primeiro contacto com a religião muçulmana que, segundo o mesmo, ajudou-o a ultrapassar períodos difíceis na sua passagem pela Turquia, Abel decidiria converter-se ao Islão e mudar o seu nome para Faisal.
Em suma, Abel Xavier foi um verdadeiro fenómeno das migrações futebolísticas: 2 confederações, 8 campeonatos as 12 equipas diferentes representadas durante os 18 anos da sua carreira profissional, conferem-lhe o estatuto de verdadeiro "globetrotter"!
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