209 - WILLIAM

Depois de ter conseguido um Campeonato pelo clube da terra natal, o Union Douala, e de uma presença na CAN de 1992, enquanto representava, por empréstimo do clube acima referido, o Olympique Mvolyé, William Andem decidiria atravessar o Atlântico. Ao chegar ao Brasil em 1994, longe estaria o guardião de pensar que o resto da sua carreira, ainda a muitos anos de terminar, a partir dali só avançaria sob a égide da "língua de Camões"
O primeiro passo dessa aventura pela "lusofonia" seria dado em Belo Horizonte, no Cruzeiro. Apesar do salto positivo que a mudança de ares poderia fazer crer, a verdade é que a nova experiência não começaria da melhor maneira. Ora vejamos! Se ter Dida como colega de equipa já é razão para que as oportunidades não sejam muitas, pior ainda quando, ao vê-las surgir, as ocasiões são desperdiçadas naquilo que, para o internacional camaronês, acabaria como um dos episódios mais polémicos vividos nos relvados. Bem, a história conta-se depressa! Numa partida frente o Atlético Mineiro, depois de o árbitro ter interrompido o jogo, um avançado contrário decide fintar William. O guardião, intempestivamente, travaria a provocação a pontapé. Não satisfeito com o acontecido, responderia com um valente soco ao “tirar de esforço” de um dos adversários, deixando-o "knock out"! Como é lógico, expulso, acabaria por sair mais cedo do relvado.
Já a oportunidade em Portugal acabaria por surgir depois uma temporada bem conseguida, mais uma vez por empréstimo, no Esporte Clube Bahia. A chegada à cidade do Porto, logo após a convocatória para o Mundial de 1998, levá-lo-ia ao Boavista. Mesmo com o estatuto de internacional a dá-lo como o favorito ao lugar à baliza, a verdade é que a sua presença no “onze” haveria de ser algo inconstante. William alternaria épocas em que os reflexos e estiradas elásticas fariam dele titular indiscutível, com outras em que o banco de suplentes passaria a ser o seu lugar. Ainda assim, a entrega ao clube “axadrezado” fá-lo-ia, depois da presença na edição de 1996, recusar a participação na CAN 2000 que, ironicamente, consagraria a selecção dos Camarões como vencedora!
Apesar de, periodicamente, ter dado uns "frangos" escandalosos, William tem um lugar reservado na história do Boavista. Nesses 9 anos de "Pantera" ao peito, o guardião teria um papel fulcral nos sucessos do colectivo. Com mais de centena e meia de partidas disputadas no escalão maior, o atleta, para além de fazer parte do plantel que conquistaria a Supertaça Cândido de Oliveira de 1997/98, ajudaria também a vencer, apesar da condição de suplente, o Campeonato Nacional de 2000/01.
William terminaria a carreira, mesmo à beirinha dos 40, na divisão de Honra e ao serviço do Feirense.

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