211 - AMUNIKE

Transferido dos nigerianos do Julius Berger, clube pelo qual ganhou o seu primeiro Campeonato Nacional, foi no Egipto, ao serviço do Zamalek, que Amunike despoletou para o estrelato. Três anos de crescimento no seio dum dos históricos balneários africanos, alguns títulos e, principalmente, a presença em certames desportivos de peso, permitiram-lhe consolidar o seu futebol, ao ponto de começar a despertar a cobiça de alguns emblemas europeus.
Segundo consta, foi por essa altura que Sousa Cintra ficou consciente de estar à beira de perder o concurso pelo extremo nigeriano. Como último recurso, tomou a decisão de entrar num avião e ir ao Cairo resgatar o jogador da, quase certa, transferência para um emblema alemão. Para adocicar o episódio, veicularam-se as negociações pela noite dentro, com atribulações pouco normais e perigosos desentendimentos entre os dirigentes egípcios. Depois, já acertado o acordo, o relato de alguns enviados do tal clube germânico que, com uma abordagem feita no aeroporto, teriam tentado desviar o atleta do destino “verde e branco”.
Está bem, os factos até poderão ter sido um pouco romanceados! No entanto, o jogador, tido como a grande revelação de 1994, justificava, sem dúvida, todo o esforço feito pelo antigo Presidente leonino. Com o valor em alta, as razões da sua cotação, por altura da contratação pelo Sporting, já tinham extravasado o seu papel preponderante na conquista do bicampeonato egípcio. Sem diminuir o episódio, importante sem dúvida, para tocar naquilo que realmente catapultou o avançado, há que falar no que alcançou pela selecção. Por um lado, temos a conquista da edição desse ano da CAN, onde, apesar de só ter jogado a final, marcou os dois golos que, na vitória por 2-1 frente à Zâmbia, entregaram o troféu à Nigéria. Temos ainda que recordar o seu papel no Mundial organizado nos Estados Unidos da América, onde disputou todas as partidas e ajudou as “Super Eagles” a chegar aos quartos-de-final.
Foi logo após vencer mais um troféu pela equipa nacional da Nigéria, a Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos realizados em Atlanta, que o avançado deu o grande salto na carreira. No FC Barcelona, na temporada de 1996/97, apesar de cumprido o sonho de jogar por um dos “colossos” mundiais, o avançado, à custa de uma grave lesão, acabou por viver um penoso calvário. A partir desse momento, nunca mais conseguiu impressionar o futebol com a habitual pujança, técnica e velocidade. Em abono da verdade, nem no Albacete, nem nos sul-coreanos do Busan, nem mesmo na Jordânia ao serviço do Al Wihdat, Amunike voltou a ser o mesmo portento de força e talento.
Terminada a sua vida nos relvados e após de ter passado, como "olheiro", pelo Manchester United, Amunike regressou ao país natal para embarcar numa nova etapa, a de técnico-principal de futebol.

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