231 - JOSÉ ANTÓNIO

Jogava nas “escolas” do Carcavelos, clube da sua terra, quando uma chamada à selecção de Lisboa veio a pô-lo sob os olhares da antiga glória benfiquista, Ângelo Martins. Responsável pelo lançamento na equipa principal “encarnada” de muitos craques, ao antigo defesa não escapou a presença em campo de um bom jogador, que dava pelo nome de José António.
Como já adivinharam, o passo seguinte, foi na direcção do Estádio da "Luz". No Benfica, após completar a formação, subiu à equipa principal na temporada 1977/78. Contudo, num plantel recheado de bons jogadores, as oportunidades para os novatos costumam ser escassas e nem a adaptação de John Mortimore, que recuou o jovem atleta do meio-campo para o centro da defesa, trouxe mais facilidades à sua integração. Ainda assim, José António não tinha por hábito queixar-se da sorte. Porém, há alturas em que ninguém resiste a reclamar do destino, principalmente quando o mesmo está nas mãos de um documento – "Foi no tempo do Mortimore. Logo que subi a sénior ele englobou-me no lote de jogadores que se preparavam para ir jogar ao Brasil. Que afinal nem cheguei a conhecer porque (...) disseram-me que o meu passaporte tinha desaparecido. Ainda hoje não percebo como aquilo foi possível (...), e eu não só não fiz essa viagem como nunca mais tive qualquer oportunidade"*.
Sem participar em qualquer partida oficial ao longo da temporada, José António rumou, primeiro por empréstimo e depois a título definitivo, até ao Estoril Praia. No emblema da "Linha de Cascais" jogou durante 5 temporadas, ao fim das quais e com a descida do clube ao segundo escalão nacional, partiu, acho que posso afirmá-lo com grande certeza, para a fase mais importante da sua carreira. No Belenenses, com o emblema ainda a sofrer os efeitos de uma descida de divisão inédita, José António viu-se também a disputar o patamar secundário. Já como um defesa-central em plena maturidade, o jogador foi apresentado como um dos reforços com capacidade para ajudar o clube a reverter tal situação e assim acabou por ser!
Passado um ano após a chegada ao Restelo, na temporada de 1984/85, os rapazes da "Cruz de Cristo" estavam de volta aos palcos maiores do Campeonato Nacional. Ao defesa, reconhecendo a sua relevância, rapidamente foi-lhe entregue a braçadeira de capitão. Ao envergar no braço a importante faixa, mérito para a tranquilidade apresentada em campo ou para vontade vitoriosa que conseguia transmitir aos colegas, levou os "Azuis" ao último grande troféu conquistado. No Estádio Nacional, após 90 minutos emocionantes, onde o Belenenses venceu por 2-1 o Benfica, coube a José António o prémio de erguer a Taça de Portugal de 1988/89, orgulho só igualável à chamada de José Torres, em 1986, ao grupo que marcou presença no Mundial do México.

*retirado do artigo de Jorge Baptsta, publicado na revista “Foot”, em Novembro de 1985

5 comentários:

José Ferreira disse...

Grande Defesa Central, infelizmente já falecido

(Publicado no Facebook, a 4 de Abril de 2012)

António Real disse...

um rapaz tao novo azarenta esta vida foi um senhor jogador de futebol

(Publicado no Facebook, a 4 de Abril de 2012)

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

Foi um dos melhores centrais dos 80. Se fosse hoje em dia, de certeza que não se tinha ficado pelo Belenenses.

(Publicado no Facebook, a 4 de Abril de 2012)

Helder Carrilho disse...

Sobrio, discreto e eficaz.

(Publicado no Facebook, a 4 de Abril de 2012)

Celestino Ruas Ruas disse...

Conde Bargiela,mt inteligente,com grande classe,um Senhor!Esteja onde estiver,merece estar mt bem acompanhado.Porque,em vida, tinha mts bons Amiigos por todo o lado.Paz a sua alma!

(Publicado no Facebook, a 4 de Abril de 2012)