291 - NUNO

Cedo emergiu das escolas vimaranenses como uma das grandes promessas para as balizas nacionais e por altura dos Jogos Olímpicos de 1996, numa fase em que começava, cada vez mais, a aparecer como titular nas fichas de jogo do Vitória Sport Clube, embarcou com a comitiva lusa em direcção ao certame organizado em Atlanta.
Se antes já vira o seu nome associado a emblemas de maior monta, na volta dos Estados Unidos da América, a hipótese de uma mudança concretizou-se. Nuno, ao passar a fronteira a Norte, fixou-se na vizinha Espanha, mais concretamente no Deportivo. No clube galego, a competir com nomes como Songo'o, Kouba e até Peter Rufai, a vida do jovem guarda-redes não foi fácil e o reflexo aferiu-se no número baixo de partidas disputadas. A solução para a falta de utilização veio, naturalmente, com os empréstimos. No Mérida e principalmente no Osasuna, clube onde, a disputar a La Liga, conseguiu mostrar-se como um atleta de grande valor, Nuno foi crescendo. Nesse sentido, o regresso a La Coruña tornou-se inevitável. Porém, se houve alguém a pensar que o português conseguiria tomar conta das redes no Riazor, então essa pessoa enganou-se.
O que surgiu a seguir na sua carreira foi o reacender de um namoro antigo. Paixão verdadeira ou não, certa foi a transferência para o FC Porto e logo numa altura em que os “Dragões” davam os passos iniciais de mais uma caminhada épica. Com José Mourinho ao leme, os “Azuis e Brancos”, nas temporadas de 2002/03 e 2003/04 ergueram 1 Liga dos Campeões, 1 Taça UEFA, 2 Campeonatos, 2 Supertaças e ainda a Taça de Portugal de 2002/03, onde, no 7-0 infligido ao Varzim nos quartos-de-final da prova, Nuno, na transformação de um “castigo máximo”, também fez o “gosto ao pé”. Já o último troféu dessa série coincidiu com a derradeira edição da Taça Intercontinental. Frente aos colombianos do Once Caldas, o guardião acabou por desempenhar um papel de relevo, pois, com a saída forçada de Vítor Baía, foi dele a responsabilidade de defender a baliza no bem-sucedido desempate por penaltis.
Voltou ao FC Porto em 2007/08, depois da passagem pelo Dínamo de Moscovo e pelo Desportivo das Aves e para, em 2010, terminar a vida de futebolista. Com a mudança, para além da presença no Euro 2008, arrecadou mais uns quantos troféus. O que também ganhou com o regresso aos “Azuis e Brancos”, ao “pendurar as luvas” ainda sob a alçada de Jesualdo Ferreira, foi uma nova carreira. É que com a ida do referido treinador, primeiro para o Málaga e depois para o Panathinaikos, Nuno Espírito Santo seguiu com ele, mas na função de treinador-adjunto.
Já este ano, o Rio Ave decidiu dar-lhe a oportunidade para fazer a estreia à frente de uma equipa técnica. Para já, com os vilacondenses, à 6ª jornada, a posicionarem-se no 5º posto, acho que não podemos dizer que começou mal. Se a tal juntarmos a vitória conseguida em Alvalade, então é provável que possamos estar à frente de um treinador muito promissor.

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