404 - DIOGO LUÍS

A boa temporada que estava a fazer pelos "BB", a juntar à falta de soluções válidas dentro do plantel "Encarnado" (a saber: Rojas e Escalona), levaria Mourinho a convocá-lo para junto da equipa principal. Tal como ele, hoje um dos mais conceituados técnicos mundiais, Diogo Luís procurava, à altura, demonstrar o seu valor futebolístico. A oportunidade estava dada, e a confiança ganha aos olhos do treinador, permitiria que o lateral esquerdo se afirmasse, e, nessa época de 2000/01, tomasse conta da dita posição. A bem ver, foram 23 partidas em que o seu nome constou na ficha de jogo... nada mau para um jovem de 20 anos!!! Melhor ainda, quando, no entretanto, se ouve o próprio presidente do clube, a exaltá-lo como um dos activos futuros de mais valor para o Benfica. Está bem, as palavras foram de João Vale e Azevedo, mas, nem mesmo assim, tiram o mérito ao jogador pelo que havia conseguido, até então.
A verdade é que, quando todos esperariam continuar a ver o seu trabalho a evoluir, o jogador, logo na campanha seguinte, eclipsar-se-ia. Poderia dizer "estranhamente", no entanto há sempre um ou outro factor que, sem conseguir explicar tudo, atenuam o acontecido. E se a grave lesão sofrida por essa altura, até serve de justificação para o seu desvanecer; e se o facto de ser jovem fez também com que, mais facilmente, fossem a ele apontados alguns dos erros da equipa; já aqueles que com ele disputavam o lugar (Cabral e Pesaresi), dificilmente poderiam servir para qualquer desculpa no seu falhanço.
A meio dessa sua segunda temporada na categoria principal da "Luz", Diogo Luís acaba por ser emprestado ao Alverca. Nos ribatejanos, com fortes ligações ao Benfica, ou não tivessem sido "satélite" das "Águias", o atleta procura convencer Jesualdo Ferreira, que entretanto, e no meio de tantas trocas de treinador, assumiria o cargo de técnico-principal, que o seu lugar era de volta ao emblema onde tinha terminado a formação. Tal nunca veio a acontecer, e aquele que, outrora, chegou a ser visto como uma das maiores esperanças do Benfica, acabaria por assinar pelo Beira-Mar.
A partir desse momento a carreira do defesa tomou um rumo discreto que, depois da modesta passagem por Aveiro, o levaria a vogar pelas divisões secundárias dos nossos campeonatos - "Tive uma carreira boa, bons momentos, mas claro que podia ter ido mais longe".
O regresso à Primeira Divisão, depois das passagens pela Naval, Estoril-Praia e, novamente, Beira-Mar, ainda aconteceu. O convite surgiria vindo do Leixões, mas a falta de adaptação ao novo projecto faria com que, na reabertura do mercado de 2008/09, o defesa rumasse àquela que foi a sua única aventura no estrangeiro, o Apollon Limassol.
No Chipre, surpreendentemente novo, Diogo Luís decide-se pelo fim de carreira - "Terminei cedo, ainda com 28 anos. Tinha convites da II Liga mas achei que era a altura certa para investir na nova carreira". E esse seu novo objectivo de vida, resultado do curso de Economia tirado na Universidade Nova de Lisboa, levou-o a abraçar a profissão de "Personal Financial Advisor".
Depois de estar afastado durante alguns anos, Diogo Luís volta esta temporada às lides do futebol. Talvez seja um pouco exagerado considerar este regresso como tal, pois, apesar de ter o nível II do curso de treinadores, não é esta, nem outra qualquer função dentro de um clube que abraça. Diogo Luís regressa, sim, mas como comentador d'A Bola TV.

1 comentário:

João Duarte disse...

Eu vi esse primeiro treino, se o treinador tivesse continuado tinha tido uma carreira de luxo, que grande jogador e grande ser humano.