413 - UNIÃO DA MADEIRA

Falarmos da fundação do União da Madeira é também falar um pouco da vida de um dos seus grandes rivais, o Clube Sport Marítimo. Assim, segundo reza a história, um grupo de jovens rapazes decide juntar-se para jogar à bola. Sob a protecção do Marítimo, o conjunto, primeiramente denominado Infantil Sport Club, passa a chamar-se Grupo União-Marítimo. Mas se o objectivo deste "casamento" era contribuir na formação de atletas para os "Verde-Rubros", o "divórcio", após a disputa sobre a propriedade de uma baliza, rapidamente aconteceu. A separação dá então origem ao União Futebol Clube, que, mais tarde, mudaria o nome para Clube Futebol União, com data de nascimento a 1 de Novembro de 1913.
Já por essa altura, falava-se na Madeira da necessidade de uma entidade que, de alguma forma, gerisse a pratica do futebol na ilha. José Anastácio Rodrigues Nascimento, antigo dirigente maritimista e um dos fundadores do União, acaba por se tornar numa das figuras de proa dessa ideia, a qual culminaria com a criação, a 28 de Setembro de 1916, da Associação de Futebol do Funchal.
Com a génese deste organismo, começam também os Campeonatos na região. Nas duas primeiras edições a vitória acabaria por sorrir ao Marítimo, mas quando, a 8 de Dezembro de 1918, o União derrota por 2-3, na casa dos próprios rivais, a "Equipa de Honra" "verde-rubra", instala-se então a polémica. O Marítimo contesta a partida, pois, segundo consta, a mesma havia terminado sob condições de visibilidade deficientes. A Associação de Futebol do Funchal, decide invalidar o desfio. E com isto tudo estala a "guerra", cujo resultado seria a paralisação do organismo federativo.
Dois anos depois, sanada a contenda, a prova é reatada. O União faz desta 3ª edição, a de 1920/21, a sua primeira vitória, a qual repetiria em 1927/28. Contudo, esta última conquista teria um sabor especial, pois permitiria a participação do emblema sediado no Funchal, no Campeonato de Portugal. Na prova nacional, a prestação do "União da Bola", alcunha porque ficou famoso, leva-os ao quartos-de-final. Frente ao "todo-poderoso" Benfica, a exibição do União espanta o universo português do desporto, quando bem perto do términus da segunda metade, o resultado se quedava por um surpreendente 3-1. Já nos descontos, a supremacia das "Águias" leva a maior. Os lisboetas conseguem dar a volta ao marcador e acabam por vencer a eliminatória por 3-4.
Tirando as vitórias nas provas organizadas dentro do arquipélago, onde os anos 50 e 60 foram pródigos em conquistas, O União só voltaria à ribalta nacional, quando em 1988/89, para além de alcançar a subida ao escalão máximo português, consegue vencer, em disputa com o Feirense e o Tirsense, o Campeonato da Segunda Divisão. Como é lógico, a estreia, nessa que é a maior prova realizada dentro do nosso território, haveria de acontecer na temporada seguinte. Sem resultados de grande monta, o clube já conta com 5 participações no Campeonato da Primeira Divisão, onde a melhor posição conseguida foi um 10º lugar, em 1993/94.
Desde 1995 que o União tem andado afastado dos palcos maiores do nosso futebol. A sua militância tem-se repartido entre a Divisão de Honra e a Segunda "B". No entanto, o futuro volta a ser risonho, onde o ponto de partida para novos êxitos tem como base o novo complexo desportivo de Vale Paraíso.

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