416 - MILTON MENDES

Nascido no seio de uma família adepta do Vasco da Gama, naturalmente, também ele se fez fã do conjunto fundado por portugueses. Residindo em Criciúma, Estado de Santa Catarina, uma das oportunidades que teve de ver ao vivo a sua equipa, foi quando estes se deslocaram à sua cidade. Foi assim, segundo conta o próprio, que teve a oportunidade de conhecer o seu ídolo de infância, Orlando "Lelé", famoso lateral-direito da equipa carioca - "Abeirei-me dele, enchi-o de perguntas e fiquei boquiaberto com a atenção que ele me dispensou. Respondeu-me a tudo o que eu queria saber, pegou no meu livrinho de autógrafos e deu a todos os outros jogadores(...). Fiquei super feliz". Influenciado, ou não, por este encontro, a verdade é que, passados alguns anos, o próprio Milton Mendes haveria de ocupar, também ele com a camisola do Vasco da Gama, a mesma posição em campo.
Já vinda para Portugal, fez-se pela porta do Louletano. Em fim de contrato e com uma proposta de renovação não muito aliciante, Milton Mendes, que também não era uma das primeiras escolhas no alinhamento "vascaíno", prefere, de maneira a lançar a sua carreira, arriscar a viagem para a Europa, participando no campeonato da Divisão de Honra. No Algarve cumpre 4 temporadas. As suficientes para que, do escalão máximo nacional, nele reparassem. E assim, em 1991, a sua aventura prossegue no Beira-Mar.
Rapidamente, nesta sua primeira época entre os maiores do futebol nacional, o defesa consegue posicionar-se como um dos melhores a actuar na sua posição. Aguerrido a defender, e com técnica suficiente para ser uma arma no apoio aos lances ofensivos dos seus companheiros, o nome de Milton Mendes começou a ser cogitado como umas das possíveis contratações dos denominados "Grandes". Dizendo sempre que: "entre estar no banco de um «grande» ou jogar num clube mais modesto de I Divisão, prefiro a segunda hipótese", o lateral brasileiro foi recusando a ideia de que esta mudança de clube era o seu principal objectivo de carreira. Talvez por isso tenha preferido, no final da temporada de 1991/92, assinar pelo Belenenses.
Apesar do clube do Restelo, nesse ano de regresso à Primeira Divisão, ter rubricado um bom Campeonato (7º lugar), a presença do lateral no "onze" da "Cruz de Cristo", não foi muito frequente. Isto fez com que, mais uma vez, tomasse a decisão de trocar de camisola. A mudança levá-lo-ia até ao Funchal, onde encontraria uma verdadeira "constelação de estrelas", vindas do seu país. Muito para além de jogadores como Marco Aurélio ou Rodrigão, à frente dos destinos do União da Madeira estava o antigo seleccionador brasileiro de s-20 e Olímpico, Ernesto Paulo. Neste contexto mais "familiar", Milton Mendes voltou a ganhar o fulgor nele conhecido. Conquistou a titularidade e, bem depressa, arrebatou, com a sua entrega e dedicação dentro dos relvados, o coração dos associados e adeptos "unionistas". Representou a equipa durante as 3 temporadas seguintes, e só a deixou quando, em 1996, depois da descida do ano anterior, o União falha a promoção.
Ao serviço do Sp. Espinho, joga ainda mais uma temporada na 1ª Divisão. No entanto, o que restaria da sua carreira, haveria de a passar por entre os escalões secundários, em clubes da Madeira. Foi num deles, o Machico, que a sua vida mudaria de rumo. Iniciaria a sua vida como técnico, a mesma que o levou em, 2007/08, a aceitar o convite de Sebastião Lazaroni, para o ajudar no comando do Marítimo. O trabalho por si realizado, fez com que o seu chefe de equipa o levasse para o Catar. Desde então, é no Médio Oriente que Milton Mendes tem dado continuidade às suas tarefas de treinador, primeiro no Catar SC e, mais recentemente, à frente do Al-Shahaniya.

Sem comentários: