432 - CANNAVARO

São poucos os defesas que podem orgulhar-se de terem conseguido vencer, tanto o "Ballon d'Or" como o "FIFA World Player of the Year". Se é excepcional a entrega destes prémios a alguém que joga posição de Cannavaro, então tudo se alinha, pois o italiano não foi um jogador qualquer.
Tudo começou a montar-se ainda Cannavaro era um dos apanha-bolas do Napoli. Jogando ele nas camadas jovens do clube, teve um dia a oportunidade de se treinar ao lado dos seus ídolos. Como defesa que sempre foi, diz-se que, às tantas, deu com Maradona pela sua frente. Destemido, tal como hoje o recordamos, o jovem jogador, que estava "apenas" perante um dos maiores astros de sempre, não teve pejo em fazer uma entrada duríssima sobre o seu oponente. Claro, ficou tudo danado com a desfaçatez do rapaz, mas o que é certo é que, logo ali, mostrou de que raça era feito.
Em 1992 subiu à categoria principal. Cedo conseguiu impor-se na equipa, mas o Napoli que encontrou, já longe dos anos áureos de Maradona e companhia, não se mostrava ao seu nível. Foi assim que apareceu, no seu concurso, o Parma. O emblema que, pela altura da sua chegada (1995/96), andava em alta pela Europa (tinha, ainda não havia muito tempo, vencido 3 competições), perfilava-se como um dos melhores lugares para catapultar a sua carreira. Assim foi.
Depois de vencer duas Taças de Itália, uma Supertaça e a Taça UEFA, o defesa central, que entretanto já contava com umas quantas chamadas à "Squadra Azzurra", começou a sonhar com outros objectivos. Mas se a transferência, em 2002, para o Inter, nada lhe trouxe em termos de troféus, já na ida para a Juventus, Cannavaro encontraria a porta para as suas maiores conquistas. Bem, não é correcto o que acabo de dizer! É certo que os anos que passou em Turim, foram pródigos em sucessos. No entanto, os que conseguiu alcançar não foi à custa da "Vecchia Signora". Se ainda se lembram, foi por essa altura que rebentou o escândalo que ficou conhecido como "Calciopoli". É certo que a Juventus celebrou os Campeonatos de 2005 e 2006, mas depois de revelado o dito caso de corrupção, que envolveu a arbitragem, os títulos foram revogados. Na verdade, o que valeu a Cannavaro (os tais sucessos de que falei) foi a brilhante prestação da selecção transalpina no Mundial de 2006. Assim, para além da vitória no certame disputado na Alemanha, o capitão italiano conquistaria nesse ano, entre outros prémios individuais, o de Melhor Jogador da Liga italiana, o "Ballon d'Or" da "France Football" e o "FIFA World Player of the Year".
Aquando da atribuição destas últimas distinções, já o jogador fazia parte do plantel do Real Madrid. Apesar da sua idade, 33 anos, Cannavaro ainda conservava, tal como os referidos prémios o provavam, todas as características que tinham feito dele um dos melhores na sua posição. Se houve quem duvidasse de tal, esse não foi Fabio Capello. O técnico italiano, acabado de contratar pelos "Merengues", exigiu que, na sua saída da Juventus, fosse acompanhado pelo jogador. Deste modo, o defesa italiano conseguiu, com todo o mérito, juntar ao seu rol de títulos, duas Ligas espanholas e mais um Supertaça daquele país.
Depois de 3 anos na capital espanhola, no ano em que bateu o recorde de internacionalizações pela Itália (2009), Cannavaro ainda regressou para mais uma temporada na Juventus. Sol de pouca dura, pois, na época seguinte, partiria para a sua derradeira aventura, no Al Ahli dos Emirados Árabes Unidos.
Já depois de ter posto um ponto final na sua carreira, ainda foi possível ver Cannavaro em duas partidas de exibição. A primeira, em Agosto de 2011, a marcar o regresso dos New York Cosmos e a segunda, em Janeiro de 2012, pelo Barasat, emblema da Índia.

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