513 - GABRIEL


Tendo, com distinção, terminado a sua formação nas escolas do FC Porto, foi com naturalidade que Gabriel seria promovido à equipa principal "Azul e Branca". E se de início, a disputa pelo lugar de defesa direito esbarrou tanto na sua inexperiência, quanto na qualidade dos seus mais directos rivais, já o seu regresso do empréstimo ao Sp. Espinho mostraria um jovem futebolista a evoluir favoravelmente. Cientes disso mesmo, os técnicos que, daí em diante, acabariam por tomar as rédeas do FC Porto, não tiveram qualquer dúvida em pô-lo na linha da frente para o escalonamento da equipa. Seriam 8 temporadas em que a sua propensão ofensiva, num incansável vai e vem pela linha lateral, paralelamente a uma segurança defensiva extraordinária, fariam dele um dos indiscutíveis nos "Dragões".
A estabilidade que dava ao lado direito da equipa, juntamente com a força dos restantes três do quarteto defensivo, foi, para muitos, o segredo do sucesso de José Maria Pedroto, enquanto técnico do FC Porto. Ora, o culminar desse trabalho, seria marcado pelo quebrar de um jejum que já durava há 19 anos. O bi-Campeonato de 1977-78 / 1978-79, coroando a vitória na Taça de Portugal da época que precedeu essas duas, seria, sem sombra de dúvida, o apogeu da carreira de Gabriel.
Momento igualmente importante, tal como para qualquer outro desportista, seria a sua estreia na Selecção Nacional. O dito momento aconteceria num particular frente à congénere da Suíça. Jogo que, tendo sido disputado no Funchal, terminaria com a vitória portuguesa, por 1-0.
Se já referi as 8 primeiras temporadas de Gabriel no FC Porto, a que se seguiria marcaria uma viragem na sua vida profissional. É deste modo que 1982 marca uma mudança de pragmatismo defensivo nas Antas. O nome que a tal está ligado é o do antigo capitão, João Pinto. Com a ascensão deste último, a perda da titularidade de Gabriel acabaria por se tornar inevitável. Tal facto levaria com que o internacional, no intuito de conseguir jogar mais, abandonasse o Estádio das Antas. Essa separação levá-lo-ia a assinar por outro dos "Grandes" do futebol nacional. Em Alvalade passaria as 4 temporadas seguintes. Jogaria, tal como era o seu objectivo. No entanto, nessa sua passagem pelo Sporting, faltar-lhe-ia algo que lhe colorisse, um pouco mais, o currículo. Sem títulos conquistados pelos "Leões" e já numa fase descendente da sua carreira, Gabriel faria uma derradeira época ao serviço do Sp. Covilhã.
Depois de "penduradas as chuteiras", e tendo experimentado, em equipas de escalões secundários, o ofício de treinador, Gabriel, ao volante de um Táxi, é (será ainda?) um dos mais distintos "Chauffeur" de Praça da cidade do Porto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Foi treinador/jogador no final da sua carreira no C.D. de Torres Novas, com excelentes resultados.

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

Sabia que tinha treinado o Torres Novas, mas não tinha conhecimento de que também tinha sido jogador. Obrigado pela informação.