529 - MARCO SILVA

Apesar de uma carreira bastante longa, Marco Silva nunca chegaria à ribalta do futebol nacional. Com passagens por alguns emblemas com tradição em Portugal, essas mesmas acabariam quase sempre por coincidir com uma fase menos boa desses clubes e, desse modo, longe dos palcos primodivisionários. As únicas excepções nesse seu trajecto, acabariam por ser ao serviço do Belenenses (1996/97) e, anos mais tarde, em representação do Campomaiorense (1999/00).
Se durante esses anos, o seu currículo raramente o mostrou fora de uma segunda linha, seria nesses mesmos escalões que a história de Marco Silva começaria a mudar. Depois de envergar, para além das já referidas, as cores de clubes como o Atlético, Trofense, Rio Ave, Sp. Braga (nunca saiu da equipa "b"), Salgueiros e Odivelas, chega a vez do amarelo do Estoril-Praia. É nos "Canarinhos", clube que representou por mais anos seguidos, que outra característica começa a destacar-se no antigo lateral-direito. Muito para além daquilo que era dentro de campo, Marco Silva mostrava-se, igualmente, como um grande parceiro dentro do balneário. Essa sua camaradagem, a maneira como apaziguava os anseios dos seus colegas, ou, se quiserem, a sua capacidade de liderança, levá-lo-ia a envergar a braçadeira de capitão. Muitas responsabilidades se ergueram nesse novo desafio. Há que ter em conta que o Estoril-Praia, por essa altura, atravessava uma grave crise financeira. Salários em atraso e o descontentamento daqueles com quem partilhava o dia-a-dia, acabariam por ser algumas das dificuldades que haveria de enfrentar.
Mas tão bom foi o seu desempenho como "líder do balneário" que, finda a sua carreira nos relvados, Marco Silva seria convidado pelos da "Linha de Cascais", para assumir um cargo como Director-Desportivo. Pouco tempo duraria nessa posição, pois o despedimento do treinador Vinícius Eutrópio, levá-lo-ia a enfrentar novo desafio. Já como o máximo responsável técnico pela equipa, Marco Silva começa a sair do (relativo) anonimato. Conduz os seus pupilos, nessa temporada de 2011/12, a uma campanha magnífica na 2ª Liga, onde, para além da promoção, conseguiria levar o Estoril-Praia a terminar no primeiro posto da tabela classificativa.
Ano seguinte, novo desafio!!! Ora, para a temporada de 2012/13, aquilo que a lógica ditava, ou seja, a luta por um dos lugares da manutenção, acabaria por se tornar num momento singular para o clube e para si. Ao atingir o 5º lugar, Marco Silva conseguiria garantir o seu lugar na história, como o primeiro treinador a levar os "Canarinhos" a uma prova organizada pela UEFA.
Mais uma época e, mais uma vez, o Estoril-Praia repete o feito, qualificando-se para as provas europeias. Por essa altura, o seu nome já não era o de alguém que, a escassos intervalos, era ouvido. Se havia vaticínios, mormente na comunicação social, era agora para alvitrar qual dos "Grandes" garantiria o seu concurso.
Quem ganharia essa tal “corrida” acabaria por ser o Sporting. Hoje em dia nos "Leões", os desafios que se lhe apresentam são enormes. Primeiro, o de dar continuidade ao excelente trabalho feito por Leonardo Jardim. Segundo, não claudicar perante a ansiedade dos adeptos que, tendo visto o seu clube a atravessar uma fase terrível, querem agora sentir, erguidos que estão de novo, o "sabor" dos títulos.

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