530 - LITO

Falar do nome de Lito é, mais uma vez, ir buscar o nome de uma das famílias que mais representatividade teve (e tem) na história do futebol nacional. Vidigal de apelido, Lito, tal como alguns dos seus irmãos, nasceria ainda em Angola. No entanto, e depois de ainda miúdo ter viajado para Portugal, seria já na sua cidade adoptiva que daria os primeiros pontapés na bola. Ora, por tal razão, foi no "O Elvas" que o antigo médio deu início a um périplo que o faria andar, durante mais de 15 anos, pelos campos da bola. Raçudo, incapaz de virar as costas a uma disputa, logo desde o começo da sua carreira deu a entender que a vontade que entregava a cada desafio, era a sua maior força. Talvez sem os recursos técnicos de alguns dos seus companheiros, o poderio físico que apresentava em campo fazia com que zombasse de muitos que, à partida, se viam melhores do que ele. Sempre nesse estilo de "gladiador", Lito acabaria por trilhar o seu caminho, o mesmo que, alguns anos após ter terminado a formação no "O Elvas", fez com que os "vizinhos" do Campomaiorense olhassem para ele como um belo reforço.
Depois de nesses primeiros anos, ter vogado por algumas equipas alentejanas de ambições mais modestas, Lito via-se agora, com a mudança para os "Galgos", num projecto (não esquecer que foi nos início dos anos 90 que o Campomaiorense começou a sua jornada em direcção à 1ª Divisão) bem mais ambicioso.
Com esta sua mudança, Lito acabaria por merecer, por parte de outros intervenientes no futebol, uma maior atenção. Com a chegada do seu clube aos escalões profissionais, essa projecção tornar-se-ia mais evidente. É então, começava a preparar-se a temporada de 1995/96, que surge o convite de um dos históricos do futebol luso, o Belenenses. Já no Restelo, a sua vida profissional atingira o apogeu. Foram 7 anos com a camisola da "Cruz de Cristo", em que respeito que os adversários ganhariam pelo seu nome, seria equivalente à força do seu futebol.
Com tais exibições, os responsáveis pela  equipa nacional angolana acabariam por endereçar-lhe o convite para que vestisse a camisola do seu país de nascença. Com os "Palancas Negras", o médio defensivo acabaria por chegar aos palcos internacionais quando, em 1998, vê o Prof. Neca a incluir o seu nome na lista dos convocados parar disputar a Taça de África das Nações.
A esta competição internacional, ainda que noutras funções, voltaria 14 anos depois. Depois de ter posto um ponto final na sua vida de futebolista com uma derradeira época ao serviço do Santa Clara (2002/03), a vida de Lito acabaria por encaminhar-se para os "bancos". Como treinador, ainda antes de ter conduzido Angola à CAN 2012, a sua carreira haveria de passar pelo comando de diversas equipas portugueses.
Com fugazes passagens pela 1ª Liga, Estrela da Amadora (onde treinou o seu irmão Vidigal) e pela União de Leiria, o seu currículo como técnico ainda não é dos mais ricos. Contudo, o ano passado (2013/14), o convite de Belenenses devolveu Lito às manchetes dos desportivos nacionais. Após uma bela campanha, em que salvou os seus pupilos de uma descida quase certa, Lito, para a temporada que agora começa, apresenta-se com outro traquejo. Como uma das incontornáveis figuras do Belenenses, nele está reunida toda uma mística, que interessa passar a uma nova geração de jogadores. Interventivo, à imagem daquilo que foi como desportista, Lito tem conseguido dar a força necessária aos seus atletas, decorrido quase um terço do Campeonato, para que a sua equipa se encontre numa das primeiras posições da tabela classificativa.

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