543 - SPORTING ESPINHO


Foi a 11 de Novembro de 1914 que um grupo de jovens da terra, entusiastas do desporto e conhecidos pelos bravos embates frente a outras turmas do Porto, decide formar uma nova agremiação. Talvez pela ligação à "Cidade Invicta", tanto no quotidiano das pessoas, como na prática do tal "foot-ball", ser tão vincada, o recém-nascido Sporting Clube de Espinho começaria a sua vida ligado a Associação de Futebol do Porto.
Seria nesta condição que, poucos anos após o seu aparecimento, o emblema da Costa Verde conquistaria o seu primeiro grande troféu. Ora, depois de nas meias-finais ter eliminado o Boavista, o adversário que para o Sporting de Espinho se seguiria, era o Salgueiros. O derradeiro encontro da competição estava marcado para o Campo de Ramalde. Por coincidência, para esse mesmo dia estava agendada uma corrida de touros. É então que os representantes do Salgueiros, por certo mais interessados em tal evento, requerem um adiamento do jogo. Contudo, e apesar de verem recusado tal pedido, os de Paranhos decidem faltar ao jogo da final. Como é óbvio, e na sequência da tal falta, a Associação de Futebol do Porto acaba por atribuir a Taça de Honra de 1918 ao Sporting de Espinho. Ainda assim, os "Tigres" decidem, em jeito de tira-teimas, desafiar os adversários para um jogo. O embate, desta feita, seria marcado para o Campo da Avenida, na cidade de Espinho. O resultado, a favor dos da casa, acabaria por ficar em 4-0 e, para aqueles que haviam ficado com algumas dúvidas, consagraria o Sporting de Espinho como o justo vencedor.
Saltando até 1967, podemos recordar outro dos grandes momentos da história do clube. Na Taça Ribeiro do Reis, prova organizada pela Federação Portuguesa de Futebol, a progressão do Sporting de Espinho ia de "vento em popa". Com tais prestações, para final da competição ficaria reservado um lugar para o clube. Em Lisboa, no Estádio da Tapadinha, decidia-se o destino do troféu. Ora, para além dos espinhenses, também tinha garantido a presença nesse último jogo, o Vitória de Setúbal. Como é óbvio, frente a um grupo onde nomes como os de Conceição, Jacinto João, José Maria ou Fernando Tomé eram estrelas, o Sporting de Espinho, por essa altura na 2ª Divisão, era visto como "carne para canhão"!!! No entanto, bastou um golo - concretizado por Jardim - para que o pequeno "David" saísse como ganhador de tamanha contenda.
Mas apesar destes momentos de sucesso, havia ainda um tal passo na vida do Sporting de Espinho que faltava dar. Esse, a tão almejada subida à 1ª Divisão, aconteceria já em 1974. Daí em diante, com algumas intermitências, o Sporting de Espinho começaria a entrar na rota dos palcos maiores do futebol português. O destaque das passagens, depois da inicial subida e de uma segunda presença na temporada 1977/78, aconteceria em 1979/80. Nessa época, que precederia outras quatro no principal escalão, os "Tigres" acabariam por fazer uma das melhores classificações de sempre no Campeonato Nacional. Num plantel comandado por Manuel José, e composto por históricos como João Carlos, Moía ou Raúl, uma série de bons resultados acabaria por levar o clube a uma honrosa sétima posição.
Depois de em 1996/97 ter marcado, pela última vez, presença no nosso principal escalão, o Sporting de Espinho acabaria por entrar numa rota negativa. Afectado, tanto no plano desportivo, como a nível financeiro, o clube da Costa Verde milita agora (2014/15) no Campeonato Nacional de Seniores. As perspectivas, com os de “branco e preto” a insistirem em permanecer nos últimos lugares da tabela classificativa, não se afiguram muito animadoras.
Noutro sentido, pensa-se na restruturação dos equipamentos, onde, um projecto para um novo estádio está na linha da frente dos planos directivos.
Claro, e apesar deste "blog" ser, maioritariamente, ligado ao futebol, não poderemos deixar de fazer referência àquela que é a modalidade que, além-fronteiras, tem erguido o nome do clube. No voleibol, o Sporting de Espinho é o emblema que, a nível nacional mais campeonatos venceu. Mas se isso não fosse motivo para aqui fizéssemos este pequeno apontamento, então a conquista da Top Teams Cup de 2000-01, faz com que os espinhenses sejam os únicos que em Portugal, possam ostentar a conquista de uma competição europeia.

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