561 - RODOLFO

Já depois de completar o seu ciclo nas camadas jovens, a sua estreia de "Dragão" ao peito far-se-ia na temporada de 1971/72. Lateral-direito de formação, assim continuaria a jogar sob a alçada do treinador António Feliciano. Contudo, aquilo que a antiga estrela do Belenenses e da selecção nacional não viu, acabaria por ser detectado pelo brasileiro Aimoré Moreira. Dotado de uma grande capacidade física, onde a sua dinâmica era o que mais impressionava, Rodolfo perfilava-se como um potencial médio defensivo. Tendo isto em mente, o técnico dos "Azuis e Brancos" para a época de 1974/75, acabaria por fazer do antigo defesa, um centrocampista de eleição.
Disponível para qualquer contenda em campo, o "trinco", com o passar dos anos, assumir-se-ia como uma das pedras basilares de toda a movimentação portista. Dentro e fora do terreno de jogo, a importância de Rodolfo ia crescendo. No relvado, era ele que constituía a linha da frente na guarda do seu clube. Já nos balneários, era também dele a primeira palavra na defesa dos colegas. Por essas razões, a braçadeira de capitão não tardou a chegar a si.
Ainda assim, e apesar da preponderância que já tinha no FC Porto, havia muita coisa que faltava, para que se cimentasse como uma figura incontestável a nível nacional. Mas muito para além de uma chamada à principal selecção de Portugal, a escassez de títulos era aquilo que mais o afastava da linha da frente do futebol português. Tal cenário modificar-se-ia com a contratação de José Maria Pedroto, que, como Rodolfo reconheceria, - "(...) estava à frente de todos, tanto na metodologia de treino como na vertente psicológica"*.
É neste contexto que, em jeito de premonição, chegaria a conquista da Taça de Portugal de 1976/77. Depois, logo no ano seguinte, o título de campeão nacional. Vários factores contribuíram para que esta vitória tivesse um sabor muito especial. A primeira, evidentemente, vem do facto de este campeonato acabar com um jejum que já durava há 19 anos. No entanto, o que o tornaria ainda mais mágico, seria a dificuldade com que o mesmo haveria de ser conseguido. Renhido desde a jornada inicial, aquele que é o maior troféu nacional, acabaria apenas por se decidir no "goal-average". Muitos nomes ficariam ligados a este título; alguns já a aqui os referi. Mas só um pode orgulhar-se de ser o "dono" da braçadeira... e esse, dá pelo nome de Rodolfo.
Mais um Campeonato (1978/79), outra Taça de Portugal (1983/84) e duas Supertaças (1981/82; 1983/84), completariam o currículo do antigo médio. A selecção, embora não de forma sólida, também chegou. Faltou-lhe a conquista da Taça dos Vencedores das Taças de 1984, perdida na final para a Juventus. Ainda assim, com 5 partidas disputadas nessa campanha, Rodolfo faria parte do que Pinto da Costa viria a reconhecer como "o princípio do FC Porto Europeu".

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